sábado, 15 de julho de 2017

Segurança

Carroceiro cresceu em bairro onde foi morto pela PM em São Paulo, diz mãe

Aristides Santana conta que, quando criança, Ricardo Nascimento a acompanhava no serviço. Há 30 anos ela trabalha como doméstica para uma família que reside em Pinheiros, na Zona Oeste.

Aristides recebe apoio de amigos durante o enterro do filho. Ricardo Nascimento, de 39 anos, foi morto pela PM (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)

carroceiro Ricardo Nascimento cresceu no bairro em que foi morto na tarde de quarta-feira (12) por um policial militar. O homem de 39 anos levou dois tiros à queima roupa na Rua Mourato Coelho, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo.
Aristides Santana, mãe da vítima, conta que, quando menino, às vezes, ele a acompanhava no serviço. Há três décadas Aristides trabalha como doméstica para uma família que reside em Pinheiros.
Ricardo foi funcionário de um mercado na região e gerente de loja, antes de trabalhar como carroceiro e residir na rua. Aristides afirma que era comum vê-lo recolhendo papelão, mas lamenta a falta de intimidade com o filho. "Não conversava comigo, era fechado", disse a mãe.
Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo na Rua, deu apoio à Aristides e realizou a cerimônia de sepultamento de Ricardo  (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo na Rua, deu apoio à Aristides e realizou a cerimônia de sepultamento de Ricardo  (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)
Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo na Rua, deu apoio à Aristides e realizou a cerimônia de sepultamento de Ricardo (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)
Corpo de carroceiro morto por PM foi enterrado nesta sexta (14) (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)Corpo de carroceiro morto por PM foi enterrado nesta sexta (14) (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)
Corpo de carroceiro morto por PM foi enterrado nesta sexta (14) (Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)
Ela também afirma que nunca entendeu as razões que fizeram Ricardo viver em situação de rua. "Tinha dia que eu não dormia pensando, meu Deus como pode uma pessoa viver numa situação dessas."
Na noite de quarta-feira (12), estava em sua casa quando foi avisada do assassinato do filho. "Agradeço a todos que ajudaram ele", disse sobre as homenagens dos amigos carroceiros e moradores da região.
Na quinta-feira (13), amigos e moradores do bairro protestaram contra a morte e pediram por Justiça. Ela também afirma que foi procurada e irá prestar depoimento no DHPP.
Manifestantes pedem justiça e homenageiam o carroceiro Ricardo Teixeira Santos na Rua Teodoro Sampaio, na Zona Oeste de São Paulo, onde foi morte nesta quarta-feira (12) (Foto: Livia Machado/G1)Manifestantes pedem justiça e homenageiam o carroceiro Ricardo Teixeira Santos na Rua Teodoro Sampaio, na Zona Oeste de São Paulo, onde foi morte nesta quarta-feira (12) (Foto: Livia Machado/G1)
Manifestantes pedem justiça e homenageiam o carroceiro Ricardo Teixeira Santos na Rua Teodoro Sampaio, na Zona Oeste de São Paulo, onde foi morte nesta quarta-feira (12) (Foto: Livia Machado/G1)
Manifestantes acendem velas na rua em homenagem a carroceiro morto por PM (Foto: Lívia Machado/G1)Manifestantes acendem velas na rua em homenagem a carroceiro morto por PM (Foto: Lívia Machado/G1)
Manifestantes acendem velas na rua em homenagem a carroceiro morto por PM (Foto: Lívia Machado/G1)
Aristides teve quatro filhos. Três mulheres e um homem. Uma das meninas morreu aos 21 dias de vida. "Quase morri de chorar. Agora mais um [que foi enterrado]". O carroceiro foi enterrado na tarde desta sexta-feira (14). A matriarca só conseguiu acompanhar após ser medicada. "Estou aqui porque tomei calmante. Estou dopada", disse à reportagem do G1.
Sobre o pai de Ricardo, ela conta que ele não era presente e que perdeu o contato, o que a impediu de avisar da morte do filho.
A cerimônia de sepultamento foi realizada pelo padre Júlio Lancellotti, e acompanhada por amigos e parentes. Rosângela Silva, de 34 anos, uma das irmãs do carroceiro, bastante emocionada contou à reportagem que Ricardo gostava de jogar futebol e vídeo game.

Morte

Ricardo Nascimento levou dois tiros na região do tórax por volta das 18h de quarta-feira (12). A reportagem do G1 escutou os tiros e chegou ao local (a Rua Mourato Coelho, perto da Rua Teodoro Sampaio) logo após os disparos.
Testemunhas que viram a ocorrência disseram que o morador estava alterado e segurava um pedaço de madeira. "Baixa o pau, baixa o pau", teria dito o policial, segundo Maria do Socorro. Em seguida, ao fazer um movimento como se fosse jogar o pedaço de madeira, o policial disparou duas vezes e Ricardo caiu.
PM atira em morador de rua em Pinheiros
Sob gritos de "assassinos” e “fascistas”, os policiais colocaram a vítima dentro de um carro da polícia, cerca de 15 minutos depois dos tiros. Ele foi levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu. Os policiais envolvidos na ação foram afastados das ruas, informou a Secretaria de Segurança Pública.
No boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, o policial militar afirma que “foi obrigado a efetuar os disparos de arma de fogo” para se defender.
Imagens de câmera de segurança registraram o momento em que o carroceiro foi baleado. No vídeo, é possível ver o momento em que o carroceiro desce a rua, na esquina da Mourato Coelho coma Navarro de Andrade. Ele volta e depois cai no chão, provalmente no momento em que é atingido pelos tiros.

Ameaças

Clayton Silva filmava a ação policial e afirma que teve o celular retirado por policiais, que apagaram as imagens de seu celular e ainda apontaram uma arma para ele ao exigir o aparelho.
Outras pessoas também relataram ameaças por terem filmado o assassinato. Um dos carroceiros que presenciou a cena, afirma que teve os dedos quebrados pela PM. As mãos dele estão inchadas e com marcas roxas.
Outra testemunha, uma mulher, afirmou que a polícia colocou o corpo no carro sem esperar a ambulância. "Ele caiu no chão e deram mais um tiro nele. Puseram ele num saco, jogaram dentro da viatura e sumiram com ele", disse.
Um homem que gravou o crime disse que foi agredido pelos policiais. "Só que o pessoal da Força Tática, o cara colocou uma escopeta na minha barriga e me tomou meu celula. E apagou tudo minhas coisas do meu celular. E ainda me jogaram na parede lá e arrebentaram tudo meus dedos aqui ó", afirmou.
Segundo um colega, que também atua recolhendo materiais recicláveis, Ricardo sofria de transtorno mental. De acordo com o amigo do carroceiro, apesar dos episódios de confusão mental Ricardo nunca agrediu ou fez mal a alguém.

Investigação

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que tanto os dois policiais que se envolveram na ocorrência quanto a guarnição de Força Tática que prestou apoio foram recolhidos ao serviço administrativo, sendo afastados do trabalho nas ruas.
O 23º BPM/M instaurou inquérito policial militar para investigar todas as circunstâncias do fato, acompanhado pela Corregedoria.
O DHPP instaurou inquérito, ouviu testemunhas e encaminhou a arma do PM envolvido na ocorrência para perícia. A polícia irá analisar imagens de câmeras da segurança da região.

Saúde





Encaminhada com 'urgência', idosa que esperou 9 meses por diagnóstico de câncer deve fazer novo exame em agosto

Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto (SP) alega que pedidos são enviados ao Hospital das Clínicas por malote, uma vez por mês. Aposentada depende de colonoscopia para iniciar tratamento.

A Agência Goiana de Habitação e a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) firmam parceria de cooperação técnica para validação dos casos de microcefalia apresentados pelas famílias que se inscreveram nos programas habitacionais de interesse social em Goiânia e Aparecida de Goiânia. O número de casos apresentados em Aparecida de Goiânia chamou a atenção da SES.
Nesta segunda-feira, dia 17, às 8 horas, o secretário de Saúde, Leonardo Vilela, e o presidente da Agehab, Luiz Stival, participam na SES-GO de uma reunião do Comitê Estadual de Acompanhamento de Casos e Óbitos por Microcefalia para formalizar o acordo de cooperação técnica.
As inscrições para o sorteio do Residencial Buriti Sereno, de Aparecida de Goiânia, foram realizadas de 30 de maio a 28 de junho, com 18.365 inscritos, dos quais 14.445 habilitados. Entre os habilitados, 113 alegaram que possuem na família um membro com microcefalia, dos quais 36 apresentaram laudo, conforme requerido na inscrição. A Portaria Nº 163, do Ministério das Cidades, editada em 2016, garante que famílias com portadores de microcefalia não precisam passar pelo sorteio para receber unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida.
Superintendente Executivo da Secretaria da Saúde, Deusdedith Vaz, elogia o trabalho da Agehab, que desenvolve política de habilitação seguindo a portaria do ministério e garante que a secretaria vai oferecer o suporte técnico necessário para a validação dos diagnósticos de microcefalia em todo Estado. A parceria vai ao mesmo tempo fortalecer a lisura e transparência da política habitacional do Estado e melhorar a coleta de dados e assistência às famílias, diminuindo a subnotificação nos casos de microcefalia e oferendo o atendimento especializado que esses casos têm direito no serviço de saúde.
Para acompanhar os recém-nascidos com microcefalia em Goiás, a SES-GO conta com o Comitê Estadual de Acompanhamento de Casos e Óbitos por Microcefalia. O grupo se reúne todos os meses, com a participação de representantes do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, Secretarias de Saúde de Goiânia, Hospital Materno Infantil, Maternidade Dona Iris e das Superintendências de Vigilância em Saúde (Suvisa) e de Política de Atenção Integral em Saúde (Spais).
A Secretaria da Saúde (SES-GO) registrou 273 casos de microcefalia ou alterações Sistema Nervoso Central em recém-nascido de 23 de novembro de 2015 a 8 de fevereiro deste ano, quando se tornou obrigatória a notificação desta condição clínica. Deste total, 44 foram confirmados como infecção congênita e 48 são em consequência da infecção pelo Zika Vírus.
Trabalho PioneiroA parceria entre a Agehab e a Secretaria de Saúde vai criar um protocolo de validação que será pioneiro no País, pois a Portaria do Ministério das Cidades é do segundo semestre de 2016 e a notificação obrigatória dos casos de microcefalia relacionados à zyka também começou no mesmo ano.
Protocolo de elegibilidadeA Secretaria de Saúde e a Agehab vão construir um fluxo de trabalho dentro do protocolo que vai validar os casos: o primeiro passo será verificar se os casos declarados e com laudos de microcefalia apresentados nas inscrições para os sorteios da Agehab estão no banco de referência nacional do Ministério da Saúde. Caso não estejam, serão analisados pelo comitê da Secretaria, para validação ou não, e indicar qual a origem da microcefalia. Também poderá ser criado um banco de dados específico que cruze informações da saúde e da habitação para auxiliar na assistência médica e social às famílias com microcefalia e também com outras doenças.
PortariaA Portaria nº 163, do Ministério das Cidades, de agosto de 2016, deu novas instruções para a seleção dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida (MCMV), determinando que os candidatos ao programa que possuam membro na família com microcefalia sejam dispensados do sorteio.
Gerência de Comunicação Agência Goiana de Habitação
Mais informações: (62) 3096.5015 e 3096.5016

Saúde





Saúde vai validar laudos de microcefalia nos processos seletivos de moradia


A Agência Goiana de Habitação e a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) firmam parceria de cooperação técnica para validação dos casos de microcefalia apresentados pelas famílias que se inscreveram nos programas habitacionais de interesse social em Goiânia e Aparecida de Goiânia. O número de casos apresentados em Aparecida de Goiânia chamou a atenção da SES.
Nesta segunda-feira, dia 17, às 8 horas, o secretário de Saúde, Leonardo Vilela, e o presidente da Agehab, Luiz Stival, participam na SES-GO de uma reunião do Comitê Estadual de Acompanhamento de Casos e Óbitos por Microcefalia para formalizar o acordo de cooperação técnica.
As inscrições para o sorteio do Residencial Buriti Sereno, de Aparecida de Goiânia, foram realizadas de 30 de maio a 28 de junho, com 18.365 inscritos, dos quais 14.445 habilitados. Entre os habilitados, 113 alegaram que possuem na família um membro com microcefalia, dos quais 36 apresentaram laudo, conforme requerido na inscrição. A Portaria Nº 163, do Ministério das Cidades, editada em 2016, garante que famílias com portadores de microcefalia não precisam passar pelo sorteio para receber unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida.
Superintendente Executivo da Secretaria da Saúde, Deusdedith Vaz, elogia o trabalho da Agehab, que desenvolve política de habilitação seguindo a portaria do ministério e garante que a secretaria vai oferecer o suporte técnico necessário para a validação dos diagnósticos de microcefalia em todo Estado. A parceria vai ao mesmo tempo fortalecer a lisura e transparência da política habitacional do Estado e melhorar a coleta de dados e assistência às famílias, diminuindo a subnotificação nos casos de microcefalia e oferendo o atendimento especializado que esses casos têm direito no serviço de saúde.
Para acompanhar os recém-nascidos com microcefalia em Goiás, a SES-GO conta com o Comitê Estadual de Acompanhamento de Casos e Óbitos por Microcefalia. O grupo se reúne todos os meses, com a participação de representantes do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, Secretarias de Saúde de Goiânia, Hospital Materno Infantil, Maternidade Dona Iris e das Superintendências de Vigilância em Saúde (Suvisa) e de Política de Atenção Integral em Saúde (Spais).
A Secretaria da Saúde (SES-GO) registrou 273 casos de microcefalia ou alterações Sistema Nervoso Central em recém-nascido de 23 de novembro de 2015 a 8 de fevereiro deste ano, quando se tornou obrigatória a notificação desta condição clínica. Deste total, 44 foram confirmados como infecção congênita e 48 são em consequência da infecção pelo Zika Vírus.
Trabalho PioneiroA parceria entre a Agehab e a Secretaria de Saúde vai criar um protocolo de validação que será pioneiro no País, pois a Portaria do Ministério das Cidades é do segundo semestre de 2016 e a notificação obrigatória dos casos de microcefalia relacionados à zyka também começou no mesmo ano.
Protocolo de elegibilidadeA Secretaria de Saúde e a Agehab vão construir um fluxo de trabalho dentro do protocolo que vai validar os casos: o primeiro passo será verificar se os casos declarados e com laudos de microcefalia apresentados nas inscrições para os sorteios da Agehab estão no banco de referência nacional do Ministério da Saúde. Caso não estejam, serão analisados pelo comitê da Secretaria, para validação ou não, e indicar qual a origem da microcefalia. Também poderá ser criado um banco de dados específico que cruze informações da saúde e da habitação para auxiliar na assistência médica e social às famílias com microcefalia e também com outras doenças.
PortariaA Portaria nº 163, do Ministério das Cidades, de agosto de 2016, deu novas instruções para a seleção dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida (MCMV), determinando que os candidatos ao programa que possuam membro na família com microcefalia sejam dispensados do sorteio.
Gerência de Comunicação Agência Goiana de Habitação
Mais informações: (62) 3096.5015 e 3096.5016

Saúde

Retrato do descaso: 96,7% dos usuários da rede pública de saúde do DF estão insatisfeitos com o atendimento
Pesquisa foi feita pela Codeplan, órgão do governo local. Reclamação sobre a qualidade do serviço atinge também médicos e 
enfermeiros


Os números de uma pesquisa realizada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) dão a dimensão exata do drama dos brasilienses que precisam da rede pública de saúde. A melhoria do atendimento, um dos compromissos de campanha do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), ficou apenas na promessa no primeiro ano de mandato do socialista. De acordo com o estudo, 96,76% dos entrevistados que buscaram os hospitais públicos avaliaram a qualidade do serviço como péssima (58,89%), ruim (22,43%) ou regular (21,75%). Nos postos de saúde, a reprovação não ficou muito atrás: 91,22% dos usuários estão insatisfeitos.

O levantamento, obtido pelo Metrópoles, vai além. Ele mostra que o descontentamento atinge, também, os servidores lotados nessas unidades. Para quem buscou atendimento em um hospital público, por exemplo, a qualidade dos médicos foi considerada péssima, ruim ou regular em 73,5% das entrevistas. No caso dos enfermeiros, o índice de reprovação foi de 66,7%. Segundo a Secretaria de Saúde, cerca de 33 mil profissionais estão no quadro da pasta.

Com um orçamento previsto de R$ 7,5 bilhões, não há muito espaço em 2016 para fazer investimentos que possam reverter essa situação. Dados do Fundo de Saúde do DF mostram que no ano passado apenas R$ 48 milhões foram investidos, sendo a maior parte nas obras de ampliação do Hospital da Criança. A pasta encerrou 2015 com uma dívida de R$ 700 milhões e começou com dois tomógrafos quebrados (em Taguatinga e no Gama), de acordo com a secretária-adjunta, Eliene Berg. Já no Hospital Regional do Gama, o esgoto invadiu uma ala da unidade, ameaçando a saúde dos pacientes internados.

No Hospital de Base, a foto mostra o abandono

Drama na porta dos hospitaisNa porta dos hospitais, o que não falta é reclamação das mais variadas: falta medicamento, equipamentos quebrados, ausência de profissionais, demora no atendimento, sujeira nas instalações, longas esperas para cirurgias e exames mais complexos. Até reagente para exames simples como de urina e sangue faltaram na rede pública em 2015.
Diagnosticada com febre chikungunya, a dona de casa Alfra Sales, 50 anos, busca há oito dias atendimento na rede pública para fazer um exame de sangue. “Já fui no Hran e eles me informaram que não tinha médico. Espero ser atendida aqui no Hospital de Base. Ainda sinto dores pelo corpo. Preciso dar continuidade ao acompanhamento da doença”, contou ao Metrópoles.
Na última segunda procurei um ortopedista no Hospital do Gama. Esperei de 11h as 20h para só depois me informarem que o médico que estava ‘a caminho’ não chegou. É um descaso total."
Alfra Sales, dona de casa
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Para o marceneiro Valdevi Castro (foto o lado), 60 anos, o atendimento é péssimo. “Falta tudo. Médico quase não tem e os medicamentos são escassos. Moro em Samabaia e o hospital de lá segue com o mesmo problema”, desabafou enquanto acompanhava um familiar no Hospital de Base.
O estudo foi feito pela Codeplan por telefone, no período entre 23 de outubro e 02 de novembro do ano passado. Foram realizadas 2.385 entrevistas, numa amostra baseada no cadastro da Central de Atendimento ao Cidadão (CAC). Dos 476.293 números registrados na central, oito mil foram sorteados.
Moradora de Brazlandia, Hosana Ferreira, 50, tem refluxo e levantou cedo para fazer uma consulta no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) nesta quarta-feira (6/1): “Para conseguir esse atendimento tive que tentar por dois meses. A situação está tão complicado que tive que pagar o exame em uma clínica particular porque também não estava conseguindo marcar”.
Cansei se virar a noite em pronto socorro esperando atendimento. Para a gente, que mora em Brazlandia, é ainda pior. Lá não tem cardiologista, ortopedista e outras especialidades. Todo mundo corre para Ceilandia. Quando chega aqui, claro, está lotado."
Hosana Ferreira, dona de casa
“Eles falam que tem médico, mas tem gente no pronto socorro desde ontem”, reclamou indignado o aposentado Joaquim Souza, 73 anos. Ele foi até o hospital de Ceilândia acompanhar a mulher, também idosa, que busca tratamento ortopédico. “É uma vergonha”.
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Lixo acumulado no acesso ao Hospital Regional da Ceilândia

No limiteA presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, discorda da pesquisa sobre a avaliação dos profissionais da área. Ela ressalta que os servidores estão trabalhando desmotivados com as péssimas condições de trabalho. Para a entidade, os profissionais estão no limite. “Os servidores da saúde também são vítimas do sistema. Os profissionais fazem o que podem para atender bem, porém existe essa sobrecarga que é perceptível para os pacientes”, defende.
Não é o que pensa Naiane Araújo, moradora de Samambaia. Ela acusa o médico que atendeu o filho dela, de 12 anos, de negligente. O menino passou as 12 primeiras horas de 2016 com uma bala alojada na boca, até a família descobrir que ele tinha sido atingido por um tiro.
A mãe disse que o primeiro médico, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), atribuiu o ferimento a um caco de vidro e liberou o menino sem qualquer exame. O motivo real do sangramento e das dores só foi identificado em outro hospital, em Sobradinho.
O outro lado
Pressionado pelo Ministério Público e pela população, o governador reuniu a cúpula da Secretaria de Saúde, nesta terça (5) para cobrar explicações sobre os diversos problemas no setor. Após duas horas e meia de reunião, anunciou que autorizou a contratação de médicos, técnicos e enfermeiros, sem especificar datas e número de vagas.
Segundo o chefe do Executivo local, há um deficit de mais de mil servidores na saúde, em função de aposentadorias e fim de contratos com terceirizados. O governo admitiu, entretanto, que a demora no atendimento dos pacientes é resultado, também, da desorganização das escalas de pessoal.
O governador também decidiu tornar permanente um grupo criado no final do ano para percorrer os 16 hospitais regionais e as seis unidades de pronto-atendimento (UPAs), identificar problemas e propor soluções.


SAÚDE

Mais Médicos para o Brasil, mais


 saúde para você


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O Programa Mais Médicos (PMM) é parte de um amplo esforço do Governo Federal, com apoio de estados e municípios, para a melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais, o programa prevê, ainda, mais investimentos para construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de novas vagas de graduação, e residência médica para qualificar a formação desses profissionais.
Assim, o programa busca resolver a questão emergencial do atendimento básico ao cidadão, mas também cria condições para continuar a garantir um atendimento qualificado no futuro para aqueles que acessam cotidianamente o SUS. Além de estender o acesso, o programa provoca melhorias na qualidade e humaniza o atendimento, com médicos que criam vínculos com seus pacientes e com a comunidade.
O Mais Médicos se somou a um conjunto de ações e iniciativas do governo para o fortalecimento da Atenção Básica do país. A Atenção Básica é a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), que está presente em todos os municípios e próxima de todas as comunidades. É neste atendimento que 80% dos problemas de saúde são resolvidos.
Nesses dois anos, o Mais Médicos conseguiu implantar e colocar em desenvolvimento os seus três eixos pilares: a estratégia de contratação emergencial de médicos, a expansão do número de vagas para os cursos de Medicina e residência médica em várias regiões do país, e a implantação de um novo currículo com uma formação voltada para o atendimento mais humanizado, com foco na valorização da Atenção Básica, além de ações voltadas à infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde.
Fonte: Mais Médicos/ Ministério da Saúde