quinta-feira, 6 de julho de 2017

protesto

Cinco perguntas para entender a crise com a Coreia do Norte – e as possibilidades de uma guerra

Com escalada militar, futuro da Coreia do Norte é incerto (Foto: Jung Yeon-Je / AFP Photo)



o dia da Independência dos Estados Unidos, 4 de julho, a Coreia do Norte lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental com capacidade de atingir o Alasca.

A televisão estatal norte-coreana divulgou imagens do teste, chamado de "presente aos Estados Unidos", e anunciou que o feito coloca o país no patamar de "potência nuclear" que é agora capaz de "atingir qualquer parte do mundo".
No dia seguinte, os Estados Unidos e um de seus aliados asiáticos, a Coreia do Sul, conduziram, em resposta, um teste de mísseis no território do sul-coreano.
Autoridades dos dois países emitiram, então, um comunicado destacando que a moderação "é tudo o que separa a trégua da guerra".
Na sequência, os americanos convocaram uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, onde anunciaram que pretendem apresentar um conjunto de sanções ao país asiático e elevaram o tom do discurso:
"Podemos usar (nossas forças militares) se precisarmos", alertou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.
A relação conflituosa entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos e seus aliados asiáticos não é recente, mas o lançamento bem-sucedido de um míssil que poderia chegar à fronteira americana aumenta a preocupação quanto a um potencial confronto armado.
Entenda a crise entre as nações e quais são as chances de uma guerra.

1. Como estão as relações entre a Coreia do Norte e os EUA?

Antes de deixar a Presidência dos Estados Unidos em 2016, Barack Obama afirmou ao recém-eleito Donald Trump, segundo a mídia americana na época, que a Coreia do Norte seria "o problema mais urgente" que a nova administração iria enfrentar.
Desde a posse de Trump, a Coreia do Norte tem progressivamente realizado testes de mísseis, embora os Estados Unidos e aliados tenham conseguido frustrar algumas das empreitadas.
Enquanto isto, a retórica de ambos os países tem ficado mais agressiva. Trump tem expressado publicamente preocupação com o programa nuclear norte-coreano e comentou após o último teste:

"É um momento crítico, francamente, para o mundo, por que vocês estão vendo o que está acontecendo", disse Trump, que chamou o teste de "ameaça" da Coreia do Norte.
"Vamos confrontá-la de maneira forte", acrescentou Trump nesta quinta-feira, na Polônia, ressaltando que o país europeu apoia a ação americana.

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, defendeu sanções à Coreia do Norte em encontro no Conselho de Segurança (Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP)

Na reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, os EUA anunciaram que irão apresentar um projeto com sanções econômicas à Coreia do Norte.
A embaixadora Nikki Haley argumentou no encontro que os norte-coreanos seguem uma clara "escalada militar".
"Uma das nossas capacidades reside nas consideráveis forças militares. Se tivermos que usá-las, faremos isso. Mas preferimos não ter que seguir nessa direção", afirmou ela.
Haley também alertou que os Estados Unidos poderiam banir trocas comerciais com os países que têm relações de negócios com a Coreia do Norte, o que impactaria diretamente a China.
Enquanto isso, Pyongyang diz que não pretende negociar a menos que os Estados Unidos ponham fim à sua "política hostil" contra a Coreia do Norte.
Os Estados Unidos já mantêm sanções econômicas contra Pyongyang, embora não sejam monitoradas, e faz manobras militares na fronteira das Coreias, incluindo um sistema de defesa antimísseis, ainda inoperante.
Em visita à Coreia do Sul em abril, o vice-presidente americano, Mike Pence, já tinha alertado a Coreia do Norte a não colocar à prova a determinação ou a força do exército americano.

Em resposta, o representante norte-coreano na ONU, Kim In Ryong, disse que o discurso americano tem "criado uma situação perigosa em que a guerra termonuclear pode eclodir a qualquer momento".

2. Qual é a posição de outras potências?

Coreia do Sul e Japão, vizinhos asiáticos da Coreia do Norte e aliados dos Estados Unidos, são os que têm demonstrado mais preocupação com o desenvolvimento nuclear norte-coreano e se dizem abertos a sanções econômicas.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse na quarta-feira que o aumento do poderio militar norte-coreano "está indo muito mais rápido que o esperado".
E, na terça-feira, o Japão afirmou que "repetidas provocações como essa são absolutamente inaceitáveis".
Durante o encontro do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, a França também declarou apoio a sanções rígidas à Coreia do Norte.

Lançamento de míssil em ação conjunta dos Estados Unidos e da Coreia do Sul após demonstração norte-coreana (Foto: Lee Sanh-hack/Yonhap/AP)

Enquanto isso, nações como China e Rússia têm cobrado que ambos os lados reduzam suas atividades militares. Esses países podem vetar as sanções propostas pelos Estados Unidos.
A China chegou a condenar em outras ocasiões a atividade nuclear do vizinho asiático e aliado. Mas no último encontro de Nova York disse que "meios militares não devem ser uma opção".
A Rússia, por sua vez, já se manifestou contra o projeto americano dizendo que uma investida militar seria inadmissível e que "sanções não resolverão o problema".

3. Como se chegou a este ponto?

Antiga colônia japonesa, a Coreia do Norte ganhou independência após a Segunda Guerra Mundial. O fim do conflito internacional a afastou a influência direta do Japão, mas o país continuou alvo do jogo político, e, em seguida, foi dividido entre sul, capitalista e apoiado pelos Estados Unidos, e norte, comunista da antiga União Soviética.
Ambos os lados se proclamavam o legítimo governo da Coreia e entraram num conflito armado de três anos. O armistício de 1953 deu fim ao confronto e selou a separação das Coreias.
Desde então, as relações da Coreia do Norte com os Estados Unidos e a Coreia do Sul são hostis e constante motivo de preocupação do Ocidente.
A primeira grande crise ocorreu nos anos 1990, quando a Coreia do Norte começou a produzir plutônio, combustível para armas nucleares.
A iniciativa levou o governo Bill Clinton a ameaçar bombardear o país, mas negociações subsequentes resultaram num pacote de apoio econômico dos Estados Unidos sob a condição de suspensão das atividades nucleares pela Coreia do Norte.
Em 2003, no entanto, o país asiático deixou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e, em 2006, realizou seu primeiro de seis testes com mísseis nucleares.
Kim Jong-un, que assumiu o poder em 2011, deu sequência e aumentou o programa armamentista iniciado por seus antecessores, que enxergam a estratégia como meio para sustentar o regime.
Hoje, a Coreia do Norte é um dos países mais secretos e isolados do mundo, e um dos motivos é exatamente sua escalada nuclear.
Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, o país asiático gasta um quarto de seu Produto Interno Bruto (PIB) no desenvolvimento militar, embora sua população enfrente altos índices de pobreza.

4. Qual é a capacidade militar da Coreia do Norte?

A Coreia do Norte teria entre 15 e 20 bombas nucleares, segundo o Conselho de Relações Internacionais (CFR, na sigla em inglês).

Além da demonstração do dia 4 de julho, que foi confirmado pelos Estados Unidos, o país asiático já tinha realizado, desde 2006, outros cinco testes nucleares. O poder dos mísseis aumenta a cada lançamento, embora especialistas não tenham exata noção da capacidade dessas armas.
Estima-se que o míssil lançado nesta semana chegue a uma distância de até 8 mil quilômetros, capaz, portanto, de atingir a fronteira americana, mas ainda não tão potente para mirar em alvos específicos.
Do total de seis lançamentos nucleares, três ocorreram sob a administração de Kim Jong-un, que claramente vem escalando a capacidade militar do país.

Kim Jong-un comemora lançamento de míssil intercontinental (Foto: KCNA/Reuters)

Pelo menos outros 79 testes com mísseis menos potentes foram empreendidos desde 2012 durante a gestão de Jong-un, de acordo com um banco de dados do Centro de Estudos de Não Proliferação James Martin.
Isso é muito superior às ações de seus dois antecessores na dinastia Kim - que acumularam em torno 15 lançamentos cada ao longo de mais de uma década.
Mesmo sendo um país subdesenvolvido, a Coreia do Norte tem orçamento militar de US$ 7,5 bilhões (R$ 24,6 bilhões) e um exército de mais de 1 milhão de soldados numa população de cerca de 25 milhões - ou seja, com 4% dos norte-coreanos, diz o Departamento de Defesa dos EUA.

5. E agora para Washington?

John Nilsson-Wright, do centro de estudos Chatham House, explicou que o novo teste de míssil é um divisor de águas em termos simbólicos e práticos, já que, pela primeira vez, o território americano entrou na mira direta dos norte-coreanos.
"O presidente dos Estados Unidos tem que aceitar que a Coreia do Norte representa um perigo 'real e presente' não apenas aos países do nordeste da Ásia e aliados americanos, mas aos próprios Estados Unidos", escreveu para a BBC.
Frank Aum, do Instituto Coreia-EUA, da Universidade Johns Hopkins (EUA), reforçou que Pyongyang traz uma ameaça direta aos EUA, Coreia do Sul e Japão.
No site da Iniciativa de Ameaça Nuclear (NTI), ele apresentou duas possíveis opções aos americanos. Uma delas seria o que os Estados Unidos já vêm tentando empreender, que é seguir na linha de sanções e outras medidas diplomáticas.
"O problema disso é que as armas nucleares da Coreia do Norte vão continuar a existir, assim como a tendência de Pyongyang em seguir desenvolvendo tecnologia e equipamentos".
Outra via, diz Aum, consistiria em realizar investidas contra as unidades militares da Coreia do Norte. Ele lembra, no entanto, que o país tem mais de cem instalações militares, o que reduz as chances de sucesso. Além disso, há grande possiblidade de retaliação norte-coreana ao território do Sul.
"Por isso a maioria dos especialistas acredita que um ataque militar não é uma opção", escreveu.

Protesto








Protestos contra imigrantes levam milhares a ruas da Europa

Grupo islamofóbico Pegida organizou manifestações em várias cidades.
Duas das maiores manifestações aconteceram em Dresden e Praga.


Manifestantes protestam contra a entrada de imigrantes na Europa em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)



Manifestantes protestam contra a entrada de imigrantes na Europa em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)
Milhares de pessoas participaram de manifestações contra imigrantes, neste sábado (6), em Dresden (leste da Alemanha) e em outras partes da Europa, em uma jornada europeia organizada pelo movimento islamofóbico Pegida e repleta de incidentes.
As duas principais manifestações aconteceram em Dresden, berço do Pegida, onde entre 6 mil e 8 mil pessoas se concentraram, e em Praga, com a presença de cerca de 5 mil participantes, segundo a AFP.
Durante o dia, foram registrados vários choques entre forças de ordem e manifestantes.
Pelo menos 20 pessoas foram detidas em Calais, no norte da França, durante uma manifestação hostil aos refugiados que havia sido proibida pelas autoridades locais, relataram diferentes fontes.
Em Amsterdã, soldados do Batalhão de Choque prenderam vários manifestantes pró e anti-Pegida, após confrontos com a Polícia no centro da cidade. Algumas centenas de pessoas participaram das manifestações. Também foram registrados distúrbios em Dublin.
Outras manifestações transcorreram em um ambiente mais calmo, como em VarsóviaBratislava, Graz (sul da Áustria) e Birgmingham, segunda cidade em número de habitantes do Reino Unido. Paralelamente, houve manifestações hostis ao Pegida na maioria destas cidades.
Um grupo contrário ao que defende o Pegida também se manifestou nas ruas de Dresden neste sábado.
Extrema direita
O Pegida, "Patriotas Europeus Contra a Islamização do Ocidente", movimento de extrema direita nascido na Alemanha durante o outono (hemisfério norte) de 2014, convocou em 23 de janeiro manifestantes em 14 países da Europa neste sábado sob o lema "Fortaleza Europa".
Simpatizantes do grupo Pegida reúnem-se em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)Simpatizantes do grupo Pegida reúnem-se em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)
Em Dresden, os simpatizantes deste movimento se reuniram a partir do meio-dia (horário de Brasília) às margens do Elba, o rio que atravessa a capital da Saxônia, para protestar "contra a imigração maciça e contra a islamização".
Sob um céu limpo, foram rodeados de um grande dispositivo policial. Mais de mil agentes e veículos com canhões de água foram mobilizados para acompanhar a passeata.
Tradicionalmente, as autoridades locais se recusam a divulgar estimativas sobre o número de participantes deste tipo de manifestação. Um programa desenvolvido pela universidade local para a contagem de multidões estimou, porém, entre 6 mil e 8 mil manifestantes no final da tarde.
Segundo uma jornalista da AFP presente no local, a manifestação ocorreu em calma. Os participantes agitaram bandeiras e levaram cartazes hostis à chanceler alemã, Angela Merkel, atualmente no centro das críticas por sua política de braços abertos aos imigrantes.
Simultaneamente, centenas de pessoas desfilaram no início da tarde contra o Pegida, pedindo tolerância em uma cidade na qual vivem poucos estrangeiros, mas que se transformou em um símbolo da xenofobia na Alemanha. Segundo o programa da universidade já mencionado, a principal manifestação anti-Pegida no centro de Dresden reuniu até 3.500 pessoas.
Os cartazes desses opositores tinham frases como "Não há lugar para os nazistas" e "Não temos necessidade de xenofobia, nem de demagogia, nem do Pegida". No ano passado, a Alemanha acolheu 1,1 milhão de candidatos ao asilo, um recorde absoluto.
Manifestantes protestam contra o movimento islamofóbico Pegida, em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)Manifestantes protestam contra o movimento islamofóbico Pegida, em Dresden, Alemanha, neste sábado (6) (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)

politica







lícia dispersa manifestação contra G20 na Alemanha

Tema do protesto em Hamburgo é 'bem-vindos ao inferno'. Cidade alemã recebe líderes para reunião internacional.

polícia da Alemanha tentava dispersar nesta quinta-feira (6) uma manifestação contrária à reunião do G20 em Hamburgo, na Alemanha. O tema do protesto, que é também usado como hashtag em redes sociais, é "Bem-vindos ao inferno" (#welcometohell).
A manifestação foi impedida de se deslocar quando alguns integrantes puseram máscaras, o que é proibido na Alemanha. Bloqueados pela polícia, começou a confusão entre manifestantes e policiais. No Twitter, a polícia informou que seu porta-voz foi agredido e teve de ir para um lugar seguro.
A polícia também avisou pelo Twitter que com o aumento das tensões foi necessário usar os lançadores de água. Os policiais dizem que foram alvejados por garrafas e outros objetos.
Faixa com o tema do protesto: 'G20 Bem-vindos ao inferno' (Foto: Michael Probst/AP)Faixa com o tema do protesto: 'G20 Bem-vindos ao inferno' (Foto: Michael Probst/AP)
Faixa com o tema do protesto: 'G20 Bem-vindos ao inferno' (Foto: Michael Probst/AP)
Chamada de "Welcome to Hell" ("Bem-vindos ao Inferno"), a manifestação é a mais importante entre as previstas para acontecer na cidade durante a reunião da cúpula. O protesto começou no Mercado de Peixe (Fischmarkt) de Hamburgo, no centro da cidade, às margens do Rio Elba.
À frente da marcha, um grande cartaz pedia para "esmagar o G20" ("smash G20"). Ela foi convocada por uma autodenominada "aliança autônoma anticapitalista".
O objetivo dos organizadores era rodear o Palácio dos Congressos, onde estão as delegações da reunião. Cerca de 20 mil policiais de várias partes da Alemanha foram deslocados para Hamburgo como medida antiterrorismo e para evitar a violência nas cerca de 30 manifestações previstas durante a reunião.

DF

Inverno no DF: baixa umidade do 


ar pode provocar risco à saúde

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Frio aliado ao ar seco na região aumenta a incidência de rinites, sinusites, viroses, pneumonias e asmas, especialmente, em crianças e idosos. Foto: Portal Brasil


Tempo seco, clima frio e sem chuvas. Com a chegada do inverno, no dia mais frio do ano, os termômetros chegaram a marcar 8,5°C no Distrito Federal com a sensação térmica ainda mais baixa, de 2º C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A tendência é que o índice de umidade relativa do ar abaixo dos 30% e picos de umidade abaixo de 20% permaneçam até o mês de setembro, muito abaixo do índice ideal de 60%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Este cenário é propício para o surgimento e transmissão de diversas doenças respiratórias e de infecções virais e bacterianas, como rinites, sinusites, pneumonias e asmas.

Como consequência, a baixa umidade do ar deixa as narinas e os olhos ressecados e ocasiona a desidratação das células, principalmente, da pele e das mucosas, com a carência de água e de sais minerais no organismo, o que causa cansaço e dor de cabeça. O principal vírus da época que atinge crianças é o influenza, causador de rinite, otite, sinusite, pneumonia, conjuntivite, asma e, em adultos, a tosse rouca com febre e dor de garganta, com agravamento à noite. Outros vírus causadores de infecções gastrointestinais com diarreias agudas são o adenovírus, o citomegalovírus, o astrovírus, o calicivírus – que têm maior incidência no Distrito Federal - e o rotavírus, que é o mais perigoso, representando 40% dos casos de diarreia aguda. De acordo com a professora do curso de Medicina da Universidade Católica de Brasília (UCB), Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira, “O influenza é o grande vilão das doenças. Antes do período de seca, todas as crianças são vacinadas contra o vírus. Mesmo assim as viroses se reproduzem no músculo do corpo, provocando mialgia, que são as dores no corpo”. 

Segundo a especialista, um alerta para procurar um hospital é observar se a criança apresenta falta de ar, cansaço ou dores de cabeça. “Toda mãe conhece seu filho. Há crianças que estão com pneumonia, mas só reclamam depois de uma semana porque apresentam falta de ar. Se o seu filho está com febre por 72 horas e mantém o seu estado geral, deve levá-lo ao pronto-socorro, mesmo que ele esteja brincando e ativo. Isso porque algumas infecções virais provocam sete dias de febre. Em bebês, os indícios para uma pneumonia são a falta de apetite e a febre, por exemplo”.

A palavra-chave na prevenção de doenças é a hidratação, pois os vírus e as bactérias se aderem facilmente a células ressecadas. Para a professora Alessandra Ventura, os umidificadores de ar são benéficos desde que não fiquem ligados por longas horas e não estejam em contato com paredes mofadas ou úmidas para evitar a proliferação de fungos no local. “Os umidificadores devem ser usados por pequenos períodos de tempo e ao utilizá-los em casas sem cerâmica, por exemplo, haverá grande risco de fungos no local, o que afeta doenças respiratórias”, explicou. 

Para se ter uma ideia, de acordo com registros dos últimos 21 anos - de janeiro de 1994 a maio de 2015 - de atendimentos do pronto-socorro do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), o mês de abril representa um volume 23% maior no número de atendimentos realizados na emergência pediátrica no período. Em 2014, houve um aumento de mais de 30% na demanda em relação a 2013, sendo que o mês de maio é o campeão em atendimentos registrados devido a incidência de doenças respiratórias, com maior potencial de gravidade em crianças. As estatísticas do HMIB indicam um comparativo mais de seis vezes maior de internações por doenças respiratórias do que por doenças infecciosas gastrointestinais, que ocorrem com maior incidência nos meses de estiagem, como o rotavírus, uma causa relevante de diarreia em menores de cinco anos.

Alessandra é gastropediatra no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ela aponta como período de maior número de casos no pronto-socorro pediátrico os meses de março a junho, com média de 6.500 atendimentos no ano de 2014. “Neste período climático, poeira, poluição e pelos de animais ficam mais tempo suspensos no ar. Assim, as células do sistema imunológico têm mais dificuldade de chegar às vias aéreas, quando o aporte dessas células é reduzido. “Esses agentes contribuem para a ocorrência de doenças como rinite e conjuntivite alérgicas. No ano passado, entre as crianças lactentes, até completar o primeiro ano de idade, a prevalência de bronquiolite foi de 98,7%, seguida por infecção das vias aéreas superiores, com taxa de 57%, a pneumonia com 54% e a asma com 32% de casos registrados”, frisou. 

Seca duradoura, clima desfavorável
Desde 2015, o volume de chuvas tem sido baixo com registro de somente 154 milímetros, enquanto a média para o período deveria ser de 246 milímetros. A dissertação de Mestrado em Geografia de Renato Emanuel Silva, da Universidade Federal de Uberlândia, aponta que o clima tem relação direta com as doenças respiratórias. Em sua análise, a estação seca, combinada à baixa umidade do ar e à ausência de ventos, é um cenário propício à concentração de gases poluentes, o que “agrava ainda mais problemas respiratórios”. 

Apesar de ser sucesso na diversão das crianças nas férias, o cinema pode ser um grande problema para alérgicos devido ao ar condicionado e ao carpete. Para a gastropediatra, algumas recomendações podem ajudar a enfrentar a seca de forma amena, com o uso de toalhas molhadas e bacias de água no ambiente. “É preciso acrescentar muito líquido à dieta habitual da criança, hidratar a pele com produtos sem perfume e, nas vias aéreas, utilizar soro fisiológico de quatro a seis vezes ao dia. Neste período, em crianças alérgicas, é preciso procurar um médico especializado, enquanto crianças intolerantes e com alergia alimentar devem seguir uma dieta adequada e ter cuidado também com a hidratação”, disse.

Segundo ela, pele, olho e boca são afetados pela mudança de temperatura. “No clima seco, a pele coça e surgem as infecções. O nariz queima, com a sensação de ardência, pois o esforço para respirar é muito maior. As crianças costumam chegar ao pronto-socorro reclamando de dor torácica e até taquicardia, muitas vezes, ocasionada por uma rinite, que dificulta a respiração. Por isso apresentam tosse seca, falta de ar e cansaço”.

Liga acadêmica de Alergia e Imunopatologia Em março deste ano, a LAI lançou seu primeiro Manual de Alergia Alimentar, que tratou de diversas alergias, como leite de vaca, ovo, carne de bovina, soja, trigo, amendoim e frutos do mar, além da relação entre a alergia alimentar, o uso de fórmulas e a asma.

Está previsto para agosto um minicurso com a discussão dos temas para o próximo manual da Liga acadêmica de Alergia e Imunopatologia.

O manual está disponível no 
portal da UCB!


Fonte: Imprensa UCB

politica






Conselho de Ética mantém arquivamento de pedido de cassação de Aécio Neves

   
Da Redação | 06/07/2017, 15h20 - ATUALIZADO EM 06/07/2017, 15h47





























O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar rejeitou nesta quinta-feira (6) o recurso contra o arquivamento do pedido de abertura de processo para a cassação do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG) por quebra de decoro. Foram registrados 11 votos contrários ao recurso e apenas quatro a favor.
Embora só precisasse se posicionar em caso de empate, o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que há um mês havia rejeitado preliminarmente a petição contra Aécio, fez questão de também registrar voto contrário.
O recurso, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi subscrito por cinco integrantes titulares do Conselho, entre eles o vice-presidente, Pedro Chaves (PSC-MT). Na votação, no entanto, o vice mudou de posição, votando pela manutenção da decisão de João Alberto pelo arquivamento do pedido.

Violação de decoro

Randolfe, na apelação, contestou os argumentos de João Alberto de que a representação se baseou em “meras informações jornalísticas”, o que seria suficiente para justificar a rejeição preliminar. Ele reconheceu que as delações dos executivos do grupo JBS, que envolveriam Aécio em irregularidades, assim como as provas, estavam naquele momento protegidas por sigilo junto Supremo Tribunal Federal (STF), mas que isso não era empecilho.
Como explicou Randolfe, os fatos e as provas poderiam ter sido colhidos junto ao tribunal, por meio de pedido do Conselho de Ética para que fossem compartilhadas. Segundo ele, esse caminho foi claramente indicado pelos signatários no texto da representação.
Randolfe também sustentou que, pelo Código de Ética, não há necessidade de que as provas estejam previamente formadas. A seu ver, essa exigência não passou de uma “inovação” com o único objetivo “abortar” toda e qualquer investigação que venha a ser solicitada ao conselho.
— Para que um processo seja levado a efeito, as provas não devem existir de pronto. Basta haver justa causa com indícios mínimos e suspeita razoável de violação do decoro parlamentar — declarou.
Randolfe mencinonou elementos que fazem parte da delação dos executivos Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, inclusive gravações de conversas e vídeos referentes à entrega de R$ 2 milhões a um representante de Aécio, além de entendimentos para venda de imóvel da sua família para o grupo empresarial, por R$ 40 milhões, duas vezes acima do valor do mercado.

Preservação de garantias

Os senadores que defenderam a manutenção do arquivamento disseram ser preciso manter o respeito ao Estado de Direito e à preservação das garantias constitucionais. E que não haveria razão para se instaurar um processo por "fatos sem provas".
Pedro Chaves salientou que o ministro Marco Aurélio, do Supremo, reformou decisão do colega Edson Fachin e devolveu a Aécio ao pleno exercício da função parlamentar, que havia sido suspensa. Na sua visão, esse ato inverteu argumentos e serviu para assinalar que não deve haver cassação sem condenação.
O senador Telmário Mota (PTB-RR afirmou que a transferência de dinheiro para Aécio, acertada com Joesley Batista, foi um pedido de empréstimo feito “a alguém que ele pensava ser um amigo”.

Ética

O senador João Capiberibe (PSB-AP), ao contrário, disse que gravações e vídeos mostram claramente um interposto combinando “transação criminosa”em nome de Aécio.
— Se não dermos sequência a esse processo, nós vamos desgastar profundamente o Senado da República. Está em jogo a imagem do Congresso e do Conselho de Ética — afirmou Capiberibe, observando que a população está com olhos voltados para os parlamentares.
O senador Lasier Martins (PSD-RS) salientou que o pedido feito ao conselho é natureza ética, e que pesam sobre o colega acusações por fatos que não estão bem “esclarecidos”, o que justificaria a investigação. O arquivamento, alertou, reforçará críticas habituais que “enxovalham” o conselho.

"Turba"

Romero Jucá (PMDB-RR) apelou para que os membros do conselho agissem com "responsabilidade e serenidade", sem se deixar levar pela pressão da “turba” que pede “linchamento”.  Jucá disse que o arquivamento se justifica por uma razão simples: a denúncia contra o senador Aécio acabou de ser levada ao Supremo e, por enquanto, só há uma versão para os fatos.
— Querer aqui impor ao senador Aécio Neves qualquer tipo de penalidade por conta de uma versão colocada pelo Ministério Público, me desculpem, é algo prematuro, injusto, e que não é democrático nem constitucional — afirmou Jucá.

"Ameaças veladas"

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), um dos que assinaram o recurso ao conselho, louvou a decisão do ministro. Observou que medidas cautelares no sentido de restringir a atuação de parlamentares são próprias de “regimes autoritários”. Ressalvou, no entanto, que o próprio ministro assinalou que ao Senado é assegurado o direito de examinar os fatos no âmbito de processo administrativo e político, por quebra de decoro, o que ele disse ser indispensável no caso.
— Ninguém disputa uma eleição porque quer participar do Conselho de Ética e ser o algoz de seus colegas. Não é qualquer desejo sádico que nos move. No entanto, estamos aqui, nossos colegas nos indicaram, e temos um dever institucional a cumprir, não para julgar o amigo o inimigo, mas sim para cumprir as regras regimentais, os preceitos do Código de Ética e os direitos e deveres constitucionais — disse.
Valadares disse ainda que chegou a seu conhecimento “ameaças veladas” de que senadores que apoiassem o pedido contra Aécio poderiam ser surpreendidos com seus nomes numa “enxurrada” de novas representações ao Conselho de Ética. A seu ver, isso seria uma inaceitável tentativa de intimidação.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)