segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

POLÍTICA

Delator diz que Eike pagou propina a Cunha para receber investimentos do FGTS

Alexandre Margotto prestou as informações em depoimento de delação premiada; ele disse que Eike pagou propina também a Lúcio Funaro, operador de Cunha.





O empresário Alexandre Margotto revelou em sua delação premiada que Eike Batista pagou propina ao ex-deputado Eduardo Cunha para que o Fundo de Investimento do FGTS colocasse dinheiro em empresas de seu grupo. Em 2012, o FGTS investiu R$ 750 milhões na empresa LLX, então pertencente a Eike, para obras no porto de Açu.
Margotto é ligado a Lúcio Funaro, apontado como operador de Cunha em esquemas de corrupção investigados pelo Ministério Público. Segundo Margotto, Funaro também recebeu propina de Eike. A TV Globo teve acesso ao depoimento de Margotto.
Eike, Cunha e Funaro estão presos. Margotto foi denunciado em outubro do ano passado pelo Ministério Público Federal junto com Cunha, Funaro e Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. Cleto era um dos canais de influência de Cunha no banco federal.
De acordo com Margotto, Funaro contou a ele que se encontroi com Eike em um jantar em Nova York . Algum tempo depois segundo Margotto, o investimento do FGTS na empresa de Eike foi liberado, com a autorização de Cunha.
"Eu sei que depois de um tempo, ou o Lúcio ou o próprio Eduardo Cunha, teve sim, um acerto. Mesmo porque o Fábio [Cleto] me falou que o Eduardo tinha pedido para ele seguir com a operação", afirmou Margotto na delação.
Ele disse ainda que Funaro se gabava em ter o poder de dizer "não" a eventuais pedidos de Eike.
"O Eike, na época, era considerado entre os dez homens mais ricos aí do planeta. E [o Lúcio Funaro] falando: 'ah, ele [Eike] acha que eu vou lá conversar com ele. Eu não vou não. Ele que venha até meu escritório. Se ele acha que ele tem a turma do PT, ele vai ver a dificuldade que ele vai ter para pegar esse empréstimo. Então, é nunca com nunca mais.' E assim, meio se enaltecendo pelo poder do não, do veto", disse Margotto.
Questionado pelos procuradores durante a delação premiada, Margotto disse que não sabia ao certo o valor da propina que, segundo ele, foi paga por Eike.
"Eu não me recordo, mas algo em... Eu não acredito que tenha sido mais do que um e meio, eu não me lembro", afirmou.
A Caixa Econômica Federal afirmou que está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações em curso.
A defesa de Lúcio Funaro informou que o cliente chegou a receber ameaças de Margotto, registradas inclusive, em boletim de ocorrência.

Ex-ministro

Margotto revelou em sua delação também, como mostrou reportagem do Fantástico neste domingo (19), detalhes da ligação do ex-ministro Geddel Vieira Lima com um suposto esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal.
O acordo de Margotto com a Justiça revela ainda o suposto envolvimento do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, com as operações irregulares no banco federal. As defesas de Joesley e Geddel negam relação com Alexandre Margotto (leia mais abaixo).
De acordo com Alexandre Margotto, o grupo de Cunha operava com Fábio Cleto e também com Geddel Vieira Lima, ex-secretário de governo Michel Temer, filiado ao PMDB, que na época era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa.
A ligação de Geddel com o esquema foi revelada em janeiro, durante a operação Cui Bono, da Polícia Federal. Nessa época, ele já tinha deixado o governo em meio a denúncias de uso do cargo para benefício próprio. Os depoimentos dele foram gravados em vídeo pelo Ministério Público, em Brasília.
Margotto contou que Funaro tinha grande influência sobre Geddel na Caixa. "Não faço ideia. Quando eu cheguei no escritório já tinham esse relacionamento. Segundo o Lúcio, ele mandava no Geddel", declarou.
Margotto contou ainda na delação premiada que, para Lúcio Bolonha Funaro, Geddel era mais eficiente para o esquema do que Fábio Cleto, com quem Funaro chegou a brigar e ameaçar de morte.
De acordo com o depoimento, Funaro ganhou muito dinheiro com Geddel. "Somente o que Lúcio me comentava, que ganhava mais dinheiro com o Geddel do que com o próprio Fábio", disse o empresário.
A defesa de Fábio Cleto disse, por telefone, que ele está colaborando com a Justiça espontaneamente.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Eike Batista e Eduardo Cunha.

Divisão da propina

Alexandre Margotto chegou a descrever como era feita a divisão da propina, que era separada com base em percentuais. A maior parte do dinheiro deveria ir para Eduardo Cunha, mas outros politicos, como Geddel e Henrique Eduardo Alves, também do PMDB, que foi presidente da Câmara e ministro dos governo Dilma Rousseff e Michel Temer, são citados como destinatários da propina.
Em um trecho da delação, um procurador pergunta para Margotto: "20 [%] entre você, o Fábio Cleto e o Lúcio Funaro, os 80% [restantes] ficariam com?". E a resposta de Margotto: "Eduardo Cunha, segundo Lúcio Henrique Alves e aliados". Segundo ele, Cunha receberia 70% e "distribuiria para os outros políticos, como Geddel também".
No caso do desvio de verbas da Caixa para financiar projetos do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, por exemplo, Margotto citou os valores da propina que foram acertados para cada um. Essa obra foi financiada com recursos do fundo de investimento do FGTS, gerido por um conselho com participação da Caixa.
O procurador insiste para saber os valores: "Como era acertado o percentual da propina, sabe dizer? Desse caso do Porto Maravilha?".
Margotto responde: "No escritório, a parte do Lúcio que era os 20%, eu me recordo muito bem que eram os R$ 280 mil, onde eu ficaria com R$ 56 mil, Fábio com R$ 56 mil e o Funaro com o restante. E os 80% de um milhão e meio, um milhão e 560 [mil], tem que fazer a conta direitinho, pra Eduardo Cunha".

Relação Funaro x Joesley

Margotto também falou da intimidade de Lúcio Funaro com Joesley Batista, presidente da J&F, que controla, entre outras empresas, o frigorífico JBS. Ele confirmou duas informações já dadas à Justiça por Fábio Cleto.
Para mostrar que o empresário tinha grande intimidade com integrantes do esquema, Margotto relatou uma viagem ao Caribe de Funaro, Joesley e Cleto, acompanhados das namoradas. E uma casa que Joesley teria dado a Funaro, localizada em São Paulo (SP), que, segundo Margotto, valeria mais de R$ 20 milhões.
"Mas conta a história dessa casa. Quanto você sabe dessa casa?", questiona o procurador. No que Margotto responde: "que ela foi feita para o pagamento de dívida de propina. E o Lúcio me falava que inclusive não só casa mas que já chegou a cogitar de ficar com o jato, já chegou a cogitar de ter outros tipos de pagamento que não em espécie. Mas sei que a casa foi uma delas".
Alexandre Margotto também disse, no depoimento ao Ministério Público, que Funaro ofereceu a Joesley facilidades na Caixa Econômica Federal. "Eu tenho o vice-presidente da Caixa, ele vai atender às suas demandas com o menor prazo possível, e tudo o que for dentro do que for possível ele vai fazer sob os nossos comandos", declarou.
Na delação premiada, o empresário confirmou ainda o que já tinha sido revelado por outro delator, Fábio Cleto. Segundo Margotto, Geddel e Cleto foram fundamentais para tornar viável uma operação de compra de debêntures da Eldorado Celulose pelo fundo de investimento do FGTS. A Eldorado pertence ao grupo J&F, e já é investigada desde a operação Sepsis, da Polícia Federal, a mesma que levou Funarno à prisão.
O empresário Alexandre Margotto revelou também quanto seria pago em propina. "O Lúcio me comentou que ia cobrar 3%. E que ele ia repassar". O procurador do Ministério Público pergunta: Das duas operações?". Margotto, por sua vez, disse: "De cada uma. Entre 2,5% e 3%, é o que ele me disse que ia cobrar".

Citados negam participação em esquema

A defesa de Geddel Vieira Lima afirmou o cliente não mantém qualquer contato com Alexandre Margotto e reafirmou a conduta correta de Geddel. Disse ainda que irá prestar esclarecimentos assim que tiver acesso aos autos, e que o cliente está à disposição da Justiça.
Henrique Eduardo Alves negou que tenha recebido propina, e disse que a acusação do delator é absurda e irresponsável.
A J&F reitera que suas relações comerciais com Lúcio Furnaro são lícitas, legais e devidamente documentadas. Sobre os assuntos que estão sob investigação, a empresa esclarece que está à disposição do Ministério Público Federal e da Justiça caso haja algo a acrescentar. A J&F esclarece ainda que Joesley Batista não teve e não tem qualquer relação com Alexandre Margotto.



FONTE:G1

POLÍTICA

PF conclui inquérito e diz que Lula, Dilma e Mercadante atuaram para obstruir Justiça

Relatório do inquérito foi enviado ao STF e aponta atuação para 'embaraçar' investigações da Lava Jato. Lula, Dilma e Mercadante negaram todas as acusações.





Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal afirma que os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, além do ex-ministro Aloizio Mercadante, atuaram para obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (20) pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmada pela TV Globo.
A conclusão do inquérito aberto para investigar a atuação dos petistas foi enviada na última quinta-feira (16) pelo delegado da Polícia Federal Marlon Oliveira Cajado dos Santos ao ministro Edson Fachin, relatório da Lava Jato no Supremo, e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
No relatório, a PF sugere que Dilma, Lula e Mercadante sejam denunciados criminalmente por obstrução de Justiça. Ao ex-ministro, também é imputado o crime de tráfico de influência. Como nenhum dos três detêm foro privilegiado, o pedido é para que eles respondam aos supostos crimes na primeira instância da Justiça.
Mesmo sem foro, os três petistas seguem investigados sob alçada do STF neste caso, por determinação do então relator da Lava Jato, Teori Zavascki, morto no mês passado em acidente aéreo.
Em nota, a defesa de Lula afirma que a conclusão da PF é "desprovida de qualquer fundamento jurídico" e acusa o delegado de "perseguição" ao ex-presidente (leia a íntegra da nota ao final desta reportagem).
Por telefone, o advogado Alberto Toron, que defende Dilma, afirmou que o relatório "representa apenas a opinião do delegado sobre os episódios investigados" e que a ex-presidente nega ter cometido os crimes a ela imputados.
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Aloizio Mercadante, disse que o ex-ministro recebeu com "surpresa" a manifestação policial e que ele nega qualquer tentativa de obstruir as investigações.

Relatório

Apesar de considerar que "o conjunto probatório é suficiente" para imputar os crimes de obstrução de Justiça e tráfico de influência (no caso de Aloizio Mercadante), a PF não os indiciou formalmente.
Para a PF, ao nomear o ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil no ano passado, a então presidente Dilma, em conjunto com Lula, provocaram "embaraço ao avanço da investigação da Operação Lava Jato". A nomeação foi, posteriormente, suspensa pelo ministro do STF Gilmar Mendes.
"No tópico 'embaraço à investigação mediante a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil da Presidência da República', também acreditamos haver suficientes indícios de materialidade e autoria do crime [...] atribuível à Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que ambos, de forma consciente, impuseram embaraços ao avanço das investigações da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula em razão da sua nomeação para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República", diz trecho do relatório.
"A nomeação de Lula caracteriza obstrução de Justiça. [...] O conjunto probatório (contra Dilma, Lula e Mercadante) foi suficiente", aponta o delegado da PF.
No caso de Mercadante, a PF também aponta o crime de tráfico de influência. Ele foi gravado pelo então assessor do senador cassado Delcídio do Amaral, Eduardo Marzagão, durante uma conversa em que teria oferecido ajuda em troca do silêncio de Delcídio, para evitar que o senador fechasse um acordo de delação premiada.
Para a Polícia Federal, essa conversa retrata "embaraço à colaboração premiada do ex-senador Delcídio do Amaral". No relatório, o delegado Marlon Cajado também afirma que Mercadante "atuou de forma consciente para prejudicar acordo de colaboração premiada de Delcídio do Amaral objetivando embaraçar o avanço das investigações da Operação Lava Jato".
"[Há a] Existência da materialidade do crime de tráfico de influência [...] com autoria de Aloizio Mercadante. [...] Vez que o mesmo, a pretexto de desestimular o acordo de colaboração premiada de Delcídio do Amaral, jacta-se de que utilizaria seu prestígio para costurar uma 'saída' junto ao Senado Federal com o então presidente (do Senado) Renan Calheiros e o advogado-geral do Senado, Bruno Dantas, e no Supremo Tribunal Federal, com o ministro Ricardo Lewandowski e outros, de modo a conseguir a libertação de Delcídio do Amaral", diz o relatório.
A Polícia Federal também investigou outro episódio que também teria ocorrido com a intenção de obstruir a Justiça: a indicação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também envolveria o ex-presidente da Corte, ministro Francisco Falcão.
De acordo com Delcídio do Amaral, o ministro teria sido indicado para a Corte com o compromisso de conseguir a soltura de empreiteiros presos pela Lava Jato.
Nesse caso, a PF sugere o desdobramento das investigações, porque tanto Ribeiro Dantas quanto Falcão detêm foro privilegiado no STF. O pedido do delegado é para que os dois ministros continuem sendo investigados.

Relembre o caso

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF abertura de inquérito no início de maio do ano passado para investigar a então presidente Dilma, o ex-presidente Lula, o então advogado-geral da União José Eduardo Cardozo; e o então ministro da Educação Aloizio Mercadante.
O pedido também incluía dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ): Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e o então presidente do STJ, Francisco Falcão.
Janot apontou que os seis eram suspeitos de suposta obstrução à Justiça, por tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
No pedido de abertura de inquérito, Janot mencionou a nomeação de Navarro Ribeiro Dantas em 2015 e também a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro da Casa Civil em 2016.
Em delação premiada, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira disseram que Marcelo Navarro foi nomeado para o STJ sob o compromisso de conceder liberdade a donos de empreiteiras presos na Operação Lava Jato e que Francisco Falcão estaria ajudando a nomeação a ser concretizada.
A nomeação de Lula passou a ser analisada a partir de uma gravação autorizada e divulgada pelo juiz Sérgio Moro de uma conversa com Dilma na véspera da posse. No diálogo, a presidente diz que enviaria a Lula um “termo de posse”, para ser usado só “em caso de necessidade”.
Essa gravação foi anulada pelo ministro Teori Zavascki, mas permaneceu nos autos outros documentos sobre a nomeação, como a publicação em edição extra do “Diário Oficial da União”.
Delcídio também relatou que Cardozo, então ministro da Justiça, fez diversas movimentações para tentar promover a soltura de presos da Lava Jato.
O pedido de inquérito também citava uma gravação feita pelo assessor de Delcídio, Eduardo Marzagão, na qual ele conversa com o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Na conversa, Mercadante teria oferecido ajuda em troca do silêncio de Delcídio, para evitar que o senador fechasse um acordo de delação premiada.

O que disseram os citados

Lula

Leia a íntegra da nota divulgada pela defesa do ex-presidente Lula:
É desprovida de qualquer fundamento jurídico e incompatível com a decisão proferida no último dia 14/02/2017 pelo Decano da Supremo Tribunal Federal, o Ministro Celso de Mello, nos autos do Mandado de Segurança nº 34.690/DF, a conclusão apresentada pelo Delegado Federal Marlon Oliveira Cajado dos Santos nos autos do Inquérito Policial nº 4.243, que também tramita perante o STF — afirmando, conforme notícias já veiculadas pela mídia, “haver suficientes indícios de materialidade e autoria” da prática do crime de obstrução à Justiça (Lei nº 12.850/2013, art. 2º, §1º) em relação ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em virtude de sua nomeação para o cargo de Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República no dia 16/03/2016.
Celso de Mello foi claro em sua decisão ao afirmar que “a investidura de qualquer pessoa no cargo de Ministro de Estado não representa obstáculo algum a atos de persecução penal que contra ela venham eventualmente a ser promovidos perante o seu juiz natural, que, por efeito do que determina a própria Constituição (CF, art. 102, I, alínea “c”), é o Supremo Tribunal Federal”.
Esse entendimento, no entanto, não vale para Lula. No dia 20/03/2016, o ex-Presidente foi impedido de exercer o cargo de Ministro de Estado a despeito de preencher todos os requisitos previstos no artigo 87 da Constituição Federal. O impedimento foi imposto por liminar deferida pelo Ministro Gilmar Mendes, que mudou seu posicionamento de longa data sobre a ilegitimidade de partidos políticos para impugnar esse tipo de ato e acolheu pedidos formulados pelo PSDB e pelo PPS.
Agora um agente policial pretende transformar em crime um ato de nomeação que cabia privativamente à então Presidente da República Dilma Rousseff. Para chegar a tal conclusão, o agente público recorreu à “mídia especializada em política”, mas deixou de apresentar qualquer fundamento jurídico para sua manifestação.
Registra-se que carece de fundamento igualmente a outra acusação contra Lula de obstrução à Justiça, aquela relativa à suposta compra do silêncio de Nestor Cerveró. Os depoimentos colhidos nessa ação têm exposto a fragilidade da tese, principalmente considerando que o próprio Cerveró desmentiu qualquer ação do ex-Presidente no sentido de retardar sua delação.
O ato do Delegado Federal Marlon Cajado se soma a diversas outras iniciativas de agentes públicos que perseguem Lula por meio do uso indevido da lei e dos procedimentos jurídicos, prática internacionalmente conhecida como “lawfare”.
Esperamos que o STF rejeite a proposta do citado agente policial e aplique em relação a Lula o mesmo entendimento que é destinado aos demais jurisdicionados.
Cristiano Zanin Martins

Dilma

Segundo o advogado da ex-presidente Dilma Rousseff Alberto Toron, o relatório apresentado é uma peça administrativa burocrática que representa apenas a opinião do delegado sobre os episódios investigados. A ex-presidente Dilma Rousseff insiste não ter praticado nenhum dos crimes sugeridos pelo documento.
Questionado sobre a referência do relatório à nomeação do ex-presidente Lula à Casa Civil em março do ano passado, o advogado lembrou a nomeação recente de Moreira Franco à Secretaria Geral da Presidência, concedendo foro privilegiado ao ex-deputado, também investigado na Lava Jato.
"[Nesta ocasião] O Supremo Tribunal Federal não viu qualquer obstrução da Justiça e, de fato, não há. [...] Caso o ex-presidente Lula fosse empossado, seria processado perante o Supremo Tribunal Federal, que é um órgão de Justiça, não é a não-Justiça. O foro não pode ser visto como obstrução", afirmou Toron.

Mercadante

Leia a íntegra da nota divulgada pela defesa de Aloizio Mercadante:
O ex-ministro Aloizio Mercadante recebe com surpresa a manifestação policial no inquérito que apura gravações de conversa que teve com o Sr. Eduardo Marzagão, assessor do então senador Delcidio do Amaral. Os diálogos não retratam qualquer tentativa de obstrução da Justiça, mas um gesto de apoio pessoal. Nas conversas, Mercadante diz expressamente que não interferiria na estratégia jurídica de Delcídio e nem na decisão por eventual delação. Sugeriu, apenas, que a defesa buscasse a rediscussão da prisão do Senador junto ao Senado Federal, com absoluta legalidade e transparência, uma vez que acreditava na ausência dos requisitos para a detenção.
Mercadante reafirma que jamais intercedeu junto a qualquer autoridade para tratar deste tema. Reitera que confia plenamente na Justiça e no Ministério Público Federal, colocando-se, como sempre, à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários.
Pierpaolo Bottini, advogado de defesa do ex-ministro Aloizio Mercadante



FONTE:G1

ESPORTES

Federação impede transmissão on-line do 'Atletiba' e clubes se negam a jogar


Jogadores do Atlético-PR e do Coritiba se unem no centro da Arena da Baixada enquanto aguardam decisão da Federação
Jogadores do Atlético-PR e do Coritiba aguardam decisão sobre o jogo na Arena da Baixada Foto:Jason Silva/AGIF

A partida entre Atlético-PR e Coritiba deste domingo (19) ficará marcada como o clássico que não aconteceu.
Dirigentes das duas equipes acusaram a Federação Paranaense de Futebol e, por tabela, a Rede Globo, de terem impedido o início do jogo, que seria mostrado ao vivo pelos canais dos clubes no YouTube e no Facebook.
Eles consideraram baixa a proposta financeira da emissora para transmitir o confronto e decidiram disponibilizá-lo de graça, na internet.
Para a Folha, por telefone, o presidente da Federação Paranaense, Hélio Pereira Cury, negou que o direito de televisionamento tenha tido qualquer influência na não realização do clássico.
"Os clubes têm o poder de tomar decisões que lhe dizem respeito. Não podem terceiros interferir nisso", disse o presidente do Atlético-PR, Luiz Sallim Emed. 

A Rede Globo tem contrato com a Federação Paranaense para transmitir os jogos do torneio estadual mas, segundo os dirigentes de Atlético e Coritiba, os dois clubes não estão incluídos.
"Não teve nada a ver com direito de TV. A equipe que faria a transmissão não estava credenciada. É simples. O credenciamento tinha de ter sido feito na Federação 48 horas antes do clássico. Isso não aconteceu. O árbitro avisou que essas pessoas teriam de se retirar e elas se recusaram. A culpa não é da Federação, é dos clubes", afirmou Cury.
A partida estava marcada para começar às 17 horas. Às 17h17, os jogadores voltaram para os vestiários porque havia indefinição sobre a transmissão. O árbitro Paulo Roberto Alves avisou a cartolagem que havia recebido ordem para começar a partida apenas quando as imagens da internet fossem interrompidas.
"Nós não vamos abaixar as calças!", gritou Emed, presidente do Atlético-PR, alegando que o direito de transmissão pertencia aos clubes, não à Federação.
IRRITAÇÃO
As duas torcidas passaram quase uma hora gritando contra a Federação e a Globo.
"Não tem nada de credenciamento. Nós sugerimos que as equipes transmitissem o jogo de fora do campo. O árbitro não aceitou. Hoje é um dia em que eu sinto pena do futebol do Paraná", afirmou o vice-presidente do Coritiba, José Fernando Macedo.
De acordo com o advogado da Federação, Emerson Fukushima, sentença judicial da 24ª Vara Cível de Curitiba determina que a entidade credencie todos os profissionais da imprensa.
A transmissão seria feita por um narrador, dois comentaristas e dois repórteres de campo. Segundo Fukushima, nenhum deles tinha direito de estar no estádio.
Após uma hora de indefinição, os atletas voltaram a campo, saudaram as torcidas e voltaram para o vestiário. O público foi avisado de que o jogo não aconteceria.
"Vamos ter uma reunião para definir o que vai acontecer, se vai ter outro jogo. Não vou dizer nada a respeito disso por enquanto", disse o presidente da Federação.
Não é a primeira vez que Atlético-PR e Coritiba têm entrevero com Hélio Pereira Cury. Em 2015, os dois clubes entraram na Justiça para tirá-lo do comando da Federação. Acusaram-no de gestão temerária e pediram que fosse destituído. Cury ocupa a presidência desde 2007.
"Essa iniciativa vai mostrar para o resto da vida que Atlético e Coritiba iniciaram um processo silencioso como [Mahatma] Gandhi [líder pacifista indiano], de dizer 'não'. Fica o alerta para os outros clubes", afirmou Emed.
INTERFERÊNCIA
A Globo afirmou que não teve interferência no ocorrido na partida deste domingo (19) entre Atlético-PR e Coritiba e que estava ciente da transmissão pela internet.
"O Grupo Globo não tem contrato vigente com Atlético-PR e com o Coritiba nesta edição do campeonato paranaense. Portanto não temos interferência na decisão dos clubes e da Federação de não realizar a partida. Entendemos que cabe aos clubes dispor livremente dos direitos nos jogos em que se enfrentam, e estávamos cientes inclusive da transmissão via internet", disse porta-voz da emissora.


Fonte: Folha de S. Paulo

ESPORTES

Paracatu vence o Taguatinga e dorme na Vice 

Liderança do Candangão 2017






De olho na invencibilidade e na tabela do campeonato, o Paracatu foi a Brasília neste sábado, 18/02/2017, enfrentar a equipe do Taguatinga e no sufoco voltou para casa com a vitória pelo placar de 2 a 1.


No primeiro o Paracatu não conseguiu fazer uma boa partida, com a equipe nervosa dentro de campo, mostrando falhas no sistema defensivo e ofensivo, naõ conseguindo se acertar dentro de campo, deixando o técnico Buião com os nervos a flor da pele.

Já o Taguatinga que há muitos anos fez parte da elite do futebol Candango, hoje sem muita estrutura, e pouco investimento. montou uma equipe com jovens atletas prata da casa e mesmo assim mostrou um bom futebol, superando a equipe mineira, criando chances gols, que poderia terminar a primeira etapa na frente do placar.


Veio o segundo tempo, os dois treinadores mexeram nas equipes e as substituições do técnico do técnico Buião do Paracatu, surtiram mais efeitos e o Paracatu conseguiu mostrar que quando não dar na técnica, tem que superar na raça e foi o que aconteceu com os atletas que se doarão ao máximo do limite físico, lutando até o fim para conquistar mais um vitória para equipe do Águia do Noroeste, no campeonato.

Com a vitória o Paracatu passa a ocupar a vice liderança da competição e volta a jogar na próxima quinta feira, dia 23/02/20117, ás 20,00 horas, no Frei Norberto, contra a equipe do Brasilia, que perdeu na rodada , para o Santa Maria pelo placar de 4 á 1, Com a derrota o Taguatinga, vai para a nona colocação e enfrentará o Ceilândia, na próxima rodada no Abadião.
 
CONFIRA A FICHA TÉCNICA DA PARTIDA, DE 

TAGUATINGA 01 X 02 PARACATU.
 

O Taguatinga jogou com: Abraão (Luiz Henrique); Marcos 

Vinícius (Igor), Ícaro Henrique, Bruno e Stefane,Ronaldo, 

Serginho, Balotelli, Sena e Diego; Hebert Nunes (Emerson), 

técnico: Edmílson Marçal.

O Paracatu jogou com: Jordan; Flávio Mineiro (Renato), Breno, 

Humberto e Magal; Léo Cruz, Zé Wilson (Augusto), Caio 

Cabecinha e Diego; João Lucas e Dim (Taylor), técnico Buião.
 
CARTÕES AMARELOS:Ronaldo (Taguatinga), Jordan, Magal, 

Zé Wilson (Paracatu)
 
CARTÕES VERMELHOS:Serginho (Atlético Taguatinga), Magal 

(Paracatu)
 
ARBITRAGEM.
 
Árbitro: Emanoel Ramos.
 
Auxiliares Leila Cruz e Daniel Henrique.
 
Quarto árbitro, Felipe Barbosa.
 
Inspetor Técnico de arbitragem, Raimundo Lôpo.
 
Público: 387 pagantes.
 
Renda:R$ 1.630,00.


Fonte: Kadaesportes

Foto: Kadaesportes