quinta-feira, 6 de julho de 2017

politica









Depósitos superam saques em R$ 6 bi e poupança tem melhor junho em 4 anos

Dados foram divulgados nesta quinta (6) pelo Banco Central. Segundo o governo, depósitos somaram R$ 174,53 bilhões e saques, R$ 168,44 bilhões.

Banco Central informou nesta quinta-feira (6) que os depósitos superaram os saques na caderneta de poupança em R$ 6,08 bilhões em junho.
Este foi o melhor resultado para o mês de junho nos últimos quatro anos. Pelo segundo mês consecutivo houve mais depósitos do que saques.
Ao todo, segundo o BC, os depósitos somaram em junho R$ 174,53 bilhões e os saques, R$ 168,44 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas dos poupadores somaram R$ 3,75 bilhões.
Em junho do ano passado, a retirada líquida de recursos da poupança, ou seja, acima dos depósitos somou R$ 3,71 bilhões.
Saldo da poupança
Para meses de junho, em R$ bilhões
5,115,119,459,453,223,22-6,26-6,26-3,71-3,716,086,08201220132014201520162017-7,5-5-2,502,557,51012,52016 : -3,71
Fonte: Banco Central

Primeiro semestre

No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, informou o BC, foi registrada saída líquida (retiradas maiores do que depósitos) de R$ 12,29 bilhões da poupança.
Mesmo com o saldo negativa, esse foi o melhor resultado para este período desde 2014 - quando houve o ingresso de R$ 9,61 bilhões na poupança.
Nos primeiros semestres de 2015 e de 2016, a poupança teve perda líquida de recursos de, respectivamente: R$ 38,54 bilhões e de R$ 42,6 bilhões.
Em todo o ano passado, R$ 40,7 bilhões foram retirados da poupança. O resultado foi o segundo pior da série histórica, que começou em 1995, atrás somente de 2015, quando foram sacados R$ 53,5 bilhões.
Saldo da poupança para o 1º semestre
Em R$ bilhões
15,4815,4828,2728,279,619,61-38,54-38,54-42,6-42,6-12,29-12,29201220132014201520162017-60-40-20020402016 : -42,6
Fonte: Banco Central

protesto

Cinco perguntas para entender a crise com a Coreia do Norte – e as possibilidades de uma guerra

Com escalada militar, futuro da Coreia do Norte é incerto (Foto: Jung Yeon-Je / AFP Photo)



o dia da Independência dos Estados Unidos, 4 de julho, a Coreia do Norte lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental com capacidade de atingir o Alasca.

A televisão estatal norte-coreana divulgou imagens do teste, chamado de "presente aos Estados Unidos", e anunciou que o feito coloca o país no patamar de "potência nuclear" que é agora capaz de "atingir qualquer parte do mundo".
No dia seguinte, os Estados Unidos e um de seus aliados asiáticos, a Coreia do Sul, conduziram, em resposta, um teste de mísseis no território do sul-coreano.
Autoridades dos dois países emitiram, então, um comunicado destacando que a moderação "é tudo o que separa a trégua da guerra".
Na sequência, os americanos convocaram uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, onde anunciaram que pretendem apresentar um conjunto de sanções ao país asiático e elevaram o tom do discurso:
"Podemos usar (nossas forças militares) se precisarmos", alertou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.
A relação conflituosa entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos e seus aliados asiáticos não é recente, mas o lançamento bem-sucedido de um míssil que poderia chegar à fronteira americana aumenta a preocupação quanto a um potencial confronto armado.
Entenda a crise entre as nações e quais são as chances de uma guerra.

1. Como estão as relações entre a Coreia do Norte e os EUA?

Antes de deixar a Presidência dos Estados Unidos em 2016, Barack Obama afirmou ao recém-eleito Donald Trump, segundo a mídia americana na época, que a Coreia do Norte seria "o problema mais urgente" que a nova administração iria enfrentar.
Desde a posse de Trump, a Coreia do Norte tem progressivamente realizado testes de mísseis, embora os Estados Unidos e aliados tenham conseguido frustrar algumas das empreitadas.
Enquanto isto, a retórica de ambos os países tem ficado mais agressiva. Trump tem expressado publicamente preocupação com o programa nuclear norte-coreano e comentou após o último teste:

"É um momento crítico, francamente, para o mundo, por que vocês estão vendo o que está acontecendo", disse Trump, que chamou o teste de "ameaça" da Coreia do Norte.
"Vamos confrontá-la de maneira forte", acrescentou Trump nesta quinta-feira, na Polônia, ressaltando que o país europeu apoia a ação americana.

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, defendeu sanções à Coreia do Norte em encontro no Conselho de Segurança (Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP)

Na reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, os EUA anunciaram que irão apresentar um projeto com sanções econômicas à Coreia do Norte.
A embaixadora Nikki Haley argumentou no encontro que os norte-coreanos seguem uma clara "escalada militar".
"Uma das nossas capacidades reside nas consideráveis forças militares. Se tivermos que usá-las, faremos isso. Mas preferimos não ter que seguir nessa direção", afirmou ela.
Haley também alertou que os Estados Unidos poderiam banir trocas comerciais com os países que têm relações de negócios com a Coreia do Norte, o que impactaria diretamente a China.
Enquanto isso, Pyongyang diz que não pretende negociar a menos que os Estados Unidos ponham fim à sua "política hostil" contra a Coreia do Norte.
Os Estados Unidos já mantêm sanções econômicas contra Pyongyang, embora não sejam monitoradas, e faz manobras militares na fronteira das Coreias, incluindo um sistema de defesa antimísseis, ainda inoperante.
Em visita à Coreia do Sul em abril, o vice-presidente americano, Mike Pence, já tinha alertado a Coreia do Norte a não colocar à prova a determinação ou a força do exército americano.

Em resposta, o representante norte-coreano na ONU, Kim In Ryong, disse que o discurso americano tem "criado uma situação perigosa em que a guerra termonuclear pode eclodir a qualquer momento".

2. Qual é a posição de outras potências?

Coreia do Sul e Japão, vizinhos asiáticos da Coreia do Norte e aliados dos Estados Unidos, são os que têm demonstrado mais preocupação com o desenvolvimento nuclear norte-coreano e se dizem abertos a sanções econômicas.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse na quarta-feira que o aumento do poderio militar norte-coreano "está indo muito mais rápido que o esperado".
E, na terça-feira, o Japão afirmou que "repetidas provocações como essa são absolutamente inaceitáveis".
Durante o encontro do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, a França também declarou apoio a sanções rígidas à Coreia do Norte.

Lançamento de míssil em ação conjunta dos Estados Unidos e da Coreia do Sul após demonstração norte-coreana (Foto: Lee Sanh-hack/Yonhap/AP)

Enquanto isso, nações como China e Rússia têm cobrado que ambos os lados reduzam suas atividades militares. Esses países podem vetar as sanções propostas pelos Estados Unidos.
A China chegou a condenar em outras ocasiões a atividade nuclear do vizinho asiático e aliado. Mas no último encontro de Nova York disse que "meios militares não devem ser uma opção".
A Rússia, por sua vez, já se manifestou contra o projeto americano dizendo que uma investida militar seria inadmissível e que "sanções não resolverão o problema".

3. Como se chegou a este ponto?

Antiga colônia japonesa, a Coreia do Norte ganhou independência após a Segunda Guerra Mundial. O fim do conflito internacional a afastou a influência direta do Japão, mas o país continuou alvo do jogo político, e, em seguida, foi dividido entre sul, capitalista e apoiado pelos Estados Unidos, e norte, comunista da antiga União Soviética.
Ambos os lados se proclamavam o legítimo governo da Coreia e entraram num conflito armado de três anos. O armistício de 1953 deu fim ao confronto e selou a separação das Coreias.
Desde então, as relações da Coreia do Norte com os Estados Unidos e a Coreia do Sul são hostis e constante motivo de preocupação do Ocidente.
A primeira grande crise ocorreu nos anos 1990, quando a Coreia do Norte começou a produzir plutônio, combustível para armas nucleares.
A iniciativa levou o governo Bill Clinton a ameaçar bombardear o país, mas negociações subsequentes resultaram num pacote de apoio econômico dos Estados Unidos sob a condição de suspensão das atividades nucleares pela Coreia do Norte.
Em 2003, no entanto, o país asiático deixou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e, em 2006, realizou seu primeiro de seis testes com mísseis nucleares.
Kim Jong-un, que assumiu o poder em 2011, deu sequência e aumentou o programa armamentista iniciado por seus antecessores, que enxergam a estratégia como meio para sustentar o regime.
Hoje, a Coreia do Norte é um dos países mais secretos e isolados do mundo, e um dos motivos é exatamente sua escalada nuclear.
Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, o país asiático gasta um quarto de seu Produto Interno Bruto (PIB) no desenvolvimento militar, embora sua população enfrente altos índices de pobreza.

4. Qual é a capacidade militar da Coreia do Norte?

A Coreia do Norte teria entre 15 e 20 bombas nucleares, segundo o Conselho de Relações Internacionais (CFR, na sigla em inglês).

Além da demonstração do dia 4 de julho, que foi confirmado pelos Estados Unidos, o país asiático já tinha realizado, desde 2006, outros cinco testes nucleares. O poder dos mísseis aumenta a cada lançamento, embora especialistas não tenham exata noção da capacidade dessas armas.
Estima-se que o míssil lançado nesta semana chegue a uma distância de até 8 mil quilômetros, capaz, portanto, de atingir a fronteira americana, mas ainda não tão potente para mirar em alvos específicos.
Do total de seis lançamentos nucleares, três ocorreram sob a administração de Kim Jong-un, que claramente vem escalando a capacidade militar do país.

Kim Jong-un comemora lançamento de míssil intercontinental (Foto: KCNA/Reuters)

Pelo menos outros 79 testes com mísseis menos potentes foram empreendidos desde 2012 durante a gestão de Jong-un, de acordo com um banco de dados do Centro de Estudos de Não Proliferação James Martin.
Isso é muito superior às ações de seus dois antecessores na dinastia Kim - que acumularam em torno 15 lançamentos cada ao longo de mais de uma década.
Mesmo sendo um país subdesenvolvido, a Coreia do Norte tem orçamento militar de US$ 7,5 bilhões (R$ 24,6 bilhões) e um exército de mais de 1 milhão de soldados numa população de cerca de 25 milhões - ou seja, com 4% dos norte-coreanos, diz o Departamento de Defesa dos EUA.

5. E agora para Washington?

John Nilsson-Wright, do centro de estudos Chatham House, explicou que o novo teste de míssil é um divisor de águas em termos simbólicos e práticos, já que, pela primeira vez, o território americano entrou na mira direta dos norte-coreanos.
"O presidente dos Estados Unidos tem que aceitar que a Coreia do Norte representa um perigo 'real e presente' não apenas aos países do nordeste da Ásia e aliados americanos, mas aos próprios Estados Unidos", escreveu para a BBC.
Frank Aum, do Instituto Coreia-EUA, da Universidade Johns Hopkins (EUA), reforçou que Pyongyang traz uma ameaça direta aos EUA, Coreia do Sul e Japão.
No site da Iniciativa de Ameaça Nuclear (NTI), ele apresentou duas possíveis opções aos americanos. Uma delas seria o que os Estados Unidos já vêm tentando empreender, que é seguir na linha de sanções e outras medidas diplomáticas.
"O problema disso é que as armas nucleares da Coreia do Norte vão continuar a existir, assim como a tendência de Pyongyang em seguir desenvolvendo tecnologia e equipamentos".
Outra via, diz Aum, consistiria em realizar investidas contra as unidades militares da Coreia do Norte. Ele lembra, no entanto, que o país tem mais de cem instalações militares, o que reduz as chances de sucesso. Além disso, há grande possiblidade de retaliação norte-coreana ao território do Sul.
"Por isso a maioria dos especialistas acredita que um ataque militar não é uma opção", escreveu.

Protesto








Protestos contra imigrantes levam milhares a ruas da Europa

Grupo islamofóbico Pegida organizou manifestações em várias cidades.
Duas das maiores manifestações aconteceram em Dresden e Praga.


Manifestantes protestam contra a entrada de imigrantes na Europa em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)



Manifestantes protestam contra a entrada de imigrantes na Europa em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)
Milhares de pessoas participaram de manifestações contra imigrantes, neste sábado (6), em Dresden (leste da Alemanha) e em outras partes da Europa, em uma jornada europeia organizada pelo movimento islamofóbico Pegida e repleta de incidentes.
As duas principais manifestações aconteceram em Dresden, berço do Pegida, onde entre 6 mil e 8 mil pessoas se concentraram, e em Praga, com a presença de cerca de 5 mil participantes, segundo a AFP.
Durante o dia, foram registrados vários choques entre forças de ordem e manifestantes.
Pelo menos 20 pessoas foram detidas em Calais, no norte da França, durante uma manifestação hostil aos refugiados que havia sido proibida pelas autoridades locais, relataram diferentes fontes.
Em Amsterdã, soldados do Batalhão de Choque prenderam vários manifestantes pró e anti-Pegida, após confrontos com a Polícia no centro da cidade. Algumas centenas de pessoas participaram das manifestações. Também foram registrados distúrbios em Dublin.
Outras manifestações transcorreram em um ambiente mais calmo, como em VarsóviaBratislava, Graz (sul da Áustria) e Birgmingham, segunda cidade em número de habitantes do Reino Unido. Paralelamente, houve manifestações hostis ao Pegida na maioria destas cidades.
Um grupo contrário ao que defende o Pegida também se manifestou nas ruas de Dresden neste sábado.
Extrema direita
O Pegida, "Patriotas Europeus Contra a Islamização do Ocidente", movimento de extrema direita nascido na Alemanha durante o outono (hemisfério norte) de 2014, convocou em 23 de janeiro manifestantes em 14 países da Europa neste sábado sob o lema "Fortaleza Europa".
Simpatizantes do grupo Pegida reúnem-se em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)Simpatizantes do grupo Pegida reúnem-se em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)
Em Dresden, os simpatizantes deste movimento se reuniram a partir do meio-dia (horário de Brasília) às margens do Elba, o rio que atravessa a capital da Saxônia, para protestar "contra a imigração maciça e contra a islamização".
Sob um céu limpo, foram rodeados de um grande dispositivo policial. Mais de mil agentes e veículos com canhões de água foram mobilizados para acompanhar a passeata.
Tradicionalmente, as autoridades locais se recusam a divulgar estimativas sobre o número de participantes deste tipo de manifestação. Um programa desenvolvido pela universidade local para a contagem de multidões estimou, porém, entre 6 mil e 8 mil manifestantes no final da tarde.
Segundo uma jornalista da AFP presente no local, a manifestação ocorreu em calma. Os participantes agitaram bandeiras e levaram cartazes hostis à chanceler alemã, Angela Merkel, atualmente no centro das críticas por sua política de braços abertos aos imigrantes.
Simultaneamente, centenas de pessoas desfilaram no início da tarde contra o Pegida, pedindo tolerância em uma cidade na qual vivem poucos estrangeiros, mas que se transformou em um símbolo da xenofobia na Alemanha. Segundo o programa da universidade já mencionado, a principal manifestação anti-Pegida no centro de Dresden reuniu até 3.500 pessoas.
Os cartazes desses opositores tinham frases como "Não há lugar para os nazistas" e "Não temos necessidade de xenofobia, nem de demagogia, nem do Pegida". No ano passado, a Alemanha acolheu 1,1 milhão de candidatos ao asilo, um recorde absoluto.
Manifestantes protestam contra o movimento islamofóbico Pegida, em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)Manifestantes protestam contra o movimento islamofóbico Pegida, em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)