quarta-feira, 15 de maio de 2019

Adiada reunião da MP sobre contribuição sindical

14/05/2019 - 19h49


comissão mista da Medida Provisória 873/19, que deveria ocorrer nesta terça-feira (14), às 15h, foi adiada. Nela, ocorreria a eleição para presidente e vice-presidente da comissão na qual será debatida a MP que impede o desconto em folha salarial da contribuição sindical.
A medida provisória, publicada em 1º de março, determina que a contribuição sindical passe a ser feita através de boleto bancário encaminhado à residência do empregado ou à sede da empresa. Também estabelece que a contribuição seja paga apenas pelos trabalhadores que tiverem expressado seu consentimento individualmente.
O texto reforça as mudanças já realizadas pela reforma trabalhista (Lei 13.467/17), no âmbito da contribuição sindical. No entanto, causou polêmica, visto que, para alguns, estaria ferindo a Constituição Federal e prejudicando a organização dos trabalhadores.
A reunião ainda não possui nova data.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Da Redação - RS
Com informações da Agência Senado

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

    Deputado defende subsídios federais para incrementar aviação regional na Amazônia

    14/05/2019 - 19h58


    Subsídios federais para a aviação regional nos estados da região Norte é a estratégia defendida pelo deputado Jesus Sérgio (PDT-AC) para enfrentar os altos preços das passagens aéreas praticadas pelas empresas que transportam passageiros na região. Ele falou em audiência pública da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia nesta terça-feira (14).
    “Quem mora na Amazônia paga um preço muito alto e precisa de um subsídio. A gente vai conversar com representantes do governo federal para poder subsidiar trechos aéreos, principalmente na Amazônia”, disse.
    Juliano Alcântara Noman, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), defendeu a abertura do mercado de aviação civil para empresas estrangeiras – prevista na Medida Provisória 863/18.

    Ele deu o exemplo de uma empresa que faz a rota Buenos Aires-Bariloche, na Argentina, em julho, na alta estação, por US$ 3,50 dólares cada trecho.
    “Não temos exemplos desses no Brasil porque o mercado é fechado há muito tempo. Esperamos que agora o Congresso vote a MP e assim a gente tenha incentivos para a aviação”, disse.

    Para Airton Pereira, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o subsidio tem que ser destinado a pequenas empresas aéreas regionais, que operam com pequenas aeronaves em trechos de ligação com as capitais dos estados.

    “Em vários países do mundo, em regiões de menor densidade demográfica, é possível usar esse tipo de subsidio. Mas na maioria desses casos são subsídios para empresas menores, com equipamentos menores, e para ligação com as capitais”, disse.

    No Brasil, o Programa de Aviação Regional, criado em 2012, prevê o uso de recursos do Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC), composto por taxas e outorgas da aviação, mas este uso precisa ser regulamentado pelo Congresso.

    ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

    Reportagem - Lincoln Macário e Antonio Vital
    Edição - Ana Chalub

    A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

      Para ministro da Economia, “caminho da prosperidade” depende de reforma da Previdência

      14/05/2019 - 20h00


      Paulo Guedes também defendeu o controle de gastos ao falar a deputados e senadores sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020
      Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
      Audiência Pública sobre o PL 5/19-CN. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes
      O ministro Paulo Guedes falou à Comissão Mista de Orçamento
      O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (14) que o Brasil só alcançará o “caminho da prosperidade” com a aprovação de reformas, especialmente a da Previdência (PEC 6/19), e com privatizações. Ele compareceu nesta tarde à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) para debater o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020.

      O projeto de LDO (PLN 5/19) é a primeira proposta orçamentária a ser analisada neste ano. O texto prevê que o salário mínimo será reajustado para R$ 1.040 no próximo ano, sem ganho real (acima da inflação). “Estamos mantendo o poder de compra do salário mínimo, observando o que está acontecendo, se temos reforma, se há espaço fiscal, fazendo movimentos com cautela”, disse Guedes. O governo deve definir até dezembro se haverá uma nova regra para os reajustes. 

      Em relação à meta fiscal para 2020, a proposta do Executivo aponta déficit primário pelo sétimo ano consecutivo – de R$ 124,1 bilhões para o governo central, que abrange as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. Ao apresentar os dados, o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, afirmou que a previsão é de “arrocho” anual nas despesas da ordem de 0,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) – o projeto de LDO prevê um plano de revisão de benefícios tributários dessa magnitude até 2022.

      O ministro da Economia defendeu o controle dos gastos. “Se retirar o teto de gastos, a taxa de juros vai para 10%, 15%. É um dilema terrível, tentar o corte de gastos não em cima dos mais pobres, mas nos subsídios, nas desonerações”, disse Guedes. “Vamos chegar lá, mas tem um gasto que é galopante e engole tudo: a Previdência, que não tem solução”, completou.
      Em resposta ao deputado Cacá Leão (PP-BA), relator do projeto da LDO, Guedes afirmou que o bloqueio de 30% nas despesas discricionárias das universidades federais é prudencial e poderá ser revisto até o final do ano, se houver aumento da arrecadação. Já o senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR), relator do próximo Plano Plurianual (PPA), elogiou o “realismo fiscal” da atual gestão.
      “Regra de ouro”
      Paulo Guedes também foi questionado sobre o projeto de crédito suplementar (PLN 4/19) em que o governo pede autorização ao Congresso para quitar R$ 248,9 bilhões em despesas correntes por meio de operações de crédito. O assunto já havia sido discutido pela CMO durante a manhã, em audiência pública que durou mais de três horas. O Tesouro Nacional informou que, até o momento, o governo precisa de pelo menos R$ 146,7 bilhões oriundos de operações de crédito.

      A Constituição proíbe a realização de operações de crédito (emissão de títulos públicos) que excedam o montante das despesas de capital (investimentos e amortizações de dívida). A chamada “regra de ouro” só pode ser contornada por meio de créditos suplementares ou especiais com finalidade específica e aprovados em sessão conjunta do Congresso por maioria absoluta – pelo menos 257 deputados e 41 senadores –, daí o projeto apresentado pelo Executivo.
      O ministro da Economia disse acreditar que o Congresso aprovará a proposta. Caso contrário, não haverá recursos para pagar aposentadorias e pensões, recursos para financiar a próxima safra, benefícios sociais para idosos carentes e Bolsa Família. “Se não aprovar, o Congresso terá travado esses gastos”, ressaltou. “É uma decisão que cabe aos senhores, deputados e senadores.”
      Reforma tributária
      Paulo Guedes concordou com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) que as deduções com saúde e educação obtidas pelos contribuintes no Imposto de Renda são elevadas, mas lembrou que o abatimento desse tipo de despesa foi criado e aprovado pelo Legislativo. De acordo com o projeto de LDO, essas deduções representarão o sexto maior gasto tributário em 2020 (R$ 22 bilhões).
      O ministro da Economia afirmou ainda que o governo pretende fazer uma reforma tributária, para simplificar o sistema. Além disso, Guedes defendeu uma mudança no pacto federativo, de forma a redividir os recursos federais com estados e municípios.
      Audio Player
      Ouça esta matéria na Rádio Câmara

      ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

      Reportagem – Ralph Machado
      Edição – Geórgia Moraes

      A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

      Relatora propõe triplicar em dez anos participação da União no Fundeb

      14/05/2019 - 20h21


      A proposta foi feita durante audiência na comissão especial que discute a PEC que torna o Fundo permanente
      Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
      Reunião ordinária
      A relatora da PEC defendeu a redistribuição dos recursos do Fundeb diretamente nas escolas, além de torná-lo permanente
      A relatora da Proposta de Emenda à Constituição que torna o Fundebpermanente (PEC 15/15), deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), anunciou nesta terça-feira (14) que propôs o aumento da participação da União no Fundo, que hoje é de 10%, para 30%, com prazo de dez anos para implantação.
      substitutivo também determina a redistribuição desses recursos diretamente nas escolas. A deputada explicou que, atualmente, o complemento é dado a nove estados, mas há municípios em outros estados que precisam dos recursos, mas não recebem.
      “Só com a mudança do desenho para garantir que os municípios e suas redes e os estados que mais precisam recebam a complementação da União a gente já teria uma correção importante do ponto de vista de equilíbrio na garantia do investimento per capita. Mas, o fato de tornar ele permanente já traz um conceito em relação a um compromisso do País, dos seus estados e municípios com a educação básica”, afirmou a Professora Dorinha Seabra Rezende.
      Recursos
      O secretário-executivo do Ministério da Educação, Antônio Paulo Vogel, afirmou que é favorável à proposta de tornar o Fundeb permanente, mas destacou que em relação ao aumento nos recursos o MEC não pode se pronunciar.
      “A gente realmente deseja que sejam alocados mais recursos para a educação básica e a educação infantil. Entendemos que aqui nesse primeiro momento que a gente consegue salvar nossas crianças e nossos jovens e dessa maneira trazer um resultado muito maior para a nossa sociedade, para o nosso país”, disse.
      O presidente da comissão, deputado Bacelar (Pode-BA), afirmou que o próximo passo será discutir o relatório com representantes da educação e da sociedade, para depois votar o texto.
      “Precisamos agilizar os trabalhos porque o Fundeb vence em 2020. Precisamos ter essas definições urgentes, precisamos garantir o Fundeb como um instrumento permanente de financiamento da educação brasileira. Ele que hoje já é responsável por 63% dos recursos da educação básica no Brasil”, lembrou.
      Em relação aos recursos para o financiamento do Fundo, Bacelar lembrou que o Fundeb não está sujeito às limitações do teto constitucional e por isso não deve enfrentar oposição por parte da equipe econômica do governo.
      Histórico
      Uma proposta para tornar o Fundeb permanente já estava sendo analisada por uma comissão especial no ano passado. Mas, por causa da intervenção federal no Rio de Janeiro, a proposta não pôde ser votada. Para retomar os trabalhos a comissão foi criada novamente, mantendo a mesma relatora. O Fundeb é hoje responsável por 63% dos recursos da educação básica, mas só tem vigência até 2020.
      Audio Player
      Ouça esta matéria na Rádio Câmara

      ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

      Reportagem - Karla Alessandra
      Edição - Roberto Seabra

      A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

      Governo defende manutenção de estados e municípios na reforma da Previdência

      14/05/2019 - 20h38Atualizado em 14/05/2019 - 21h56


      A Frente Nacional dos Prefeitos também defende que o governo federal não remeta a regulamentação das regras de mudança da Previdência para os entes federados, mas que defina tudo a ser aplicado para União, estados e municípios
      Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
      Audiência pública sobre o regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União, dos Estados e dos Municípios
      Audiência pública sobre os Regimes Próprios de Previdência de Servidores da União, estados e municípios
      O secretário-adjunto de Previdência do Ministério da Economia, Narlon Nogueira, defendeu que estados e municípios permaneçam na reforma da Previdência proposta pelo Executivo (PEC 6/19). Ele participou nesta terça-feira (14) de audiência – promovida pela comissão especial que debate a reforma – sobre as mudanças nas regras nos Regimes Próprios de Previdência de Servidores (RPPSs) da União, estados e municípios. 

      O governo também apresentou a projeção de déficit atuarial (diferença entre direitos a serem pagos e os recursos para custear) apurada em 2018 para todo o período de existência dos RPPSs, ou seja, até quando existir regimes de previdência próprio de servidores. Para os estados, o déficit nesse cenário projetado é de R$ 5,2 trilhões; para os municípios, mais de R$ 1 trilhão; e para a União, 1,2 trilhão. Pelas contas do governo, a reforma poderia gerar uma economia de 19,8% para os estados (R$ 1 trilhão) e de 35,6% para os municípios (R$ 356 bilhões).
      “Nos próximos 10 anos, os estados que já estão enfrentando essa dificuldade, terão um aumento de 50% no número de aposentados. Nos próximos 10 anos, o número de aposentados nos estados que hoje é de 1,6 milhão vai crescer em mais 800 mil”, disse Nogueira. Para os municípios, o número de aposentados deve dobrar até 2030, segundo dados do governo.
      Segundo Nogueira, a principal causa da deterioração financeira dos estados é o aumento da despesa com pessoal, graças a apuração irrealista dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar 101/00).

      Vice-líder da Oposição, o deputado Aliel Machado (PSB-PR) afirmou que os dados foram inflados pelo governo federal para justificar aos governadores a reforma. “Os dados que eu tenho do Paraná demonstram pelos técnicos de lá de que a economia que o governo diz aqui é sete vezes menor. Qual é o número real? Não é possível tratar de um problema tão grave com achismo ou com a falta de dados”, afirmou.

      Na opinião do deputado Henrique Fontana (PT-RS), o governo tem feito uma “demonização” do servidor público como escudo para viabilizar a reforma da Previdência. “É uma tática inadequada para construir uma nação. Os problemas do Brasil foram causados pelos servidores ou existem múltiplas questões?”, indagou.

      Municípios
      Para o representante da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) Marionaldo Maciel, a situação dos 2.400 municípios com regime próprio de Previdência está dramática. “Se nada for feito poderemos entrar em colapso”, disse. Maciel afirmou que o debate precisa apresentar um norte para ajustar as contas dos municípios.

      A FNP defende que o governo federal não remeta a regulamentação das regras de mudança da Previdência para os entes federados, mas que defina tudo a ser aplicado para União, estados e municípios. Pela proposta, os servidores de todos os Poderes dos estados, do Distrito Federal e dos municípios passarão a pagar, provisoriamente, uma alíquota previdenciária de 14%, caso a reforma seja aprovada. Os entes federados terão até 180 dias para elaborar uma tabela escalonada, caso contrário a alíquota será mantida em 14%.

      Para o deputado Eduardo Cury (PSDB-SP), os municípios não podem se isentar de discutir a reforma. “Todos têm de entrar neste debate, todos têm de dar sua cota de contribuição.”

      Consultor e especialista em Previdência Social do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luciano Fazio criticou a mudança recorrente, a cada reforma, das regras de transição. “Quando eu chego lá, as regras mudaram, de repente, na véspera. Como é que eu me organizo? O combinado não é caro. O respeito às regras é fundamental”.

      O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Previdência Social (SBPS), Luiz Alberto dos Santos, afirmou que a maior parte dos regimes próprios estão com uma realidade muito próxima a do regime geral. "Não podemos dizer que o RPPS é um regime de privilégios." Ele ressaltou que cerca de 50% dos servidores dos municípios e estados são formados por profissionais com aposentadorias especiais, como professores e policiais. "Não podemos jogar essas categorias na vala comum, é um custo que vai continuar existindo", disse Santos.

      Requerimentos
      A comissão aprovou ainda 23 requerimentos para realização de seminários estaduais e um internacional, ampliou o número de convidados para as audiências já previstas no plano de trabalho do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), e pediu mais informações a órgãos federais.

      ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

      Reportagem – Tiago Miranda
      Edição – Geórgia Moraes

      A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

      Ordem do Dia é encerrada após discussão de nova Lei de Licitações

      14/05/2019 - 21h08


      O Plenário da Câmara dos Deputados encerrou a Ordem do Dia desta terça-feira (14). Os parlamentares discutiram o projeto da nova Lei de Licitações (PL 1292/95). O relator, deputado Augusto Coutinho (Solidariedade-PE), afirmou que a proposta vai modernizar a legislação e dar mais transparência às compras e obras públicas.
      Ele informou que analisará as emendas e os destaques apresentados, a fim de construir um texto de acordo para ir a votação. “O objetivo é que em até 48 horas eu já tenha a versão final do relatório, incorporando as sugestões.”

        Relator aponta avanços de projeto de nova Lei de Licitações e busca acordo

        14/05/2019 - 21h14


        Augusto Coutinho vai analisar as sugestões de mudanças apresentadas e deverá divulgar um novo texto em até 48 horas
        O Plenário da Câmara dos Deputados discutiu nesta terça-feira (14) o projeto da nova Lei de Licitações (PL 1292/95). Para o relator, deputado Augusto Coutinho (Solidariedade-PE), a proposta vai modernizar a legislação e dar mais transparência às compras e obras públicas. Ele informou que analisará as emendas e os destaques apresentados, a fim de construir um texto de acordo para ir a votação. “O objetivo é que em até 48 horas eu já tenha a versão final do relatório, incorporando as sugestões.”
        Luis Macedo/Câmara dos Deputados
        Ordem do dia para discussão e votação de diversos projetos. Dep. Augusto Coutinho (SOLIDARIEDADE - PE)
        Para Augusto Coutinho, proposta vai dar mais transparência às compras e obras públicas
        Coutinho disse que a proposta permitirá a melhoria da governança das contratações públicas, a profissionalização da gestão, o incentivo ao planejamento, o fortalecimento de mecanismos de prevenção de ilícitos e o aproveitamento da tecnologia. “A medida vai reduzir custos, garantir segurança jurídica, competitividade e a adoção da melhor proposta e não simplesmente do menor preço oferecido”, acrescentou.
        Entre as novidades, ele destacou a criação do portal nacional de contratações públicas, que reunirá todas as licitações e contratações da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
        Afirmou ainda que o texto tem mecanismos para frear obras inacabadas, com a determinação de contas vinculadas aos empreendimentos, a redução do prazo para o pagamento dos prestadores de serviços e o estabelecimento de que as obras sejam pagas por critérios cronológicos para evitar eventuais preferências.
        O parlamentar também ressaltou como pontos positivos do texto: a ampliação dos limites para a dispensa de licitação; a criação de uma margem de preferência regional; e a inversão de fases para que as propostas sejam analisadas antes da habilitação das empresas.
        Debate paralelo
        A discussão foi contaminada pela convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e pela tentativa de se pautar a urgência de um projeto de decreto legislativo para sustar o decreto do governo Bolsonaro que ampliou o porte de armas.
        O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) chegou a anunciar que o partido entraria em obstruçãocontra a votação de qualquer proposta sobre o decreto de armas. Já a oposição optou por marcar posição contra o contingenciamento de recursos da educação e ressaltar a convocação do ministro.

        ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

        Reportagem – Carol Siqueira
        Edição – Marcelo Oliveira

        A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

        CPI da Câmara vê crime da Vale em Brumadinho

        14/05/2019 - 22h42


        Funcionários da empresa prestaram depoimentos de mais de sete horas à comissão
        Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
        Audiência pública e reunião ordinária
        Audiência pública da CPI para investigar tragédia de Brumadinho
        CPI da Câmara vê "crime" da mineradora Vale ao omitir problemas na barragem do Córrego do Feijão, que se rompeu em Brumadinho, em 25 de janeiro. Nesta terça-feira (14), os deputados ouviram funcionários da empresa e da Agência Nacional de Mineração (ANM), em depoimentos que duraram mais de sete horas.
        Engenheiro de recursos hídricos da Vale, Felipe Figueiredo Rocha disse que secretariava algumas reuniões técnicas e garantiu ter repassado a gerentes e diretores da empresa todas as informações que recebeu a respeito do "nível de atenção" em que se encontrava a barragem.
        "Esse é o painel de outubro de 2018 em que a (gerente da Vale) Marilene (Lopes) encaminha para (os diretores e gerentes) Silmar Silva, Lúcio Cavalli, Joaquim Toledo e Alexandre Campanha: 'a barragem 1 requer mais investigação e monitoramento de campo para identificar e projetar medidas complementares mais eficientes'", revelou.
        Rocha ressaltou que o "nível de atenção" não indicava risco de rompimento imediato. Ele chegou a ser preso provisoriamente após a tragédia, sob a suspeita de pressionar a empresa de auditoria Tüv Süd em prol de um laudo de estabilidade da barragem. Ele negou a acusação, informou não ter poder de chefia na Vale e ainda se disse "incomodado" com o ex-presidente da empresa, Fábio Schvartsman, que levantou suspeita de omissão de informações por parte de Felipe.
        Outro funcionário da Vale, Tércio Andrade Costa, que monitorava as barragens por meio de radar, também confirmou o envio de todos os informes aos gerentes responsáveis. Indagado pelo relator da CPI, deputado Rogério Correia (PT-MG), o chefe de fiscalização da Agência Nacional de Mineração (ANM), Wagner Araújo, afirmou que deformações na estrutura e uso de drenos por parte da Vale mostram que a barragem deu sinais prévios que deveriam ter sido informados ao Sistema Integrado de Gestão de Barragens (SIGBM). Segundo Araújo, essa omissão foi "gravíssima".
        "Pelo que a gente tem ouvido dizer sobre o dreno horizontal profundo que foi interrompido com carreamento de sólido - e isso é preocupante em uma barragem a montante -, possíveis deslocamentos identificados em radar, tudo isso são indícios de que a estrutura não estava saudável”, informou, ressaltando que essa informação deveria ter sido repassada pela Vale à ANM.
        Omissão
        Para caracterizar ou não a omissão, documentos colhidos na Vale ainda estão em análise pela ANM e Polícia Federal. Wagner Rocha não admite falha na fiscalização da agência. Ele lembrou que a ANM só tinha três funcionários para fiscalizar as 350 barragens de mineração em Minas Gerais e que a legislação dá à mineradora a responsabilidade pelas informações sobre segurança.
        Após a tragédia, a ANM tem avançado na automatização do monitoramento por meio de equipamentos (radares e piezômetros) elétricos capazes de gerar alertas e atualizar dados, sem necessidade de informações "meramente declaratórias" das empresas.
        Gerente-executivo do Complexo do Córrego do Feijão, Rodrigo Gomes de Melo se emocionou ao lembrar que só escapou da tragédia por estar de férias em 25 de janeiro. Melo explicou porque não foi cogitada a hipótese de remoção prévia do refeitório e da administração da Vale, localizados praticamente no pé da barragem e onde morreu grande parte das mais de 300 vítimas.
        "Existem pessoas que são sobreviventes daquela situação e eu sou um deles. Eu não sou um suicida. A gente acreditava que aquela estrutura estava segura e também existia um processo de confiança no corpo técnico".
        Rodrigo de Melo e o engenheiro Felipe Rocha estão afastados de suas funções na Vale por recomendação do Ministério Público.
        Para os deputados, não há dúvida do "crime de omissão" da Vale, como sintetizou o relator Rogério Correia.  "Significa omissão da Vale. Se a ANM soubesse disso, ela não permitiria que (a barragem) continuasse a ter o mesmo funcionamento que estava tendo".

        Demandas
        O presidente da CPI, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), apresentou três demandas colhidas durante audiência pública da comissão em Brumadinho, na segunda-feira (13): garantia de água potável para a população; não suspensão do pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) aos moradores que receberam o auxílio emergencial do governo federal (MP 875/19); e rapidez do Instituto Médico Legal (IML) na identificação por DNA em partes de corpos resgatados em meio à lama.
        Auditoria
        A CPI também ouviu o gestor administrativo e financeiro da empresa alemã Tüv Süd, Marcelo Pacheco. Como eletricista, ele afirmou não ter participado das decisões técnicas que atestaram a estabilidade da barragem do Córrego do Feijão.
        Segundo ele, não há outras experiências da empresa com mineração fora do Brasil. A empresa suspendeu os contratos que tinha com a Vale, desde 2013, e abriu uma investigação interna, na Alemanha, a respeito do rompimento da barragem de Brumadinho.
        Os deputados estranharam a falta de conhecimento de Marcelo Pacheco quanto ao contrato com a Vale e lembraram que o engenheiro Makoto Namba, que assinou o laudo de estabilidade, se manteve calado diante da CPI que investiga o caso na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
        Reportagem – José Carlos Oliveira
        Edição – Geórgia Moraes

        A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias