terça-feira, 14 de maio de 2019

CCJ pode aprovar aumento da participação de estados no bolo orçamentário


  
Da Redação | 14/05/2019, 19h54
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) pode votar nesta quarta-feira (15) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51/2019, que aumenta a fatia dos estados no bolo orçamentário. A matéria está na pauta da CCJ e se for aprovada vai à Plenário.
O objetivo da proposta, segundo o autor, senador Lucas Barreto (PSD-AP), é reequilibrar as relações federativas, aumentando em 4,5 pontos percentuais a parcela do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destinada ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE). Para isso, reduz a participação da União de 51% para 46,5%.
O relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), apresentou parecer favorável à aprovação da PEC. No relatório, ele argumentou que “é inegável que convivemos há duas décadas com um processo de reconcentração das receitas tributárias na esfera federal, em clara violação do espírito que animou a Assembleia Constituinte”
Rogério Carvalho acrescentou que estudos da Secretaria da Receita Federal (RFB), mostram que “a arrecadação combinada bruta dos impostos sobre a renda (IR) e sobre produtos industrializados (IPI), como percentual do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 7,2%, em 1990, para 6,6%, em 2017”.
Esses são os tributos partilhados pela União com estados e municípios, por meio dos Fundos de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e dos Municípios (FPM), e dos programas de financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
No mesmo período, explicou o senador, o orçamento da Seguridade Social, que reúne contribuições não partilhadas, passou de 9,3% para 11,4% do PIB. “Somando, os governos estaduais e municipais receberam, ao longo de quase três décadas, muitos bilhões a menos do que tinham idealizado os nobres constituintes”, advertiu o relator.
Ainda pela avaliação do senador, “as prefeituras, pressionadas por uma multiplicidade de tetos e pisos orçamentários fixados por normas federais que tornam a sua gestão orçamentária um desafio constante, minimizaram as suas perdas mediante a elevação em dois pontos percentuais da parcela da arrecadação do IR e do IPI destinada ao FPM”.
Os estados, no entanto, “continuam aguardando uma justa recomposição das suas disponibilidades orçamentárias” que pode se tornar realidade com a aprovação da matéria, conforme observa Rogério Carvalho.

Pacto federativo

A PEC 51/2019 é uma das condições apresentadas pelos governadores ao governo Bolsonaro para recuperar as finanças dos estados. Mas o líder do PSL, senador Major Olímpio (PSL-SP), entende que para fazer uma redistribuição dos recursos, é preciso, primeiro, haver recursos.
— Verifica-se exatamente esse esforço para a votação da reforma da Previdência, que isso possa ser um primeiro passo para destravar a economia e possa ir se concretizando item a item a partir de uma nova Previdência e de um novo cenário orçamentário — disse Major Olímpio.
Rogério Carvalho, por sua vez, afirma que os estados não podem esperar pela reforma e reforça a necessidade da aprovação da proposta de emenda à Constituição.
— Não dá para os estados esperarem até o dia que esta reforma vai acontecer. A gente precisa ter uma solução mais rápida que melhore o desempenho dos estados, principalmente os estados onde mora e reside a população mais pobre do país — afirmou.
Com informações da Rádio Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Na CMO, Guedes condiciona aumento real do salário mínimo à reforma da Previdência


  
14/05/2019, 19h59
Em audiência na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), nesta terça-feira (14), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o salário mínimo poderá ter um reajuste maior do que a inflação se a reforma da Previdência for aprovada. Guedes negou cortes no Ministério da Educação ao anunciar um reforço de R$3 bilhões para a pasta. Em resposta, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que a economia com as novas regras de aposentadoria será ao longo dos anos e não resolverá os cortes na educação superior agora. Na avaliação do senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR), o governo tem outras propostas para tirar o país da crise, além da reforma da Previdência, como privatização de empresas e reforma tributária. A reportagem é da repórter da Rádio Senado, Hérica Christian.

 
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Rose de Freitas aponta irresponsabilidade e omissão no rompimento de barragens


  
Da Redação | 14/05/2019, 20h10
Em pronunciamento em Plenário, nesta terça-feira (14), a senadora Rose de Freitas (Pode-ES) disse que o rompimento de barragens no Brasil é fruto da “irresponsabilidade, ganância e incúria” com que esses empreendimentos são tratados no país.
Na condição de presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho, em curso no Senado, Rose de Freitas defendeu a adoção de novos critérios técnicos e de segurança na construção de barragens, além de investigação rigorosa, sem omissão do Congresso Nacional, para punição dos responsáveis pelo rompimento das barragens.
A senadora lembrou que, até o momento, 240 corpos já foram identificados na tragédia ocorrida no rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), ocorrida em janeiro último, embora ainda existam 30 desaparecidos, além dos prejuízos ambientais e econômicos.
Rose de Freitas ressaltou expedição recente da Fundação SOS Mata Atlântica, segundo a qual não há mais condições de vida aquática em mais de 300 quilômetros do rio Paraopeba. Cálculos do Ibama apontam ainda que o rompimento da barragem de Brumadinho devastou 173 hectares de vegetação nativa e 70 hectares de proteção permanente ao longo dos cursos d’água do município.
— Áreas agricultáveis foram afetadas, e as lavouras, destruídas. A pecuária sofreu danos com a perda de animais. O comércio sentiu o prejuízo de todos os estragos provocados pela tragédia. O setor hoteleiro municipal, que vinha crescendo, foi o que mais sofreu — afirmou.
A senadora destacou ainda que a Vale perdeu mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado logo após a tragédia de Brumadinho, o que gerou a maior perda de mercado de ações brasileiro em apenas um dia.
— Desde o desastre de Mariana, em 2015, tentam nos fazer crer que tudo não passou de acidente, e essa insensibilidade nos deixa estarrecidos. Não foi mero acidente. Episódios com essa dimensão não ocorrem da noite para o dia nem por acaso. Continuamos correndo risco de novas tragédias. As evidências são fortes de que a Vale e órgãos governamentais já teriam conhecimento dos problemas da barragem de Brumadinho — concluiu.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

STJ decide que condomínios não podem proibir pets em casa

BRASIL
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Foto: Reprodução

Em 2016, uma moradora de Samambaia entrou com ação para manter a gata de estimação dentro de casa
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que condomínios não poderão mais proibir animais de estimação. A decisão unânime, divulgada nesta terça-feira (14/5), considera que pets que não coloquem em risco a segurança e tranquilidade dos moradores não poderão mais ser barrados nas unidades residenciais.

O processo começou a tramitar em 2016 quando uma moradora de Samambaia entrou com ação pela Defensoria Pública do DF para manter a gata de estimação dentro de casa. Ela ainda teve o pedido negado em primeira e segunda instâncias.  

Para o ministro Villas Bôas Cuerva, relator da ação, a restrição do condomínio foi ilegítima, porque não demonstrou nenhuma situação em que o gato provocasse prejuízos à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores.  


Fonte: Correio Braziliense

Para ministro da Economia, ‘caminho da prosperidade’ depende de reforma da Previdência


  
Da Redação | 14/05/2019, 20h21
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (14) que o Brasil só alcançará o “caminho da prosperidade” com a aprovação de reformas, especialmente a da Previdência (PEC 6/2019), e com privatizações. Ele compareceu à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) para debater o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020.
O projeto de LDO (PLN 5/2019) prevê que o salário mínimo será reajustado para R$ 1.040 no próximo ano, sem ganho real (acima da inflação).
— Estamos mantendo o poder de compra do salário mínimo, observando o que está acontecendo, se temos reforma, se há espaço fiscal, fazendo movimentos com cautela — disse Guedes. O governo deve definir até dezembro se haverá uma nova regra para os reajustes. 

Em relação à meta fiscal para 2020, a proposta do Executivo aponta deficit primário pelo sétimo ano consecutivo - de R$ 124,1 bilhões para o governo central, que abrange as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. Ao apresentar os dados, o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, afirmou que a previsão é de “arrocho” anual nas despesas da ordem de 0,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) – o projeto de LDO prevê um plano de revisão de benefícios tributários dessa magnitude até 2022.

O ministro da Economia defendeu o controle dos gastos:
— Se retirar o teto de gastos, a taxa de juros vai para 10%, 15%. É um dilema terrível, tentar o corte de gastos não em cima dos mais pobres, mas nos subsídios, nas desonerações. Vamos chegar lá, mas tem um gasto que é galopante e engole tudo: a Previdência, que não tem solução — disse Guedes.
Em resposta ao deputado Cacá Leão (PP-BA), relator do projeto da LDO, Guedes afirmou que o bloqueio de 30% nas despesas discricionárias das universidades federais é prudencial e poderá ser revisto até o final do ano, se houver aumento da arrecadação. Já o senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR), relator do próximo Plano Plurianual (PPA), elogiou o “realismo fiscal” da atual gestão.

Reforma tributária

Paulo Guedes concordou com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) que as deduções com saúde e educação obtidas pelos contribuintes no Imposto de Renda são elevadas, mas lembrou que o abatimento desse tipo de despesa foi criado e aprovado pelo Legislativo. De acordo com o projeto de LDO, essas deduções representarão o sexto maior gasto tributário em 2020 (R$ 22 bilhões).
O ministro da Economia afirmou ainda que o governo pretende fazer uma reforma tributária, para simplificar o sistema. Além disso, Guedes defendeu uma mudança no pacto federativo, de forma a redividir os recursos federais com estados e municípios.

Regra de ouro

Paulo Guedes também foi questionado sobre o projeto de crédito suplementar (PLN 4/2019), em que o governo pede autorização ao Congresso para quitar R$248,9 bilhões em despesas correntes por meio de operações de crédito. O assunto já havia sido discutido pela CMO durante a manhã, em audiência pública que durou mais de três horas. O Tesouro Nacional informou que, até o momento, o governo precisa de pelo menos R$ 146,7 bilhões oriundos de operações de crédito.
A Constituição proíbe a realização de operações de crédito (emissão de títulos públicos) que excedam o montante das despesas de capital (investimentos e amortizações de dívida). A chamada “regra de ouro” só pode ser contornada por meio de créditos suplementares ou especiais com finalidade específica e aprovados em sessão conjunta do Congresso por maioria absoluta – pelo menos 41 senadores e 257 deputados –, daí o projeto apresentado pelo Executivo.
O ministro da Economia disse acreditar que o Congresso aprovará a proposta. Caso contrário, não haverá recursos para pagar aposentadorias e pensões, recursos para financiar a próxima safra, benefícios sociais para idosos carentes e Bolsa Família.
— Se não aprovar, o Congresso terá travado esses gastos. É uma decisão que cabe aos senhores, deputados e senadores.
A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) é presidida pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Da Agência Câmara Notícias
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)