domingo, 28 de abril de 2019

Japão decreta feriado de dez dias pela mudança de imperador

MUNDO
Até 6 de maio, escolas e bancos ficarão fechados, além de órgãos do governo.
Quase 25 milhões de pessoas devem viajar durante o feriado, de dez dias, diz uma agência de viagens. — Foto: Kazuhiro Nogi/AFP
Começa neste sábado (27) no Japão um feriado de dez dias, decretado por causa da mudança de imperador marcada para a próxima terça (30). Até o dia 6 de maio, bancos, escolas, creches e órgãos oficiais não vão funcionar. Vários estabelecimentos comerciais também ficarão fechados, segundo a agência de notícias Reuters.
O atual monarca, Akihito, de 85 anos, vai abdicar em favor do filho, Naruhito, e, a partir de 1º de maio, o país terá uma nova era imperial, a Reiwa. Akihito reina há três décadas.
O feriado, que segundo a Reuters é inédito na duração, deve impulsionar a economia japonesa: 24,7 milhões de pessoas devem viajar — a maioria deles, 24 milhões, para destinos dentro do país, segundo a agência de viagens JTB Corp. O número é 1,2% mais alto que o do mesmo período no ano passado, diz o jornal "The Japan Times".
O imperador Akihito, de 85 anos, vai abdicar do trono na próxima terça (30). — Foto: Kim Kyung-Hoon/Pool/AFPO imperador Akihito, de 85 anos, vai abdicar do trono na próxima terça (30). — Foto: Kim Kyung-Hoon/Pool/AFPO imperador Akihito, de 85 anos, vai abdicar do trono na próxima terça (30). — Foto: Kim Kyung-Hoon/Pool/AFP
"Os japoneses estão em clima festivo, com o início da era imperial e a pausa de 10 dias", afirmou Yoshiie Horii, porta-voz do fabricante de cerveja Asahi Group, que está aumentando a produção de várias marcas em 5 a 10 % antes do feriado. "Achamos que esse feriado vai estimular os gastos do consumidor", disse.
Nesta época do ano, o Japão já tem um "aglomerado" de feriados nacionais, a chamada "Semana Dourada". Neste ano, as autoridades do país declararam férias estendidas para comemorar a sucessão imperial. E, como a mudança se dá pela abdicação, e não pela morte, de Akihito, os japoneses não têm a necessidade de conter-se por causa do luto, diz a Reuters.
Para marcar a nova era, lojas de departamento em Tóquio planejam oferecer quantidades limitadas de itens comemorativos no dia 1º de maio, diz a Reuters, incluindo doces tradicionais com “Olá, Reiwa” e confeitos polvilhados.
Vendedora segura placa com o nome da nova era imperial japonesa, Reiwa, em uma empresa de bonecas japonesa em Tóquio, no dia do anúncio, em 1º de abril. — Foto: Satoru Yonemaru/Kyodo News via APVendedora segura placa com o nome da nova era imperial japonesa, Reiwa, em uma empresa de bonecas japonesa em Tóquio, no dia do anúncio, em 1º de abril. — Foto: Satoru Yonemaru/Kyodo News via APVendedora segura placa com o nome da nova era imperial japonesa, Reiwa, em uma empresa de bonecas japonesa em Tóquio, no dia do anúncio, em 1º de abril. — Foto: Satoru Yonemaru/Kyodo News via AP
Nem todos os japoneses estão felizes com as férias, entretanto. Alguns não sabem o que fazer com um período tão longo sem trabalhar, e houve quem se queixasse da falta de acesso a serviços públicos e banheiros, ou de não ter onde deixar as crianças por causa dos feriados. Já para os que trabalham na indústria de serviços, por exemplo, o feriado estendido pode significar horas extras, diz o jornal "The Japan Times".
Alguns analistas temem, entretanto, que qualquer aumento no consumo provavelmente seja seguido de uma queda, o que tornaria o impacto insignificante, diz a Reuters.
"Um aumento de gastos, se houver, será de curta duração", disse Masaki Kuwahara, economista sênior da Nomura Securities.
Os fabricantes geralmente não esperam que as férias mais longas causem um grande impacto. A Toyota, por exemplo, diz que as usinas normalmente ficam fechadas por nove dias durante a Semana Dourada, e está fazendo o mesmo este ano.

G1

Xenofobia preocupa governo peruano

MUNDO
Resultado de imagem para Xenofobia preocupa governo peruano
Embora em índices menores que no vizinho Equador, a xenofobia já preocupa autoridades peruanas, migratórias e a comunidade venezuelana no Peru. De acordo com uma pesquisa feita pelo instituto Ipsos, 55% dos moradores de Lima são contra a chegada de mais venezuelanos ao país. 

A cidade, segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM), recebe 65% dos imigrantes venezuelanos que chegam. A maioria aponta o medo de perder o emprego e o fato de os refugiados aceitarem trabalhar por salários menores como motivo para ser contra receber os que fogem do chavismo. 

Jonathan Terán saiu de Barinas, terra natal de Hugo Chávez, com mulher e filho pequeno e o sonho de chegar à Argentina. Atravessou a pé, de carona e com o pouco dinheiro que conseguia com bicos, boa parte de Venezuela, Colômbia e Equador até chegar a Tumbes, no norte do Peru, onde encontrou um abrigo para refugiados. Ali, um grupo de peruanas emboscou sua mulher para agredi-la com paus e pedaços de pedra. Acharam que ela era uma venezuelana que havia "roubado" o marido de uma peruana da cidade. 

"Confundiram ela com outra moça e começaram a agredi-la. Deixaram uma cicatriz em seu rosto", contou Terán, que vive em um abrigo de Lima mantido pela Igreja em parceria com a ONU. "Minha mulher tem muito medo. Não quer nem ouvir falar da possibilidade de viver aqui depois do que aconteceu."

Iris, a mulher, não quer falar nem ser fotografada. Apenas brinca no abrigo com o filho do casal, de pouco mais de 1 ano. A magreza é nítida nos dois. "Já não conseguíamos mais sobreviver nem ter dinheiro para comer", diz Terán. "Saímos da Venezuela por isso."

Com direito a mais cinco dias de albergue - o máximo permitido é 15 dias -, Terán e a mulher não sabem como será o futuro. Viver no Peru não é uma opção, mas ambos não têm recursos para seguir viagem rumo ao Chile. "Está ficando difícil encontrar trabalho aqui", disse o mecânico. "A documentação também tem sido complicada."

Veronika Guerra é garçonete e trabalha num restaurante venezuelano no bairro de Miraflores, em Lima. No Peru há um ano, ela também já foi vítima da violência. No ano passado, acordou cedo para tirar a permissão de permanência temporária, o PTP, exigida pelo governo peruano para viver no país. Sabendo da má fama de alguns taxistas, associados por trapaças, roubos e agressões, principalmente contra mulheres, ela optou por um motorista do aplicativo Uber. Em vão. 

"Ele seguiu um caminho diferente do que deveria e tentou me roubar. Quando viu que eu não tinha dinheiro, tentou me violentar", disse. "Comecei a gritar e um carro que passava parou para ver o que estava acontecendo. Foi a minha sorte."

Indicado pelo líder opositor Juan Guaidó para ser seu representante diplomático em Lima, Carlos Scull reconhece a xenofobia como um dos grandes problemas da comunidade venezuelana no Peru. "Temos organizado programas em parceria com o governo para orientar a comunidade local a se capacitar para buscar empregos e ter maior segurança", disse Scull. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Guindaste de construção desaba nos EUA e deixa mortos; FOTOS

MUNDO
Causas do desabamento são desconhecidas. Estrutura danificou prédio e esmagou carros.
Por G1
  Guindaste caiu sobre prédios e carros em Seattle, nos EUA, neste sábado (27) — Foto: Chelsea Oughton via AP
Um guindaste usado em canteiro de obras desabou neste sábado (27) em Seattle, no noroeste dos Estados Unidos. Quatro pessoas morreram, segundo os bombeiros. Ao menos oito ficaram feridas, e três delas precisaram de atendimento no hospital.
Na queda, a estrutura atingiu prédio e esmagou cinco carros na rua. Até as 20h40 deste sábado, não se sabia o motivo do desabamento do guindaste. Autoridades continuam no local.
Carros destruídos por queda de guindaste em Seattle neste sábado (27). Quatro morreram — Foto: Alan Berner/The Seattle Times via APCarros destruídos por queda de guindaste em Seattle neste sábado (27). Quatro morreram — Foto: Alan Berner/The Seattle Times via APCarros destruídos por queda de guindaste em Seattle neste sábado (27). Quatro morreram — Foto: Alan Berner/The Seattle Times via AP
Bombeiros isolam área onde guindaste caiu em Seattle, nos EUA. Prédios ficaram danificados — Foto: @SeattleFire/Twitter/ReproduçãoBombeiros isolam área onde guindaste caiu em Seattle, nos EUA. Prédios ficaram danificados — Foto: @SeattleFire/Twitter/ReproduçãoBombeiros isolam área onde guindaste caiu em Seattle, nos EUA. Prédios ficaram danificados — Foto: @SeattleFire/Twitter/Reprodução
Segundo o jornal "Seattle Times", dois dos mortos eram operadores do guindaste. As duas outras vítimas estavam cada uma em um dos carros esmagados pela estrutura.
Entre os feridos, há uma mulher de 25 anos e o filho, um bebê. Ambos foram levados ao hospital e passam bem. Um homem de 28 anos se feriu com maior gravidade, segundo fontes locais, mas também recebeu atendimento hospitalar e não corre risco de morrer. Outras pessoas receberam atendimento no local do acidente.

G1

Brasil tem taxa de aprisionamento superior à maioria dos países do mundo

BRASIL
Somos a 26ª maior média entre 222 países/territórios, segundo a ‘World Prison Brief’, base de dados da Universidade de Londres
Do g1:
O Brasil é um dos países que mais prendem no mundo.
Levantamento feito pelo G1 mostra que o país tem hoje 704.395 presos – o que equivale a 335 encarcerados a cada 100 mil habitantes. O índice coloca o país na 26ª colocação em uma lista com outros 221 países e territórios. Se for levado em conta apenas o número bruto, o país figura na 3ª posição.
A base de dados, intitulada “World Prison Brief”, é feita pelo Institute for Criminal Policy Research, da Universidade de Londres, e tem os dados mais atualizados de cada local.
Apesar da média nacional, há índices bastante discrepantes entre os estados brasileiros. Enquanto a Bahia possui a menor taxa do país (com 105 presos a cada 100 mil habitantes) – similar ao de países como Itália, Romênia e França –, o Acre possui uma taxa de 897 por 100 mil – maior que a de qualquer país da lista. Os Estados Unidos, que aparecem na 1ª colocação, por exemplo, têm um índice de 655 presos a cada 100 mil pessoas.

Oposição anuncia acordo com militares no Sudão

MUNDO
Grupos concordaram em formar conselho de transição conjunto. Militares vinham tentando controlar processo de transferência de poder desde a queda do ex-ditador Omar al-Bashir.

Manifestantes protestam em Cartum, capital do Sudão, em abril — Foto: Umit Bektas/Reuters
A equipe de negociação das Forças de Liberdade e Mudança, principal grupo de oposição do Sudão, anunciou no sábado (27/04) que chegou a um princípio de acordo com o Conselho Militar de Transição, que está no poder desde a queda do ex-ditador Omar al-Bashir.
As partes concordaram em formar um conselho soberano conjunto, integrado por militares e civis, em um governo de transição. Na segunda-feira, os dois grupos discutirão o percentual de participação no órgão. Nesse ponto, as negociações devem ser marcadas por dificuldades.
Uma fonte da oposição afirmou que as Forças de Liberdade e Mudança querem que o conselho tenha 15 membros, sendo oito deles civis. No entanto, a Junta Militar que governa o país quer que o órgão seja composto por 10 pessoas e que sete sejam integrantes das Forças Armadas do Sudão.

Sudão pós-Bahir

O princípio de acordo ocorreu depois de a equipe de negociação da oposição ter aceitado o convite feito pelos militares para tentar encontrar uma solução para a crise que abala o país e que provocou o golpe que destituiu Bashir no último dia 11 de abril.
O encontro ocorreu após uma semana de protestos da oposiçãocontra os militares para exigir a formação de uma equipe de transição para devolver o comando do país a um governo civil.
Apesar do acordo, o líder do partido opositor Al Umma, o ex-primeiro-ministro Sadiq al-Mahdi, pediu que a população mantenha os protestos em frente ao principal quartel militar do país.
Os protestos no país começaram em dezembro após uma piora da situação econômica do país, que enfrenta uma crescente alta dos preços dos produtos básicos e dos combustíveis. A repressão provocou a morte de mais de 50 pessoas. Centenas ficaram feridas e milhares foram presas, mas libertadas depois que o Conselho Militar Transitório assumiu o poder.
Protestos no Sudão começaram no dia 19 de dezembro por conta dos altos preços do pão. — Foto: Igor Estrella/Arte G1Protestos no Sudão começaram no dia 19 de dezembro por conta dos altos preços do pão. — Foto: Igor Estrella/Arte G1
Protestos no Sudão começaram no dia 19 de dezembro por conta dos altos preços do pão. — Foto: Igor Estrella/Arte G1
Inicialmente, a queda do ex-ditador foi celebrada pelos manifestantes, mas as primeiras medidas tomadas pela junta que assumiu o poder logo levantaram o temor de que o antigo regime estava sendo substituído por uma nova ditadura militar e que a queda de Bashir não passou de uma disputa interna pelo poder.
Após assumirem o poder, os militares anunciaram que pretendiam formar um governo de transição liderado por um "conselho” militar com validade de dois anos. Eles também suspenderam a Constituição e impuseram um toque de recolher no país entre 22h e 4h, com duração de um mês. A junta também decidiu não entregar Bashir ao Tribunal Penal Internacional (TPI). O ex-ditador é acusado de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito armado da região de Darfur.
Líderes dos protestos civis logo classificaram os membros da junta de "os mesmos velhos rostos" do antigo regime. Khalid Omer, que lidera o oposicionista do Partido do Congresso Sudanês, expressou sua desconfiança em entrevista à DW "Eles (a junta militar) estão tentando roubar a revolução. Se você quiser iniciar um diálogo genuíno, não suspenderá a Constituição", disse.
Como resultado, os manifestantes continuaram a ocupar as ruas, redirecionando sua insatisfação contra as medidas anunciadas pela junta e exigindo a transferência do poder a uma autoridade civil.

FONTE:Deutsche Welle