terça-feira, 14 de maio de 2019

Debatedores divergem sobre efeitos da reforma da Previdência para as mulheres


  
Da Redação | 14/05/2019, 19h45
Audiência pública interativa realizada nesta terça-feira (14), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), discutiu os impactos da reforma da Previdência para as mulheres. Na opinião da representante do movimento Mulheres em Luta, Marcela Azevedo, uma das debatedoras ouvidas na reunião, não aumentará a geração de renda, mas aprofundará as desigualdades sociais entre homens e mulheres. Por sua vez, representantes da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, salientaram a necessidade das reformas para o equilíbrio das contas públicas.
Marcela Azevedo delineou as condições desfavoráveis da mulher no mercado de trabalho, citando dados sobre dupla jornada, diferença salarial e elevada rotatividade. Ela lembrou que na reforma trabalhista do governo Michel Temer, a mão de obra feminina também foi particularmente prejudicada.
— A maioria das mulheres se aposenta por idade porque não consegue somar o tempo de contribuição, devido a muitas interrupções em sua vida laboral. Imagine esse tempo aumentado com a reforma da Previdência — afirmou.
Marcela também criticou os meios de comunicação, que, segundo ela, só tratam da necessidade da reforma sem aprofundar-se na discussão sobre retirada de direitos, e atacou a “falácia” segundo a qual, segundo ela, de a nova legislação aumentará a geração de renda.
Presidente da CDH, o senador Paulo Paim (PT-RS) acompanhou a debatedora nas críticas aos argumentos pró-reforma, com ênfase na elevação da idade mínima de aposentadoria, e comparou desfavoravelmente a proposta previdenciária de Jair Bolsonaro com a de Michel Temer:
— Temer, com todos os defeitos dele, não chegou ao absurdo dessa tal de capitalização. Dos trinta países que foram para a capitalização, por que 18 já desistiram?
Marcela Azevedo também criticou a capitalização:
— A experiência concreta da aplicação dessa política é o crescimento do número de idosos no Chile — explicou, ao pedir prioridade à auditoria da dívida pública e à investigação dos grandes devedores da Previdência.

Posição do governo

Gleyce Anne Cardoso, representante da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, classificou como “incontornável” a discussão sobre o deficit da Previdência. Ela concordou que o desequilíbrio das contas do governo é particularmente danoso às mulheres:
— Além de quererem se aposentar, as mulheres também querem saúde, querem educação, querem serviços que o governo não consegue oferecer com a qualidade necessária — opinou.
Gleyce também entende que a “herança de outros governos” elevou o desemprego, situação que agrava a dificuldade financeira da Previdência, e declarou esperar que a reforma proporcione mais direitos às mulheres.
Também da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, o assessor Marcelo Couto Dias lembrou que a proporção de gasto previdenciário no Brasil já se aproxima a de países de população mais idosa, e disse considerar a reforma da Previdência uma alternativa menos desvantajosa ao aumentar impostos, elevar a dívida pública ou emitir moeda:
— A capacidade de investimento do governo em educação, em saúde e em segurança, isso tem um impacto positivo para as mulheres, pois elas poderão ir para o mercado de trabalho e encontrarão condições mais iguais no mercado. Dizer que as coisas podem continuar como estão é violar indiretamente os direitos da população.
Maria da Gloria Guimarães, líder do grupo Mulheres do Brasil, ressaltou a importância “genérica” da reforma da Previdência como forma de favorecimento do ambiente econômico e estímulo ao investimento social, e pediu a contribuição do Legislativo para uma solução que leve em conta o envelhecimento da população:
— A Previdência deve ser reformulada de modo a atender tanto aos interesses da população quanto aos do mercado, no intuito de buscar mais emprego e renda. As mulheres também estariam em busca dessas novas rendas no mercado.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fabiano Contarato classifica como retrocesso ações do governo federal


  
Da Redação | 14/05/2019, 19h48
O Senador Fabiano Contarato (Rede-ES) Classificou como retrocesso, nesta terça-feira (14) , em Plenário, o governo do presidente Jair Bolsonaro, em especial, as ações do Ministério do Meio Ambiente. Para ele, na pratica, o ministério está sendo "descriado".
— Nós temos presenciado aqui neste governo a perda do serviço florestal brasileiro para o Ministério da Agricultura. Presenciamos também a perda da Agência Nacional de Águas [ANA] para o Ministério do Desenvolvimento Regional; fim da secretaria de mudanças climáticas; fim do setor de educação ambiental; fim do Plano de Combate ao Desmatamento; enfraquecimento da fiscalização do Ibama e ICMBio — ressaltou.
O parlamentar destacou ainda a retirada da oferta do Brasil sediar o Latin America Climate Week, evento regional da convenção do clima da Organização das Nações Unidas(ONU), que aconteceria de 19 a 23 de agosto, em Salvador.
— Salvador estava escolhida para sediar esse evento desde o ano passado. Faltam três meses para o encontro, e note-se que não gastaríamos sequer um centavo com tudo isso — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

CCJ pode aprovar aumento da participação de estados no bolo orçamentário


  
Da Redação | 14/05/2019, 19h54
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) pode votar nesta quarta-feira (15) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51/2019, que aumenta a fatia dos estados no bolo orçamentário. A matéria está na pauta da CCJ e se for aprovada vai à Plenário.
O objetivo da proposta, segundo o autor, senador Lucas Barreto (PSD-AP), é reequilibrar as relações federativas, aumentando em 4,5 pontos percentuais a parcela do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destinada ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE). Para isso, reduz a participação da União de 51% para 46,5%.
O relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), apresentou parecer favorável à aprovação da PEC. No relatório, ele argumentou que “é inegável que convivemos há duas décadas com um processo de reconcentração das receitas tributárias na esfera federal, em clara violação do espírito que animou a Assembleia Constituinte”
Rogério Carvalho acrescentou que estudos da Secretaria da Receita Federal (RFB), mostram que “a arrecadação combinada bruta dos impostos sobre a renda (IR) e sobre produtos industrializados (IPI), como percentual do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 7,2%, em 1990, para 6,6%, em 2017”.
Esses são os tributos partilhados pela União com estados e municípios, por meio dos Fundos de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e dos Municípios (FPM), e dos programas de financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
No mesmo período, explicou o senador, o orçamento da Seguridade Social, que reúne contribuições não partilhadas, passou de 9,3% para 11,4% do PIB. “Somando, os governos estaduais e municipais receberam, ao longo de quase três décadas, muitos bilhões a menos do que tinham idealizado os nobres constituintes”, advertiu o relator.
Ainda pela avaliação do senador, “as prefeituras, pressionadas por uma multiplicidade de tetos e pisos orçamentários fixados por normas federais que tornam a sua gestão orçamentária um desafio constante, minimizaram as suas perdas mediante a elevação em dois pontos percentuais da parcela da arrecadação do IR e do IPI destinada ao FPM”.
Os estados, no entanto, “continuam aguardando uma justa recomposição das suas disponibilidades orçamentárias” que pode se tornar realidade com a aprovação da matéria, conforme observa Rogério Carvalho.

Pacto federativo

A PEC 51/2019 é uma das condições apresentadas pelos governadores ao governo Bolsonaro para recuperar as finanças dos estados. Mas o líder do PSL, senador Major Olímpio (PSL-SP), entende que para fazer uma redistribuição dos recursos, é preciso, primeiro, haver recursos.
— Verifica-se exatamente esse esforço para a votação da reforma da Previdência, que isso possa ser um primeiro passo para destravar a economia e possa ir se concretizando item a item a partir de uma nova Previdência e de um novo cenário orçamentário — disse Major Olímpio.
Rogério Carvalho, por sua vez, afirma que os estados não podem esperar pela reforma e reforça a necessidade da aprovação da proposta de emenda à Constituição.
— Não dá para os estados esperarem até o dia que esta reforma vai acontecer. A gente precisa ter uma solução mais rápida que melhore o desempenho dos estados, principalmente os estados onde mora e reside a população mais pobre do país — afirmou.
Com informações da Rádio Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Na CMO, Guedes condiciona aumento real do salário mínimo à reforma da Previdência


  
14/05/2019, 19h59
Em audiência na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), nesta terça-feira (14), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o salário mínimo poderá ter um reajuste maior do que a inflação se a reforma da Previdência for aprovada. Guedes negou cortes no Ministério da Educação ao anunciar um reforço de R$3 bilhões para a pasta. Em resposta, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que a economia com as novas regras de aposentadoria será ao longo dos anos e não resolverá os cortes na educação superior agora. Na avaliação do senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR), o governo tem outras propostas para tirar o país da crise, além da reforma da Previdência, como privatização de empresas e reforma tributária. A reportagem é da repórter da Rádio Senado, Hérica Christian.

 
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Rose de Freitas aponta irresponsabilidade e omissão no rompimento de barragens


  
Da Redação | 14/05/2019, 20h10
Em pronunciamento em Plenário, nesta terça-feira (14), a senadora Rose de Freitas (Pode-ES) disse que o rompimento de barragens no Brasil é fruto da “irresponsabilidade, ganância e incúria” com que esses empreendimentos são tratados no país.
Na condição de presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho, em curso no Senado, Rose de Freitas defendeu a adoção de novos critérios técnicos e de segurança na construção de barragens, além de investigação rigorosa, sem omissão do Congresso Nacional, para punição dos responsáveis pelo rompimento das barragens.
A senadora lembrou que, até o momento, 240 corpos já foram identificados na tragédia ocorrida no rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), ocorrida em janeiro último, embora ainda existam 30 desaparecidos, além dos prejuízos ambientais e econômicos.
Rose de Freitas ressaltou expedição recente da Fundação SOS Mata Atlântica, segundo a qual não há mais condições de vida aquática em mais de 300 quilômetros do rio Paraopeba. Cálculos do Ibama apontam ainda que o rompimento da barragem de Brumadinho devastou 173 hectares de vegetação nativa e 70 hectares de proteção permanente ao longo dos cursos d’água do município.
— Áreas agricultáveis foram afetadas, e as lavouras, destruídas. A pecuária sofreu danos com a perda de animais. O comércio sentiu o prejuízo de todos os estragos provocados pela tragédia. O setor hoteleiro municipal, que vinha crescendo, foi o que mais sofreu — afirmou.
A senadora destacou ainda que a Vale perdeu mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado logo após a tragédia de Brumadinho, o que gerou a maior perda de mercado de ações brasileiro em apenas um dia.
— Desde o desastre de Mariana, em 2015, tentam nos fazer crer que tudo não passou de acidente, e essa insensibilidade nos deixa estarrecidos. Não foi mero acidente. Episódios com essa dimensão não ocorrem da noite para o dia nem por acaso. Continuamos correndo risco de novas tragédias. As evidências são fortes de que a Vale e órgãos governamentais já teriam conhecimento dos problemas da barragem de Brumadinho — concluiu.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

STJ decide que condomínios não podem proibir pets em casa

BRASIL
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Foto: Reprodução

Em 2016, uma moradora de Samambaia entrou com ação para manter a gata de estimação dentro de casa
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que condomínios não poderão mais proibir animais de estimação. A decisão unânime, divulgada nesta terça-feira (14/5), considera que pets que não coloquem em risco a segurança e tranquilidade dos moradores não poderão mais ser barrados nas unidades residenciais.

O processo começou a tramitar em 2016 quando uma moradora de Samambaia entrou com ação pela Defensoria Pública do DF para manter a gata de estimação dentro de casa. Ela ainda teve o pedido negado em primeira e segunda instâncias.  

Para o ministro Villas Bôas Cuerva, relator da ação, a restrição do condomínio foi ilegítima, porque não demonstrou nenhuma situação em que o gato provocasse prejuízos à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores.  


Fonte: Correio Braziliense