quinta-feira, 25 de maio de 2017

GOVERNO

Temer faz 3º pronunciamento para dizer que fica:‘Meus amigos, o trabalho continua’



Nesta quinta-feira (25), Michel Temer (PMDB) gravou um pronunciamento comentando os protestos realizados ontem em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Esse é o terceiro pronunciamento do peemedebista em uma semana, desde que seu governo entrou em crise com a revelação de conversas gravadas entre ele e o empresário Joesley Batista, da JBS. A diferença é que, desta vez, Temer não chamou imprensa e lançou apenas o vídeo com a fala.
No pronunciamento, Temer repetiu expressões que já havia usado em suas falas anteriores, nos dia 18 e 20 de maio. Mais uma vez, ele disse que “o Brasil não parou e não vai parar” e enumerou medidas que foram aprovadas pela base aliada no Congresso. “O Brasil não parou e não vai parar. Continuamos avançando e votando matérias importantíssimas no Congresso Nacional. As manifestações ocorreram com exageros, mas deputados e senadores continuaram a trabalhar em favor do Brasil e aprovaram número expressivo de medidas provisórias, sete em uma semana”, declarou.
Novamente, ele repetiu a intenção de seguir no governo. “Meus amigos, o trabalho continua, vai continuar. Temos muito ainda a fazer e esse é o único caminho que meu governo pretende seguir, colocar o Brasil nos trilhos. Portanto, vamos ao trabalho”, afirmou.
O peemedebista, que perdeu partidos na base durante a semana, aproveitou o pronunciamento para “exaltar os trabalhos da Câmara”, que na última madrugada aprovou seis medidas provisórias (MP), sem a participação da oposição. Entre elas, a MP 759/16, que muda as regras de regularização fundiária e de terras ocupadas na Amazônia Legal e a MP 767/16, denominada por ele como “pente-fino no auxílio- doença”. A medida endurece as regras e aumenta o período de carência na concessão de auxílio-doença, da aposentadoria por invalidez e do salário-maternidade no caso de o segurado perder essa condição junto ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e retomá-la posteriormente.
Segundo a Agência Brasil, o texto também cria um bônus para os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com o objetivo de diminuir o número de auxílios concedidos há mais de dois anos sem a revisão legal prevista para esse prazo.
A manifestação de quarta-feira em Brasília, pedindo a saída de Temer da presidência e contra as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas por seu governo, mobilizou cerca de 45 mil pessoas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. Os organizadores estimaram em cerca de 150 mil.
Com registros de violência policial – incluindo uso de armas de fogo contra manifestantes – o protesto teve feridos no enfrentamento entre forças de segurança e civis. Temer chegou a emitir um decreto pedindo o auxílio das Forças Armadas na capital até o dia 31 de maio. Criticado por ministros do STF e aliados, nesta quinta, ele voltou atrás.

*Com informações da Agência Brasil


JUSTIÇA

Operação da PF investiga irregularidades nas obras da Ferrovia Norte-Sul


A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) deflagram na manhã de hoje a Operação De Volta aos Trilhos, que investiga crimes de lavagem de dinheiro decorrente do recebimento de propina nas obras da Ferrovia Norte-Sul.
A operação, que é um desdobramento da Lava Jato e uma nova etapa das operações O Recebedor e Tabela Periódica, cumpre dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva em Goiás e Mato Grosso.
A operação baseia-se em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF/GO pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina ao então presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, bem como em investigações da Polícia Federal em Goiás, que levaram à identificação e à localização de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).
Os principais alvos da operação são Juquinha, seu filho Jader Ferreira das Neves e o advogado Leandro de Melo Ribeiro. Os dois primeiros são suspeitos de continuarem a lavar dinheiro oriundo de propina, mantendo oculto parte do patrimônio. O advogado Melo Ribeiro é suspeito de ser laranja de Juquinha e seu filho e de auxiliá-los na ocultação do patrimônio.
A pedido do Ministério Público, a Justiça de Goiás determinou as prisões preventivas de Jader e de Leandro, além das conduções coercitivas de Juquinha, do advogado Mauro Césio Ribeiro (sócio e pai de Leandro), de Jeovano Barbosa Caetano e de Fábio Junio dos Santos Pereira, suspeitos de prestarem auxílio para a execução de atos de lavagem.
As buscas e apreensões têm como alvo as casas dos investigados, a sede das empresas Pólis Construções e Noroeste Imóveis, que funcionariam no escritório de advocacia de Mauro Césio e Leandro Ribeiro, bem como a sede da Imobiliária Água Boa.
Condenação
Juquinha e seu filho já foram condenados na operação Trem Pagador (Ação Penal nº 18.114-41.2013.4.01.3500) a, respectivamente, 10 e 7 anos de reclusão por formação de quadrilha e lavagem de aproximadamente R$ 20 milhões provenientes da prática de crimes de cartel, fraudes em licitações, peculato e corrupção nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a empresa pública Valec. Ambos aguardavam o julgamento de seus recursos em liberdade.
As prisões foram pedidas porque se apurou que os investigados, mesmo depois de condenados, continuavam a cometer crimes de lavagem de dinheiro. De acordo com nota do MPF/GO, ambos estão "em plena atividade criminosa", além de estarem produzindo provas falsas no processo para ludibriar o juízo e assegurar impunidade. Eles são acusados também de custearem parte de sua defesa técnica com dinheiro de propina.
Um dos objetivos da Operação é o sequestro e apreensão de bens que, de acordo com o Ministério Público estão em nome de terceiros como forma de ocultar a real propriedade e a origem dos recursos usados para a sua aquisição.

Fonte: Agência Brasil

LAVA JATO



Cláudia Cruz é absolvida em processo da Lava Jato em Curitiba


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Mulher do ex-presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi acusada de ter se beneficiado 

de propina recebida pelo marido. Foto: Reprodução Youtube


A mulher do ex-presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz, foi absolvida dos crimes de lavagem de dinheiro e de evasão fraudulenta de divisas em ação relacionada à Operação Lava Jato. A sentença do juiz Sérgio Moro foi publicada nesta quinta-feira (25). Segundo Moro, não há prova suficiente de que ela teria agido com dolo. O Ministério Público Federal afirmou que vai recorrer da decisão.
Correção: O G1 errou ao afirmar que a pena atribuída a João Augusto Rezende Henriques seria de 13 anos. Segundo a Justiça Federal, Moro definiu que a pena dele será de sete anos de reclusão, em regime inicialmente fechado. A informação foi corrigida às 19h37.)
O MPF havia pedido em suas alegações finais que a Cláudia Cruz fosse condenada e cumprisse a eventual pena em regime fechado. Com a absolvição, ela não será presa.
Este era o único processo criminal da mulher de Cunha na Operação Lava Jato. Ela ainda é ré em outra ação movida pelo MPF, em âmbito cível, na qual é acusada de improbidade administrativa.

A ação penal sentenciada nesta quinta tem outros três réus:
Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, empresário português: foi absolvido dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro por falta de provas.
Jorge Antônio Zelada, ex-diretor da Petrobras: condenado por corrupção passiva, com pena de 6 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado.
João Augusto Rezende Henriques, lobista: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com pena de 7 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado.
Zelada e Henriques já estão presos no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. 

Ambos foram condenados anteriormente na Lava-Jato.
De acordo com as investigações da força-tarefa da Lava Jato, Cláudia Cruz foi favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido. Ainda conforme a acusação, o dinheiro teve origem em um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin, na África.
Esse valor foi depositado em contas na Suíça - alvo de outro processo, em que apenas Eduardo Cunha era réu e foi condenado. Da parte que o MPF diz que foi repassada para Cláudia Cruz, 176.560 francos suíços seguem depositados na Europa. Na sentença, Moro determinou que esse valor, equivalente a R$ 566 mil, seja confiscado.
“Evidentemente, não há nada de errado nos gastos em si mesmos, mas são eles extravagantes e inconsistentes para ela e para sua família, considerando que o marido era agente público. Deveria, portanto, a acusada Cláudia Cordeiro Cruz ter percebido que o padrão de vida levado por ela e por seus familiares era inconsistente com as fontes de renda e o cargo público de seu marido", disse Moro em sua decisão.
"Embora tal comportamento seja altamente reprovável, ele leva à conclusão de que a acusada Cláudia Cordeiro Cruz foi negligente quanto às fontes de rendimento do marido e quanto aos seus gastos pessoais e da família. Não é, porém, o suficiente para condená-la por lavagem dinheiro”, completou o juiz.
Na outra ação na qual ela é ré, na área cível, o Ministério Público Federal pede a perda de R$ 4,4 milhões encontrados na conta bancária de Cláudia Cruz, o pagamento de multa de três vezes o valor, além da suspensão dos direitos políticos e a proibição de firmar contratos com o poder público por 10 anos.
Investigações
A denúncia foi aceita por Moro em junho do ano passado. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cláudia tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em um montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos, entre 2008 e 2014.
As investigações apontaram que o valor é totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido.
Os recursos na conta de Cláudia Cruz foram utilizados para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior - entre elas artigos de grife como bolsas, sapatos e roupas, ainda conforme o MPF.

"Quase a totalidade do dinheiro depositado na Köpek (99,7%) teve origem nas contas Triumph SP (US$ 1.050.000,00), Netherton (US$ 165 mil) e Orion SP (US$ 60 mil), todas pertencentes a Eduardo Cunha", afirmou o MPF.
As contas de Cunha escondidas no exterior, ainda de acordo com o MPF, eram utilizadas para receber e movimentar propinas, que eram produtos de crimes contra a administração pública praticados por ele.À época da denúncia, Cunha afirmou que as contas de Cláudia no exterior estavam "dentro das normas da legislação brasileira", foram declaradas às autoridades e não foram abastecidas por recursos ilícitos.

Fonte: G1


DF

Propina de Agnelo foi entregue no 

canteiro de obras do Mané Garrincha, 

diz delator

Resultado de imagem para Valores 'vultosos' foram recebidos por operador de ex-governador, segundo ex-executivo da Andrade Gutierrez; defesa de Agnelo não se pronunciou. Ele, Arruda e Filippelli foram presos nesta terça.
PF prende assessor de Temer e dois ex-governadores do DF Foto: Reprodução TV Globo

O esquema de propina relacionado à construção do estádio Mané Garrincha envolveu repasse de "vultosos valores" em dinheiro no próprio canteiro de obras da arena, no centro de Brasília. A quantia seria destinada ao ex-governador Agnelo Queiroz (PT), preso nesta terça-feira (23) pela Polícia Federal. O ex-vice Tadeu Filippelli (PMDB) e o ex-governador José Roberto Arruda (PR) também foram detidos.
Segundo um dos delatores da Andrade Gutierrez, o ex-executivo Rodrigo Leite Vieira, os altos valores foram entregues ao empresário Jorge Luiz Salomão como um "repasse das construtoras". Salomão aparece nos pedidos de investigação do Ministério Público Federal (MPF) como um dos operadores que arrecavadam o dinheiro das empreiteiras para repassar a políticos.
O estádio Mané Garrincha foi construído por um consórcio formado pela Andrade Gutierrez com a empresa local Via Engenharia. Segundo ex-executivos da Odebrecht, a contratação envolveu um "acordo de mercado" – a empreiteira apresentou proposta fraca na disputa pelo Mané e, em troca, conseguiu levar as obras da Arena Pernambuco, em Recife, por um preço maior.
A decisão emitida nesta terça pelo juiz da 10ª Vara Federal Vallisney de Souza Oliveira não explicita os valores que, segundo a investigação, teriam sido pagos em propina aos políticos e servidores públicos. Ao todo, a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 50 milhões em bens de dez citados, além de outros R$ 100 milhões do patrimônio da Via Engenharia.
Fonte: G1

BRASIL

Acompanhado de 20 agentes, Fernandinho Beira-Mar é transferido em voo da FAB
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O traficante foi transferido após a deflagração da Operação Epístolas, que através de investigações mostrou que, mesmo do presídio, o detento ainda comandava negócios que chegaram a movimentar R$ 9 milhões nos últimos anos.  Foto: Reprodução

O traficante Luiz Fernando da Costa, de 49 anos, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, foi transferido da Penitenciária Federal de Porto Velho na manhã desta quinta-feira, 25. Por segurança, o destino final do preso não foi informado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e deve ser divulgado somente após seu desembarque.Beira-Mar foi levado por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com cerca de 20 agentes federais. 


O comboio do Sistema Penitenciário Federal e da Polícia Federal chegou por volta das 9h50 ao Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, na capital rondoniense. O embarque foi por volta das 11 horas.O traficante foi transferido após a deflagração da Operação Epístolas, que através de investigações mostrou que, mesmo do presídio, o detento ainda comandava negócios que chegaram a movimentar R$ 9 milhões nos últimos anos. A ação da PF prendeu dez parentes do detento.


Fonte: Estadão Conteúdo


MEIO AMBIENTE

Pesquisa da UCB extrai ouro do lixo e 

preserva o meio ambiente

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Projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Católica de Brasília é reconhecido em diferentes países como modelo de sustentabilidade, reaproveitamento e soluções para o lixo eletrônico Foto: Faiara Assis



Você sabia que cerca de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são gerados por ano no mundo? E que entre os países emergentes, o Brasil é o que mais gera lixo eletrônico por habitante? Os dados apontados pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) mostram que a cada ano o nosso país descarta cerca de 97 mil toneladas de computadores, 2,2 mil toneladas de celulares e 17,2 mil toneladas de impressoras. Só fica atrás da China e Estados Unidos.

Com essa preocupação, em 2010 os cursos de Tecnologia da Informação (TI) da Universidade Católica de Brasília (UCB) criaram o Projeto de Extensão “Reiniciar: E-Lixo Universitário” com a proposta de oficina prática e inclusão digital na UCB, por meio do reaproveitamento e remontagem de configuração de máquinas. Desde 2015 o projeto foi reformulado e transformado em pesquisa, o que gerou novos avanços, descobertas e reconhecimentos internacionais.

A professora Graziela Ferreira Guarda, coordenadora do projeto na UCB, explica que o E-lixo desenvolve pesquisas dentro da temática do Lixo Eletrônico com dois grandes eixos: a hidro metalurgia, por meio da lixiviação, que é um processo químico de transformação da matéria prima. “Nós pegamos os pinos das placas de equipamentos eletrônicos e fazemos o choque com ácidos. Desse processo temos a modificação da matéria-prima, transformada em pó (ouro ou prata) e submetida à análise”, explica. E as pesquisas com lisímetros. “Onde inserimos o lixo eletrônico na natureza, em um ambiente simulado, e mapeamos os impactos que eles causam. Nós observamos o que a natureza pode sofrer com a contaminação desses metais tóxicos”, complementa a coordenadora.

Atualmente o projeto E-lixo é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e conta com o apoio de outros cursos como Relações Internacionais, Engenharia Ambiental e Sanitária e o curso de Química.  Tem produzido resultados significativos com a extração de ouro e prata e, agora, inicia a extração do Índio (In), um metal raro e muito versátil, presente nas telas de celulares. “Nossa proposta é tirar do lixo alguma coisa que tenha valor. Estamos transformando a matéria-prima, removendo o material que constituem essas placas e fazendo um reaproveitamento desses materiais. Fora isso, trabalhamos o viés ambiental, com a proteção da natureza. É uma forma de reduzir essas contaminações causadas por esse lixo descartado”, ponderou Graziela

TI Verde – Uma preocupação do projeto E-lixo

A indústria de equipamentos eletroeletrônicos é umas das que mais cresce no mundo. A modernização e a diversidade de equipamentos promovem uma cultura de consumo e descarte desses objetos, gerando um grande problema ambiental. “As estatísticas mostram que o consumo no Brasil é muito grande. Em média esses equipamentos são trocados a cada seis meses”, afirmou a professora. 

O estudante do 7º semestre de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB, Marcelo Silva dos Santos, bolsista no projeto E-lixo, explica que uma das propostas do projeto é fazer com que o lixo eletrônico capturado, normalmente descartado em aterros sanitários, lixões, no meio ambiente sem nenhum critério de avaliação de coleta, retome para a cadeia produtiva. “Todo esse lixo é composto por polímeros, ferro, cobre e metais preciosos. Então, conclui-se que a reutilização é economicamente lucrativa e ambientalmente correta. O resultado da extração desse material pode voltar à cadeia produtiva em outra forma, às vezes, até da mesma forma, porque se quiser reutilizá-lo em equipamentos eletrônicos não tem problema”, afirmou o futuro engenheiro.  

A rentabilidade econômica é a linha de pesquisa do Vitor Neves Palmeira, estudante do 7º semestre de Relações Internacionais. Há pouco mais de um ano no Projeto E-lixo, Vitor investiga o comércio internacional do lixo eletrônico. “Existem grupos ilegais, de crime organizado, que trabalham com isso. É um mercado que envolve muito dinheiro, justamente por essa questão da extração de ouro. Esses grupos acabam retirando o lixo eletrônico de grandes produtores como a União Europeia e Estados Unidos e enviam de forma clandestina para os países da África, da Ásia e principalmente da China para fazerem a extração”, revela. Vitor Neves afirma que mesmo com a Convenção de Basiléia, que procura coibir o tráfico ilegal e prevê a intensificação da cooperação internacional para a gestão ambientalmente adequada desses resíduos, falta fiscalização e o crime ocorre.

Já Regianne Sousa Martins, também integrante do E-lixo há pouco mais de um ano, pesquisa a parte de política nacional de resíduos sólidos, principalmente a logística reversa do uso dos equipamentos eletroeletrônicos. “A política reversa é a responsabilidade compartilhada desses equipamentos, indo desde o produtor até o consumidor, no ciclo de início e fim da vida útil desses objetos. Como já existe uma lei de responsabilidade, eu quis saber se as empresas estão cumprindo ou não a lei”, explica Regianne. A pesquisadora identificou que de 5 empresas fornecedoras, apenas duas recolhem os equipamentos que perderam a vida útil. Dessas, a Itautec é uma referência. Outra descoberta da estudante foi a coleta realizada por empresas que não produzem, mas que apenas comercializam e recolhem o lixo eletrônico, como a Leroy Merlin.

Regianne Martins afirma que uma saída para as empresas reduzirem a quantidade de lixo eletrônico no mundo, seria a virtualização dos equipamentos e o reaproveitamento do lixo eletrônico. “Quando elas recolhem, elas podem de forma legal, ter retorno financeiro com esses equipamentos”.

Como sugestão de solução para o fim do lixo eletrônico global, Marcelo também aponta uma educação ambiental, tal qual as pessoas conhecem atualmente. “Existem as coletas seletivas de lixo orgânico, seco, vidro, papel, eu penso que deveria popularizar a consciência da coleta do lixo eletrônico. Isso facilitaria um descarte consciente e a reutilização desse lixo”, sugere.

Reconhecimento Nacional e Internacional

Os artigos desenvolvidos pelo projeto de pesquisa E-lixo da Universidade Católica de Brasília têm recebido reconhecimento e são apresentados em congressos internacionais. Recentemente, o E-lixo foi apresentado no Congresso Interamericano de Resíduos Sólidos, em Cuenca, no Equador, ocorrido de 25 a 28 de abril. Esse evento é o mais importante de resíduos sólidos organizado pela AIDIS - Asociación Interamericana de Inginería Sanitaria Ambiental, e acontece a cada 2 anos, em diferentes países da América Latina. A UCB foi a única universidade particular brasileira presente no evento, ao lado outras instituições federais de Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia. “Nesta oportunidade, identifiquei que a Universidad de Lima – Perú, bem como a Pontifícia Universidad Católica de Chile, estão produzindo pesquisas similares as nossas. A ideia é estreitarmos os laços para produzirmos juntos pesquisas comparadas entre os países, sobre lixo eletrônico e legislação”, explica a professora Graziela.

No segundo semestre haverá apresentação da publicação referente ao projeto E- Lixo, em San Margherita di Pula, na Itália. Esse é um dos simpósios mais importantes do mundo na área, e o estudante Vítor Neves fará apresentação de sua pesquisa.

Fonte: Imprensa UCB
Foto: Faiara Assis
Pesquisadores do projeto E-lixo

SAÚDE

Bombeiros do DF são parceiros dos bancos de leite desde a década de 80
Profissionais são os responsáveis pela coleta do alimento junto às doadoras Créditos: Secretaria de Saúde do DF


Reconhecidos pelo Ministério da Saúde como serviço de referência nacional, os bancos de leite humano da rede pública de saúde do Distrito Federal são considerados os melhores do Brasil. A assistência, inaugurada na década de 80, é prestada à população da capital por meio da Secretaria de Saúde em parceria com o Corpo de Bombeiros do DF, que é o responsável pela coleta do leite na casa das doadoras.
O sargento da corporação Éder Cardoso atua no Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) há 10 anos. Ele conta que, desde o início do trabalho, sempre se sentiu envolvido com a causa por ser um ato de promoção à vida. Atualmente, ele é o condutor do veículo que realiza o recolhimento dos frascos. "É um serviço de atendimento completamente nobre, porque são vidas que salvam outras vidas. A atuação dos bombeiros não existe sem o trabalho dos profissionais dos bancos de leite da rede, pois funciona como uma cadeia onde todos estão conectados", explica Cardoso. Éder revela que se sente motivado por ver o resultado do seu trabalho alcançando tantos bebês.
Além dele, a sargento Tânia Alencar também presta atendimento na unidade do HRC há 23 anos. Ela atua, juntamente com Éder, na coleta do leite materno, no ensinamento das mães doadoras sobre o preparo do frasco que armazenará o alimento, realização da higiene pessoal antes de iniciar o processo, qual o local adequado para retirar o leite e outros procedimentos ligados à doação.



"Quando uma mãe decide colaborar, fazemos uma primeira visita com o intuito de explicar como funciona cada passo. Após isso, passamos a visitar semanalmente cada doadora e, com isso, criamos laços com todas elas. É muito gratificante ver como nosso trabalho promove a valorização da vida. É como uma corrente do bem, onde uma história influencia várias outras",
declara Tânia.
*DOAÇÃO –* A educadora física Lígia Teres, de 33 anos, é mãe de Maximus Macedo, de dois meses. Mãe pela primeira vez, ela comenta que, desde os primeiros dias de vida do filho, produziu muito leite e sempre sobrava o bastante para alimentar outras crianças. Foi quando decidiu procurar ajudar para saber como virar uma doadora. Semanalmente, Lígia doa dois frascos de 300 ml. "Com o tanto de leite que tinha, meu seio doía muito. Resolvi doar, porquese trata de um ato de amor, onde é possível oferecer alegria e esperança a outras mães que, por algum motivo, não puderam amamentar seus filhos. Vou continuar doando enquanto produzir leite", ressalta a doadora ao relembrar de um ditado ensinado pelos bombeiros: "O seio da mãe não é um depósito, é uma fábrica".

Lígia ressalta a importância da doação como uma forma de possibilitar o crescimento de outros bebês que precisam do leite materno para se desenvolver. "Cada mililitro doado é relevante e é um ciclo onde quanto mais a mãe retira e doa, mais ela tem. Defendo esse trabalho feito pelos bancos de leite, bombeiros e mães doadoras."

Fonte: Portal Saúde DF

BRASIL

Forças Armadas brasileiras enviam últimas 

tropas ao Haiti



A primeira tropa embarcou no aeroporto internacional de Viracopos (SP) - Foto: Divulgação Exército Brasileiro

As últimas tropas brasileiras, que comporão o 26º Contingente Brasileiro (CONTBRAS) na Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH), já começaram a ser enviadas ao país. Até 1º de junho, 970 militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea cumprirão a missão por mais seis meses, até o encerramento, já definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 15 de outubro deste ano.

Para finalizar a missão, são 850 militares do Batalhão Brasileiro de Infantaria de Força de Paz (BRABAT – sigla em inglês), com efetivos das três Forças, e 120 da Companhia Brasileira de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY – sigla em inglês), do Exército Brasileiro.

Em 16 de maio partiu o primeiro voo, com aproximadamente 250 militares, do aeroporto internacional de Viracopos (SP). Mais 3 voos, 22 e 27 de maio e  1º de junho completam o contingente. Quando em solo haitiano, será realizada a cerimônia de ativação do 26º CONTBRAS, com a presença de autoridades da ONU no Haiti e do Force Commander, general Ajax Porto Pinheiro. 
Na solenidade do embarque do primeiro efetivo, o comandante militar do Sudeste, general João Camilo Pires de Campos, que esteve no evento, destacou o trabalho realizado, até hoje, no país caribenho. “O Brasil deixou uma marca de qualidade no Haiti, reconhecida”, afirmou.
A Marinha do Brasil integra o contingente com os Fuzileiros Navais, pertencentes ao Comando da Força de Fuzileiros de Esquadra, do Rio de Janeiro. Os militares do Exército são da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), de Caçapava (SP), e os da Força Aérea são do 4º Comando Aéreo Regional.
O BRABAT 26 tem a missão de manter um ambiente seguro e estável no Haiti, em apoio às atividades de assistência humanitária e de fortalecer as instituições nacionais haitianas. Além disso, como último Contingente Brasileiro, o batalhão terá a responsabilidade de realizar a desmobilização do pessoal e do material. Os militares  deverão desmontar toda a estrutura brasileira em terras haitianas para facilitar a repatriação.
Segundo a ONU, no período que ficarão ainda no Haiti, as Forças Armadas brasileiras realizarão a passagem de função para a Missão das Nações unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH), que permanecerá no país pelos próximos dois anos.

Fonhte: DefesaNet/Major Sylvia Martins

ECONOMIA

IPCA-15 em 12 meses atinge menor 

nível em quase 10 anos, a 3,77%


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No mês, índice ficou em 0,24%, acima da expectativa de analistas de mercado Foto: Reprodução


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação mensal, nos últimos 12 meses encerrados em maio, se afastou ainda mais da meta do governo para inflação geral no fim do ano (4,5%), ficando a 3,77%. É a primeira vez que o resultado nessa comparação fica abaixo de 4% em quase dez anos, atingindo o menor nível desde julho de 2007, quando ficou em 3,71%. O resultado é positivo para a continuação do ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central – um processo que desde a semana passada tem sido questionado diante da incerteza política instaurada com a divulgação de delações que atingiram em cheio o presidente Michel Temer.
Na passagem de abril para maio, o IPCA-15 registrou alta de 0,24%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), valor muito inferior aos 0,86% registrados no mesmo mês do ano passado.
O resultado veio ligeiramente acima da expectativa de analistas de mercado. Segundo a Bloomberg, economistas estimavam um resultado de 0,20% para o IPCA-15 do mês; e de 3,73% em 12 meses. No acumulado do ano, o IPCA-15 de maio ficou em 1,46%.
— Acho que do ponto de vista da política monetária, a inflação está sob controle. A prova disso é a taxa de 12 meses quase fechando o primeiro semstre de 2017 abaixo de 4,5%. Isso está em linha com o que esperamos para este ano — afirma André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. — Agora o cenário político cria algumas incertezas, pois mexe com a taxa de câmbio, agências de risco que podem aumentar o risco de obter investimentos no Brasil. Isso tudo pode criar uma rigidez maior à queda inflação, mas acho que será moderada.
Braz afirma que o cenário de crise política não deve interferir de maneira definitiva na trajetória de queda dos juros para não piorar mais ainda a situação da economia do país:
— Toda essa instabilidade atrapalha a parte fiscal que ajuda na recuperação da economia, mas não vai atrapalhar a parte monetária. Talvez o ritmo de corte de juros dê uma desacelerada, mas não vão piorar mais a situação, desde que a situação da inflação continue bem avaliada, como no momento. Não há nada no radar que faça os analistas reverem essa projeção.

Segundo Marcio Milan, economista da Consultoria Tendências, apesar dos eventos políticos recentes, a expectativa é de o Banco Central mantenha o processo de redução da Selic, ainda que novos patamares para a taxa neste e no próximo ano sejam repensados:
— Os eventos reforçam que o momento é muito envolto de incerteza e, nesses casos, cabe sempre uma postura mais cautelosa da autoridade monetária — afirma o especialista, acrescentando que a avaliação da Tendência é de redução de 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC, na próxima semana.
REMÉDIOS TÊM ALTA; COMBUSTÍVEIS, QUEDA
O grupo que teve mais impacto no índice de maio, pelo segundo mês consecutivo, foi Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,84%. Essa influência foi puxada pela alta de 2,08% nos preços de remédios, cujo reajuste anual entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo de medicamento, passou a valer a partir de 31 de março.
Em seguida, o grupo Vestuário teve alta de 0,74%. Os Alimentos e Bebidas avançaram 0,42% em maio. As principais altas foram nos preços da batata-inglesa (16,08%), tomate (12,09%) e cebola (9,15%). Já outros itens, como ólego de soja, açúcar cristal e feijão carioca registraram queda de 5,81%, 3,03% e 2,52%, respectivamente.
— O que está pesando na inflação são os alimentos, que dependem mais de condições de safra, muito bem avaliadas para 2017. Se o clima não pregar alguma peça este ano e o câmbio não sofrer algum avanço abrupto, o que vai conduzir a meta para ficar abaixo de 4,5%, é o grupo de alimentos — sustenta Braz. — Acho provável que a gente tenha essa ajuda da agricultura e uma inflação abaixo de 4,5%.
O grupo Transportes foi o único a registra queda nos preços, de 0,40%. O resultado, explica o IBGE, se deve à redução de 1,12% no valor dos combustíveis, com destaque para o litro da gasolina, que ficou 0,85% mais barata, e do etanol, que caiu 2,48%. O preço de passagens aéreas também registrou forte recuo, de 11,42%, exercendo forte impacto negativo no IPCA-15.
A energia elétrica residencial teve queda de 0,30% no IPCA-15, ainda devido ao desconto nas contas de luz concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para compensar os consumidores pela cobrança indevida, em 2016, do chamado Encargo de Energia de Reserva (EER) destinado a remunerar a usina de Angra III. No entanto, os economistas afirmam que a expectativa é que, no resultado final da inflação de maio, o item volte ao terreno positivo como reflexo do "fim" dessa redução.

POR CIDADE
O IBGE analisa os preços de 11 regiões metropolitanas do Brasil. Recife registrou a maior alta em maio, de 0,65%, seguida de São Paulo (0,38%) e Porto Alegre (0,27%). Belém e Goiânia foram as únicas cidades analisadas com queda nos preços, de 0,04% e 0,22%, respectivamente. O Rio de Janeiro teve alta de 0,20%.
Já nos últimos 12 meses, Fortaleza tem o índice mais alto, de 5,31%. Em seguida vem Recife (5,10%) e Rio de Janeiro (4,41%). O IPCA-15 mais baixo nessa comparação fica com Goiânia (1,94%) e Curitiba (2,37%).
Em abril, o IPCA-15 em 12 meses, a 4,41%, ficou abaixo da meta do governo pela primeira vez desde janeiro de 2010. O índice mensal foi de 0,21%.

Fonte: O Globo

SUSTENTABILIDADE

Mudança do Código Florestal ‘anistiou’ 

41 milhões de hectares


Estudo mostra que o setor produtivo “ganhou” pelo menos 41 milhões de hectares de terras há cinco anos, quando foi modificada a principal lei que rege a proteção da natureza em áreas privadas, o Código Florestal
Estudo mostra que o setor produtivo “ganhou” pelo menos 41 milhões de hectares de terras há cinco anos, quando foi modificada a principal lei que rege a proteção da natureza em áreas privadas, o Código Florestal Foto: Bruno Kelly/Reuters

 Em meio às discussões no Congresso sobre a redução das unidades de conservação no País liberando mais áreas para exploração, um estudo mostra que o setor produtivo "ganhou" pelo menos 41 milhões de hectares de terras há cinco anos, quando foi modificada a principal lei que rege a proteção da natureza em áreas privadas, o Código Florestal.
Esse é a estimativa mais recente do tamanho da área que foi desmatada ilegalmente no passado, mas foi liberada da necessidade de restauração com a mudança da lei, segundo cálculos de pesquisadores do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). É uma área maior que Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará juntos. 

Os dados do trabalho foram passados com exclusividade ao Estado e serão divulgados nesta quinta-feira, 25, data que marca os cinco anos da sanção da lei, em São Paulo. Eles poderão ser acessados no site do Atlas da Agropecuária Brasileira.
Estudo anterior feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas logo após aprovação da nova lei tinha sugerido que essa anistia poderia chegar a 29 milhões de hectares. A vantagem do novo trabalho é que ele conta com dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para compor a malha fundiária do País, melhorando a modelagem usada para medir o tamanho do passivo no Brasil, ou seja, quanto foi desmatado ilegalmente e precisa ser recuperado. 
O CAR é um instrumento criado na nova lei, que estabelece que todos os proprietários de terra têm de registrar seus imóveis, revelando quanto da área é ocupado pela produção e quanto é preservado em Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente (APP), como nascentes e margens de rio. 
"Com as análises percebemos que a anistia, ou seja, a consolidação de áreas que tinham sido desmatadas até 2008, foi muito maior. São 36,5 milhões de hectares (Mha) de reserva legal e 4,5 Mha de APP. Numa tacada só da revisão da lei, a agricultura ganhou 41 milhões de hectares que, de outro modo, deveriam ser florestas", afirma Luis Fernando Guedes Pinto, gerente de certificação agrícola do Imaflora e um dos autores. "É importante ter essa perspectiva no momento em que se discute redução de unidade de conservação", complementa.
Passivo. O estudo aponta que o déficit atual de vegetação nativa é de 19 milhões de ha, sendo 11 Mha de RL e 8 Mha de APP. Essas sim são áreas que agora precisam ser recuperadas. 
E inova ao mostrar como se dá a distribuição desse passivo ambiental entre as propriedades. Dos quase 2 milhões de imóveis que estão em desacordo com o que estabelece a nova lei, 82% são pequenas propriedades, com menos de quatro módulos fiscais (MFs), 12% são médias (entre 4 e 15 MFs) e 6% são grandes (mais de 15 MFs). 
Mas quando se olha o total da área que está em não-conformidade com a lei (os 19 milhões de hectares), esse quadro se inverte: 59% está nas grandes propriedades, 35% nas médias e 6% nas pequenas. Essa análise é útil, defendem os autores, para direcionar as ações de regularização ambiental daqui para a frente.
"É uma enorme concentração da dívida em poucos imóveis grandes. Então é possível direcionar a estratégia de restauração, com monitoramento, para eles. Isso vai trazer um resultado rápido para a retomada dos serviços ambientais com a floresta recuperada e redução de emissões de gases de efeito estufa", afirma Gerd Sparovek, da Esalq. 
Para ele, com as grandes propriedades será possível alcançar a restauração em escala. E com os pequenos é possível ter trabalhos que possam trazer um ganho social, com a implantação de pagamentos por serviços ambientais.
Excedente. Segundo os autores, a boa notícia trazida pelo estudo é que ele revela que a oferta de ativos, áreas em que está sobrando floresta, é cinco vezes maior que o déficit, cerca de cem milhões de hectares. O que abre possibilidades para negócios de compensação entre produtores que estão devendo reserva legal e não tem como replantar em suas propriedades com aqueles que têm excedente.
Uma outra estimativa feita por Evaristo de Miranda, da Embrapa, tinha apontado um valor semelhante, cerca de 160 milhões de hectares de ativo, o que já vem sendo usado como argumento por uma ala ruralista de que então não é preciso restaurar mais nada.
Para André Nassar, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Agroícone, o momento, porém, é de implementação. "O setor produtivo entende que a implementação do Código Florestal passa por: reduzir incertezas regulatórias, buscar soluções operacionais aos produtores que precisam restaurar e que querem remunerar excedente de reserva legal e viabilizar produtos de financiamento (crédito rural e mercado de capitais). Vamos colocar esse Código Florestal no chão! Questioná-lo não é bom nem para a agenda ambientalista", diz.
Para lembrar. A Lei de Proteção da Vegetação Nativa, que alterou e substituiu o antigo Código Florestal, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 25 de maio de 2012, depois de pelo menos três anos de discussões no Congresso e muita polêmica, o que selou a divisão entre ambientalistas e ruralistas. Entre os itens mais polêmicos, o texto criou mecanismos que perdoaram alguns desmatamentos ocorridos até julho de 2008. Com isso, essas áreas ficaram dispensadas da necessidade de recuperação. Todos os imóveis menores que 4 módulos fiscais, por exemplo, foram dispensados de recuperar reserva legal. A lei também modificou o tamanho das Áreas de Preservação Permanente hídricas, de acordo com o tamanho das propriedades, reduzindo sua proteção.

Fonte: O Estado de S.Paulo/Giovana Girardi

POLÍTICA

Rodrigo Maia nega engavetamento de 

impeachment de Temer

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que disse não ter tomado decisão sobre pedidos de impeachment de Temer Foto: Reprodução

Responsável por dar seguimento aos pedidos de impeachment contra Michel Temer (PMDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta quarta-feira que tenha decidido engavetar as ações que foram apresentadas logo após eclodirem as denúncias contra o peemedebista, que foi gravado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS e delator na Operação Lava Jato, em conversas um tanto controversas.



Eu não posso avaliar uma questão tão grave como essa num drive-thru”, disse. “Não é assim, não é desse jeito. Quanto tempo não se discutiu aqui a crise do governo Dilma? Então, nós temos de ter paciência”, afirmou. Maia nega que tenha decidido não dar prosseguimento a nenhuma ação: “Eu não tomei decisão. E não é uma decisão que se tome da noite para o dia”, continuou.



O deputado decidiu se manifestar após sua declaração na segunda-feira de que não seria “instrumento para a desestabilização do Brasil” ter sido vista como um indicativo de que não daria continuidade aos processos contra Temer. Nos bastidores, porém, ele próprio manifestou a aliados a intenção de não mexer nesse tema agora. Cabe ao presidente da Câmara avaliar a admissibilidade das ações e determinar a instalação de uma comissão especial que julgaria a conduta do presidente da República.



Maia disse ainda que seu comportamento tem sido de “paciência” e “calma” para tentar construir uma agenda de superação da crise econômica. “Eu estou olhando para 2018 com o Brasil podendo crescer de 3% a 4 %. Acho que, com esse olhar, eu preciso ter uma agenda que garanta essa possibilidade ano que vem”, indicando que outros temas serão prioritários na pauta da Câmara dos Deputados.



Os pedidos de impeachment contra Temer começaram a chegar logo depois de o conteúdo das conversas que manteve com Joesley ter sido divulgado. Já há doze solicitações desse tipo na Câmara, algumas assinadas por parlamentares e partidos de esquerda, como PT, PSOL e Rede. Nesta quinta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai protocolar mais um pedido alegando que o peemedebista cometeu crime de responsabilidade.



Em um encontro mantido fora da agenda com Joesley no Palácio da Alvorada, no dia 7 de março, o presidente, segundo a acusação do empresário e do Ministério Público Federal, dá aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, e indica o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), seu ex-assessor especial, para supostamente negociar o pagamento de propinas. O presidente também é acusado de não ter tomado providências diante das declarações do dono da JBS de que estaria comprando dois juízes e um procurador.

Fonte: Veja.com