sexta-feira, 22 de março de 2019

Museu da Diversidade Sexual é pioneiro na América Latina


Equipamento recebeu mais de 250 mil visitantes; programa de itinerância do acervo já atingiu mais de 60 mil pessoas no interior e litoral
Qui, 21/03/2019 - 20h07 | Do Portal do Governo
Primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à temática LGBT+, o Museu da Diversidade Sexual foi criado em maio de 2012 a partir de uma demanda do público que historicamente, por sofrer preconceito, não possuía nenhum espaço para preservar sua memória e visibilizar sua produção cultural.
De acordo com o diretor do Museu, Franco Reinaudo (foto acima), a missão do espaço é preservar o patrimônio social, político e cultural da comunidade LGBT do Brasil por meio da pesquisa, contribuindo para a educação e promoção da cidadania.
“Espera-se, com isso, propiciar maior visibilidade à diversidade sexual, auxiliar no entendimento de suas especificidades para promover a cidadania desta população e sua inclusão social”, afirma Reinaudo.
As atividades culturais, educativas e expositivas do MDS têm foco especialmente nas identidades de gênero, orientações sexuais e expressões de gênero das minorias sexuais para estabelecer um espaço de convivência, manutenção da memória da população LGBT e potencializar estudos acerca da diversidade sexual.
O Museu promove três exposições anualmente, sempre com temas abrangentes que são escolhidos a partir da escuta da comunidade LGBTI+. A ocupação do espaço também se dá através de chamamentos públicos como a Mostra DIVERSA que seleciona projetos com a temática da diversidade de todo o Brasil e acontece a cada dois anos.
Para o estudante Wilian Ribeiro, de 22 anos, o Museu é essencial para a sociedade. “É importante falar sobre respeito. Temos que respeitar todo mundo, independente de qualquer coisa. Esse museu me representa. E eu não me sinto representando em muitos lugares”, revela.
Desde sua abertura, a Instituição já recebeu mais de 250 mil visitantes. O programa de itinerância de seu acervo já atingiu mais de 60 mil pessoas em cidades do interior e litoral do Estado. Em 2014 o São Paulo Convention & Visitors Bureau reconhece o Museu como marco cultural.
Já em 2016, a Swedish Exhibition Agency do governo da Suécia reconheceu a importância do MDS como espaço de relevância na preservação da Memória LGBT simultaneamente aos centros de Berlin e São Francisco. No mesmo ano, a ONU fez uma parceria na exposição “Sonhar o Mundo”, sobre direitos humanos.
O programa +Orgulho criado em 2017 pelo Museu e APAA em parceria com a Secretaria da Cultura e Economia Criativa, em duas edições, atingiu 153.100 pessoas em 22 municípios, se transformando em exemplo de política pública de promoção da cidadania da população LGBTI+.

USP e Catedral Evangélica de SP inauguram órgão de tubos


Para marcar a novidade na parceria, será promovido um festival com convidados especiais entre os meses de março e junho
Qui, 21/03/2019 - 20h32 | Do Portal do Governo

USP e Catedral Evangélica de SP inauguram órgão de tubos
A Universidade de são Paulo (USP) e a Catedral Evangélica de São Paulo inauguram, na próxima sexta-feira (22), o novo órgão de tubos cedido pela instituição de ensino e instalado na sede da instituição religiosa, na capital.
O órgão, fabricado pela empresa Gerhard Grenzing, é composto por cinco corpos, 3.400 tubos de metal e 175 tubos de madeira. A solenidade será marcada por um concerto especial, fechado para convidados. Na cerimônia, serão apresentadas a Tocata e Fuga em Ré Menor, de J.S. Bach; trechos de “O Messias”, de G.F. Händel; e a Sinfonia nº 3, de C. Saint-Saëns.
O concerto contará com a participação da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) e do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência de Valentina Peleggi, tendo como solista o organista e professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, José Luís de Aquino.
No sábado (23), uma nova apresentação, com o mesmo repertório, dará início à série de concertos gratuitos e abertos ao público, que serão realizados às sextas, sábados e domingos, entre os meses de março e junho. A programação inclui a participação de convidados especiais.
À exceção dos concertos iniciais, não haverá necessidade da retirada de ingressos. A Catedral está localizada na Rua Nestor Pestana, 136/152, no bairro da Consolação, em São Paulo. O local tem capacidade para 650 pessoas.
Incentivo à música
A cessão do órgão de tubos da USP para a Catedral Evangélica foi formalizada por meio de um convênio, assinado em setembro de 2017, envolvendo as duas instituições e a Fundação Mary Harriet Speers – responsável pelo aporte financeiro do projeto – com o objetivo de apoiar, incentivar, assistir, desenvolver e promover a cultura, a educação e tornar a música acessível para parcelas maiores e mais carentes da população.
O acordo abarca a montagem, instalação, utilização e manutenção do órgão. Também estabelece a elaboração e promoção de programas de incentivo à música e de educação musical.
Além disso, a parceria com a Escola de Comunicações e Artes (ECA) permitirá o desenvolvimento de atividades didático-acadêmicas com alunos e docentes do Departamento de Música da Escola e, por seu intermédio, com professores e estudantes vinculados às universidades e escolas de música do Estado de São Paulo.
O órgão foi adquirido pela universidade em 2013 e, inicialmente, seria instalado no Centro de Convenções, no campus de São Paulo. Entretanto, por conta das restrições orçamentárias da universidade e da suspensão das obras, o processo de construção do centro foi interrompido.
No fim de 2015, o Conselho Universitário havia aprovado a instalação do instrumento na Catedral Metropolitana de São Paulo, na Praça da Sé, o que não se efetivou por questões de ordem técnica. Em julho de 2017, o grupo aprovou a cessão à Catedral Evangélica.

Hospital Infantil alerta as famílias sobre a leptospirose e os cuidados no período chuvoso em Rondônia

COSME E DAMIÃO

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21 de março de 2019 | Governo do Estado de Rondônia
Crianças podem ser contaminadas com doenças graves e sofrer afogamento no contato com áreas alagadas e chuvas.

O período chuvoso em Rondônia, chamado de verão amazônico, inicia em outubro e segue até abril, onde começa a transição para o período de seca. Na reta final das chuvas mais intensas, os índices pluviométricos continuam acima da média e preocupam a rede de saúde do Estado. Em fevereiro, mais de seis mil crianças foram atendidas no Hospital Infantil Cosme e Damião. Para alertar as famílias, as recomendações são reforçadas acerca dos riscos de doenças e acidentes ocasionados nas brincadeiras na chuva ou mesmo dentro de casa, em áreas alagadas.
O Hospital Infantil da rede estadual de saúde é referência em atendimentos pediátricos de urgência e emergência, abrangendo também pela proximidade territorial outros estados e países, como a Bolívia. Com as chuvas em maior ascendência, os riscos de doenças são diversos, como a hepatite A e doenças diarreicas, mas a preocupação maior é com a leptospirose, doença causada por uma bactéria presente na urina do rato, que demanda evitar o contato sem proteção com as águas decorrentes das chuvas e enchentes. Outro fator que preocupa os profissionais de saúde e exige cuidados redobrados é com as áreas alagadas, a visibilidade nas ruas fica comprometida, tornando difícil enxergar o que está embaixo, ocasionando acidentes por submersão, levando ao afogamento.

“Evitar, não é pra brincar. Os pais devem impedir a brincadeira dos filhos nas águas, no período chuva”, alertou o diretor técnico do Cosme e Damião, o pediatra Daniel Pires de Carvalho.

Daniel Pires de Carvalho é pediatra e diretor técnico do Hospital Infantil Cosme e Damião.
Até o momento não foi registrado nenhum caso de leptospirose ou doença relacionada à água da chuva no Hospital, mas o alerta é válido para conscientização dos pais e responsáveis quanto aos sintomas, que envolvem vômito, diarreia, febre alta, dor no corpo, principalmente na panturrilha, pele e olho de cor amarelada, que exige tratamento urgente, podendo causar morte se não diagnosticado oportunamente.
O tratamento para a leptospirose é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e todo pediatra está habilitado a iniciá-lo. Por ser uma doença infectocontagiosa, pode afetar órgãos de forma agressiva, então o tratamento é realizado com antibiótico e internação, em casos de suspeita ou confirmação da doença, afim de observar a criança, pois sugere maiores cuidados, para evitar o óbito.
“Dependendo do estágio da doença, é possível reverter, por isso é importante com qualquer sintoma ou dúvida devido ao contato com água da chuva, que o responsável procure uma unidade de saúde da rede da prefeitura, mais próxima, para que seja feita a triagem, fazendo o diagnóstico diferencial. É importante a avaliação médica primária, e conforme a situação e gravidade do caso, o médico encaminha ao Hospital Cosme e Damião para proceder com o tratamento”, explicou o diretor técnico, recomendando que as famílias procurem as unidades de saúde próximas às suas residências, para evitar riscos de peregrinação e receber os primeiros atendimentos direcionados.
Rose de Oliveira trabalha como cuidadora de crianças e a preocupação com a saúde delas é prioridade, principalmente porque tem um filho de nove anos. Pedro Leonardo tem crises de bronquite asmática e recebeu atendimento no Cosme e Damião. A mãe, que mora na Zona Leste de Porto Velho, não se limita a aconselhar sobre os riscos de contaminações e proibir brincadeiras nas chuvas. “Ele não pode ver a chuva e quer sair para brincar. Todo cuidado é pouco, ele é meu caçula, eu nunca deixo ele sair, pois é muito perigoso. Explico pra ele e ele me entende”, contou Rose.
Rose redobra os cuidados com o filho, proibindo brincadeiras na chuva.
Em fevereiro deste ano, foram atendidas 6.630 mil crianças no hospital, sendo que quase 90% dos casos foram de atenção básica, aqueles que podem ser tratados nas unidades básicas de saúde, evitando a lotação no hospital e permitindo atenção aos pacientes em estados de urgência e emergência, conforme é referenciado para atendimentos de casos graves que necessitam de internação, UTI pediátrica e unidade de cuidados intermediários, como crianças com instabilidade clínica que precisam de atendimento especializado.
Para a limpeza em casos onde a residência foi invadida pela chuva, o ambiente deve ser limpo com água sanitária, bem como as caixas d’águas devem ficar tampadas, e o cuidado na utilização de água da cisterna deve ser maior, pois pode estar potencialmente contaminada. Por isso, a população deve seguir as orientações dos agentes de saúde, para garantir a limpeza da água, antes de ingestão ou contato.
“Importante para todos, principalmente crianças, evitar a automedicação, tem que procurar a assistência médica, só o médico vai poder identificar e tratar as doenças em tempo oportuno e identificar a gravidade da situação. Por isso a importância de procurar o atendimento. Saúde é um direito de todos e um dever do Estado, temos que fazer cumprir”, finalizou o diretor.
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Fonte
Texto: Gaia Bentes
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia

Certidão de tempo de contribuição de servidores deve ser solicitada junto à Segep

SERVIÇO


21 de março de 2019 | Governo do Estado de Rondônia


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Após o convênio entre o Governo do Estado e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Rondônia, assinado em setembro de 2018, o acesso à certidão de tempo de serviço solicitado pelos servidores estaduais ativos tem sido muito rápido e deve ser requerida junto à Superintendência Estadual de Gestão de Pessoas (Segep). Segundo o superintendente, Júlio Martins Figueiroa Faria, a média de certidões emitidas é de 25 por dia.
Figueiroa explica o passo para a solicitação. “Um dos principais motivos para a solicitação da certidão de tempo de serviço é a intenção de aposentadoria. Todos os servidores da ativa estão implantados no sistema do e-Estado e atualizados pelos seus RHs de origem podem ter o documento emitido em minutos. A responsabilidade dessa atualização digital é do recursos humanos de cada secretaria, inclusive com afastamentos, licenças prêmios, tudo relacionado à ficha funcional dos servidores”, conta.
Os que já estão inativos ou são já do quadro federal, tem outro nível de requerimento. “Ele tem que vir no Serviço de Atendimento ao Servidor (SAS), que fica dentro do Núcleo de Cadastro de Pessoal (NCP) e requerer a certidão, o que pode ser feito de próprio punho ou pelo servidor que faz o atendimento. O RH de origem também pode solicitar diretamente para o NCP, desde que montado o processo e encaminhado para a análise”.
Para os servidores antigos, que ainda estão fora do sistema, a pesquisa é realizada no Cadastro Geral, onde ficam as pastas físicas. “Ainda estamos adquirindo equipamentos para digitalizar esses arquivos, mas por enquanto esses casos são trabalhados manualmente, e ainda demanda tempo para a pesquisa, girando em torno de até 6 meses para se obter o documento”, diz o superintendente da Segep.
O alerta para os servidores que pretendem agendar o atendimento no INSS para dar entrada no processo de aposentadoria, que busquem o RH de suas secretarias ou o SAS da Segep para solicitar antecipadamente a certidão de tempo de serviço. “É preciso ter essa documentação em mãos para que o INSS faça o trabalho dele em relação à aposentaria de acordo com as informações reunidas na certidão de tempo de serviço do servidor”.
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Fonte
Texto: Vanessa Farias
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia

Na troca de saberes, indígenas Karitiana revelam que consomem água de árvores e cipós


DIA MUNDIAL DA ÁGUA


21 de março de 2019 | Governo do Estado de Rondônia



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Indígenas Karitiana bebem água fresca e pura, de cipós e árvores amazônicas, mas estão temerosos com a iminente destruição de seu maior patrimônio no interior do município de Porto Velho, pelos mesmos interesses de madeireiros em espécies nobres de madeira no território Uru-eu-au-au, conhecido por alta diversidade biológica.
Isolados na floresta e no campo da aldeia central a 40 quilômetros da BR-364 e a cerca de 100 Km de Porto Velho, no sentido Guajará-Mirim, os Karitiana são acessados pelo ramal Maria Conga. “Sede de água boa, aqui, ninguém passa”, orgulha-se o cacique Antônio José Karitiana, 44 anos. Ele e outros descendentes de antigos chefes desse povo, só lamentam a perda do professor dos remédios e dos bens oferecidos pela floresta: o pajé Sizino mudou-se para Candeias do Jamari, a 18 quilômetros de Porto Velho. É um dos últimos pajés no estado.
Reunidos terça-feira (19) no pátio da Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio Kyowã, eles participaram de breves palestras feitas por integrantes da coordenadoria de educação ambiental da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), em comemoração ao Dia da Água (22 de março).
Aonde morre o desperdício, nasce a vida – estampava um banner levado pela coordenadoria. Outro, alertava: Economizar água é fácil, difícil é ficar sem!
Sororoca, abundante em Rondônia
Os Karitiana não desperdiçam água, entretanto, querem saber como aproveitar da melhor maneira possível igarapés que cortam sua floresta, e a melhor maneira de utilizar água de poço.
“Meus filhos todos nasceram na aldeia, e conhecem o valor da água”, comentou Luiz Carlos Karitiana, 40, quatro filhos. E disse sorridente nomes e idades de cada um: Marlúcia, 22, Vanderlúcio, 21, Emília, 14, e Luiz Carlos, 3.
Mas todo cuidado do mundo ainda é pouco, e isso Luiz Carlos captou, ouvindo atentamente a palestra do geógrafo Anderson Alves, alertando-os para o perigo de embalagens de produtos e diversos lixos jogados no chão e em rios distantes do asfalto das cidades.
O tenente Lopes e o cabo Jeferson, ambos do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) sediado em Candeias do Jamari, abriram o encontro. Nos pilares, entre outros banners, havia um bem didático: o mapa da hidrologia nos continentes, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Dirigindo-se ao cacique Antônio, o tenente Lopes pediu-lhe parceria para fiscalizar ilícitos na região. “Ela será tão importante quanto outras que temos com a Sedam e universidades”, enfatizou.
“Precisamos deixar a natureza pronta para os que vierem depois de nós”, apelou por sua vez o sargento do BPA e atualmente funcionário da coordenadoria de educação ambiental da Sedam, Fábio França.
O tenente Lopes explicou aos Karitiana que o Centro de Recuperação de Áreas Degradadas oferece mudas para reflorestamento, no âmbito do BPA.
O geógrafo Anderson Alves lembrou a Declaração Universal do Direito das Águas, a sua origem no planeta e a sua importância para a humanidade, desde a formação das primeiras cidades do Mediterrâneo. Explicou ainda a diferença entre água potável e água mineral, água doce e água salgada.

“Pra mim, a melhor água é a da raiz da árvore”, disse-lhe o cacique Antônio.

O cacique perguntou-lhe a respeito o uso da água da chuva. Ele aprovou prontamente, explicando que, quando recolhida diretamente em vasilhas limpas ou de plantas, normalmente pode ser ingerida sem purificação.
Luiz Carlos perguntou como tratar água barrenta. Anderson lembrou o exemplo nordestino, sugerindo a decantação que separa o material leve do pesado, porém, alertou: “O silte (fragmento de mineral ou rocha menor do que areia fina e maior do que argila) não decanta”. Em seguida, comentou o depósito de mercúrio no rio Madeira, por garimpos de ouro: “O metal se concentra no peixe, se tornando perigoso para a fauna ictiológica e para o ser humano.”
Segundo Anderson, a água de poços (ou cacimbas) não possui contaminantes, mesmo assim, defendeu a precaução de todos, sugerindo-lhes requerer à Sedam exames de laboratório para qualquer amostra d’água no território da aldeia central.

SOROROCA E SAMAÚMA
Samaúma, maior árvore amazônica
Encontrados na Amazônia Brasileira, os cipós cruz (ou cruzeiro), cipó d’água e a gigantesca samaúma têm água em abundância. Enquanto águas de rios e igarapés possuem microorganismos nocivos à saúde e precisam ser filtradas antes de bebidas, cipós cortados ao meio pingam água limpa.
Sororoca , uma planta semelhante à bananeira, também é encontrada na TI Karitiana e noutras regiões rondonienses. Nela, basta um furo na base da haste para recolher a água acumulada.
Além de servir de prato para servir refeições, tem utilização medicinal: devidamente limpa com soro fisiológico, suas folhas servem para proteger contra infecção para vítimas de queimaduras, uma vez que não aderem aos ferimentos e ainda ajudam na cicatrização. A vítima pode deitar em cima das folhas ou cobrir os ferimentos com elas.

A samaúma é a “mãe de todas as árvores”, segundo indígenas brasileiros. Ela consegue retirar a água das profundezas do solo amazônico e trazer não apenas para abastecer a si mesma, mas também pra repartir com outras espécies. De crescimento relativamente rápido, a árvore pode alcançar os 40 metros de altura. Em determinadas épocas estrondam, irrigando toda a área em torno dela e o reino vegetal que a circunda.
A samaumeira é tipicamente amazônica, conhecida como a “árvore da vida” ou “escada do céu”. Em margens de riachos secos, as raízes descobertas da sumaúma fornecem água potável no verão. A seiva da sumaúma é usada no tratamento de conjuntivite.

O chá feito com sua casca é diurético e recomendado para curar hidropisia do abdômen e malária. Certas substâncias químicas extraídas da casca das raízes combatem algumas bactérias e fungos.

Cercada de lendas, a sumaúma tem seu espírito invocado por xamãs em rituais de cura. Os índios ticunas dizem que a sumaúma acabou com uma noite sem fim e deu origem ao dia — ou seja, é elemento fundamental de seu mito da criação do mundo. Considerada o telefone da floresta, suas sapopemas ecoam ao ser tocadas, avisando desse modo, com seu tronco, a presença de alguém.
A presença da Sedam foi importante para os Karitiana, que apesar se situarem no interior do município de Porto Velho, ainda são pouco estudados pela antropologia. Segundo o Instituto Socioambiental, o principal problema desse povo diz respeito à sua reprodução física e sociocultural, o que depende diretamente dos limites de seu território.
A língua karitiana – a única remanescente da família linguística Arikém –, bem como de valorização dos costumes e histórias que os particularizam como povo precisam ser mantidas, eles reivindicam, sustentando esse pilar da mesma forma como ocorre com a língua Oro Nao, na Aldeia Deolinda, no rio Mamoré.
Policiais ambientais e técnicos da Sedam, com os Karitiana, na escola da aldeia central
“Não se conhece a origem ou a etimologia da palavra Karitiana, que os próprios índios afirmam ter-lhes sido atribuída por seringueiros que penetraram seu território no final do século XIX e início do século XX. Os Karitiana denominam-se simplesmente Yjxa, pronome da primeira pessoa do plural inclusivo – nós, também traduzido como gente –, em oposição aos Opok, os não-índios em geral, e aos opok pita, os outros índios”.
A população Karitiana atual é de cerca de 320 pessoas (comunicação pessoal, Nelson Karitiana). Em agosto de 2003, Felipe Ferreira Vander Velden fez um recenseamento que registrou 270 pessoas, das quais cerca de 230 residiam na aldeia Karitiana, ao passo que os outros 40 estavam distribuídos nas cidades de Porto Velho e Cacoal.

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Frank Nery e Caliandra do Cerrado
Secom - Governo de Rondônia