segunda-feira, 15 de agosto de 2016

MUNDO

Relator especial da ONU chega à China para avaliar combate à pobreza




Especialista em extrema pobreza e direitos humanos ficará no país até 23 de agosto; Philip Alston vai se reunir com representantes do governo, da sociedade civil e intelectuais.
Relator especial da ONU, Philip Alston. Foto: ONU/Loey Felipe

O relator especial da ONU sobre Extrema Pobreza e Direitos Humanos, Philip Alston chegou esta segunda-feira à China para uma visita de nove dias.
Alston vai avaliar os esforços do governo chinês para erradicar a pobreza e como esses esforços estão “ancorados” nas obrigações internacionais do país em relação aos direitos humanos.
População
O relator vai se reunir com representantes dos governos municipais e estaduais, organizações não governamentais, intelectuais, representantes de organizações internacionais e da comunidade diplomática.
Além de Pequim, Alston vai passar vários dias na província de Yunnan. A China registrou um avanço significativo nos esforços para a erradicação da pobreza nas últimas décadas, dado o tamanho de sua população, mais de 1 bilhão de pessoas.
Ele afirmou que esse progresso teve um impacto importante e benéfico sobre os níveis de pobreza globais. Em comparação com o resto do mundo, o representante da ONU disse que a China tem vários desafios para enfrentar o problema.
Educação e Saúde
Alston vai analisar a pobreza não somente na questão da falta de rendimentos ou salários, mas de outros fatores, como deficiências nos setores de educação, saúde e previdência social.
Ainda na lista estão poluição, mudança climática e várias formas de discriminação.
Para o relator da ONU, “o desafio real está em salvaguardar o que foi alcançado anteriormente e garantir que a pobreza existente no país será combatida em toda a sua dimensão”.
A China ratificou vários tratados de direitos humanos e Alston quer ver como o país incluiu esses direitos em seu sistema de justiça e como assegurou apoio institucional à sua promoção.
Além disso, ele que saber como o governo implementou um mecanismo de prestação de contas para garantir a proteção e a aplicação desses direitos.
Alston vai apresentar suas observações e recomendações preliminares numa coletiva de imprensa no final da viagem, em 23 de agosto. O relatório final vai ser enviado ao Conselho de Direitos Humanos em junho do ano que vem.

Fonte: Rádio das Nações Unidas 

MUNDO

OMS alerta para um dos "seres" mais mortais do mundo




Organização Mundial da Saúde chama a atenção para algumas das doenças transmitidas pelos mosquitos; somente em 2015, a malária causou a morte de 438 mil pessoas em todo o mundo.
Mosquitos Aedes aegypti. Foto: Aiea/Dean Calma

Ele pode parecer frágil e inofensivo mas, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, o mosquito é considerado um dos "seres" mais mortais do mundo.
Com a habilidade de carregar e espalhar doenças entre humanos, os mosquitos causam milhões de mortes todos os anos. De acordo com dados da agência da ONU, somente em 2015, a malária foi responsável por 438 mil óbitos em todo o mundo.
Dengue
A incidência mundial de dengue subiu 30 vezes nos últimos 30 anos, e mais países estão reportando seus primeiros surtos. O Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, também pode transmitir zika, chikungunya e febre amarela.
Mais da metade da população mundial vive em áreas onde essa espécie de mosquito está presente. Esforços para controlar a população desse inseto são importantes para prevenir surtos dessas doenças.
Mas há outros tipos de mosquitos perigosos e alguns deles têm a habilidade de carregar diversos tipos de doenças. Além do Aedes estão o Culex e o Anopheles.
Aedes aegypti e Aedes albopictus
As fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus podem transmitir chikungunya, zika, dengue e febre amarela. Elas são encontradas em mais de 130 países na África, nas Américas, na Europa e na região da Ásia e Pacífico.
Os sintomas da chikungunya podem aparecer entre dois e 12 dias, muitas vezes são leves e acabam sendo incorretamente diagnosticados, principalmente em áreas onde a dengue também ocorre.
Quanto ao vírus da zika, além dos sintomas mais comuns como febre, erupções cutâneas e inflamação dos olhos, há também o risco, para as gestantes, de o bebê nascer com microcefalia e outras malformações fetais. O Zika também pode causar a síndrome de Guillain-Barré, condição neurológica que pode levar à paralisia e até à morte.
Relações Sexuais
Após serem contaminados pelos mosquitos, os humanos podem infectar uns aos outros através de relações sexuais. O zika já foi encontrado em amostras de sangue, saliva, sêmen, entre outros fluídos corporais. A transmissão de mãe para filho em momentos iniciais de gravidez também foi detectada.
Já os sinais da dengue incluem aqueles parecidos com o da gripe, e eles ocorrem de quatro a 10 dias após a picada por um mosquito infectado. A dengue pode evoluir e se transformar em uma dengue severa, também conhecida por dengue hemorrágica, uma das principais causas de doenças mais sérias e mortes entre crianças em países da Ásia e da América do Sul.
Segundo a OMS, a dengue é endêmica em mais de 128 países, e coloca 3,9 bilhões de pessoas em risco.
A febre amarela é principalmente transmitida através da picada de um mosquito fêmea da espécie Aedes aegypti, mas existe também o gênero Haemagogus, encontrado em países das Américas Central e do Sul, responsável pela febre amarela silvestre. Esse tipo de febre amarela ocorre em macacos e é passada aos seres humanos pelos mosquitos.
Ainda não existe tratamento antiviral ou vacina comercial para a chikungunya ou para o zika. A OMS informa que em alguns países, entre eles o México, uma vacina foi licenciada contra a dengue para pessoas entre 9 e 45 anos de idade. A vacina contra a febre amarela já está disponível, e uma dose única pode proporcionar imunidade e proteção contra a doença para a vida toda.
Mosquitos AedesCulex e Anopheles. Fotos: CDC/James Gathany e CDC; Ilustração: CDC
Culex
A fêmea Culex é um dos três mosquitos mais comumente encontrados no mundo. Esse inseto se alimenta de pássaros infectados com o vírus do Nilo Ocidental e transmite a doença a cavalos e a seres humanos.
O vírus é encontrado na África, na Europa, no Oriente Médio, na América do Norte e no Oeste da Ásia. OCulex também é responsável pela transmissão da encefalite japonesa.
O vírus do Nilo Ocidental pode causar uma doença neurológica fatal, e não há vacina contra a doença. As recomendações para não contrair o vírus são as mesmas para todos os tipos de mosquito: uso de repelentes e roupas que cobrem a pele exposta, uso de redes e telas, além da destruição de áreas favoráveis para a reprodução de mosquitos.
Anopheles
Em 2015, mais de 3,2 bilhões de pessoas estavam em risco de contrair malária. Atualmente, a transmissão da doença acontece em 95 países e territórios. Na África Subsaariana encontra-se uma parcela desproporcionalmente alta dos casos da doença, com 88% das ocorrências e 90% das mortes por malária no mundo.
O mosquito fêmea Anopheles é responsável pela transmissão dos parasitas da malária, entre eles o P. falciparum, responsável pela maior parte das mortes pela doença no mundo, e o P. vivax. O Anopheles é um vetor eficiente que gosta de condições tropicais, rurais e urbanas.
Medicamentos antimalária podem ser usados para prevenir a doença. Pessoas que vivem em áreas endêmicas de malária desenvolvem imunidade parcial, reduzindo assim o risco de formas mais graves da doença.
Crianças com menos de cinco anos, gestantes e pessoas vivendo com HIV/Aids, além de migrantes não imunizados e viajantes, são as que correm mais riscos da doença nos países com altas taxas de transmissão da malária.

Fonte: Rádio das Nações Unidas

MUNDO

Doença de gado contagiosa comum na África assusta países da Europa




Após aparecer na Turquia, há três anos, dermatite nodular se espalhou rapidamente pelo sudeste da Europa; seis países foram afetados até o momento por vírus que não ataca humanos, mas pode causar grandes perdas econômicas.
Gado na Nigéria. Foto: Arne Hoel/Banco Mundial

Trinta e seis especialistas de 22 países europeus começam nesta segunda-feira um treinamento nos laboratórios da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, sobre como detectar rapidamente a dermatite nodular, uma doença que  afeta o gado.
A doença é altamente contagiosa e está se espalhando em rebanhos da Europa, após contaminar rebanhos inteiros na África e na Ásia.
Europa
A dermatite nodular, como é conhecida, foi notificada na Turquia em 2013.
Desde então, a doença se espalhou rapidamente pelo sudeste da Europa e foi detectada até o momento em seis países europeus: Grécia, Bulgária, ex-República Iugoslava da Macedônia, Sérvia, Albânia e Montenegro. Novos casos são registrados semanalmente.
Transmissão
O vírus, altamente contagioso, é transmitido através do contato direto com animais infectados e produtos contaminados, além de moscas e carrapatos.
Embora não represente uma ameaça a humanos, a dermatite nodular pode se espalhar entre animais e fazendas, causando grandes perdas econômicas.
Os sintomas da doença são lesões na pele. Nos países afetados, houve impacto sobre a produção de leite, de carne e do couro. Desde 2015, mais de 600 surtos na Europa foram notificados à Organização Mundial da Saúde Animal, OIE.
A crise levou ao abatimento de mais de 10 mil. Segundo o chefe do laboratório conjunto de proteção e saúde animal da Aiea e da Organização das Nações Unidas para Agricutura e Alimentação, FAO, a dermatite nodular "sempre foi considerada exótica na Europa".
Por isso, de acordo com Giovanni Cattoli, "muitos laboratórios da região não estão preparados para detectar o vírus ou diferenciar suas várias cepas".
Treinamento
O treinamento de duas semanas está sendo realizado em um laboratório conjunto da Aiea e da FAO em Seibersdorf, na Áustria. As sessões são uma resposta aos pedidos dos Estados-membros por apoio urgente na preparação e controle da doença.
Os participantes, a maioria de países da Europa central e oriental, vão aprender a usar técnicas que podem detectar o vírus em três horas e ajudar a rastrear sua origem e propagação.


Fonte: Rádio das Nações Unidas

MUNDO

Presidente da ABL sugere reunião para harmonizar implementação de AO




Domício Proença Filho acredita que diálogo entre todos os países de língua portuguesa pode ajudar a acelerar a compreensão das novas regras ortográficas, aprovadas em 1990; em entrevista à Rádio ONU, ele disse que tratado é feito para as novas gerações.
Ilustração: Cplp
Uma reunião com representantes e especialistas de todos os países que falam a língua portuguesa poderia ser útil para ajudar a harmonizar a implementação do Acordo Ortográfico em todos os continentes.
A proposta partiu do presidente da Academia Brasileira de Letras, ABL. Em entrevista à Rádio ONU, Domício Proença Filho disse que compreende o "estranhamento" que muitos possam ter com as novas regras, mas segundo ele um acordo ortográfico nunca é "para a geração que o fez, mas sim para as gerações futuras".
Diálogo
O presidente da entidade, sem fins lucrativos que tem como missão zelar pelo patrimônio da língua portuguesa no Brasil, afirmou que "mais cedo ou mais tarde" a tendência é que as mudanças na ortografia sejam implementadas.
Domício Proença Filho acredita que seria uma boa oportunidade a abertura de um diálogo ainda maior com todos os países lusófonos.
"Eu acredito que já é tempo de uma reunião de revisão. Uma reunião conjunta, harmônica, em que as partes que têm interesse no Acordo voltem a discutir aqueles pontos que foram motivo de dúvida, de celeuma, até de um atrito maior ou menor (…) no sentido de implementar. O acordo é lei. Lei se cumpre."
Boa relação
Durante a entrevista, o intelectual afirmou que a Academia Brasileira de Letras tem mantido uma boa relação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, cujo terceiro pilar é a promoção do idioma no mundo. Ele também citou contatos pessoais de escritores e imortais brasileiros com países de língua portuguesa na África e em Portugal.
Domício Proença Filho falou sobre a troca de experiências e contatos com o Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Iilp, que tem sede em Cabo Verde.


A Academia Brasileira de Letras, inaugurada em 1897 com um discurso preliminar do primeiro presidente Machado de Assis, tem atualmente 40 membros.

Fonte: Rádio das Nações Unidas 

MUNDO


Suíça lidera Índice Global de Inovação; Brasil é o 69º da lista da Ompi



Ranking da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Ompi, conta com 128 países; pela primeira vez, uma nação de renda média, China, fica entre os Top 25.
Capa do relatório da Ompi. Imagem: Reprodução

O Índice Global de Inovação 2016, lançado esta segunda-feira pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Ompi, mostrou que a Suíça lidera o ranking das economias mais inovadoras do mundo.
Logo depois aparecem Suécia, Reino Unido, Estados Unidos, Finlândia e Cingapura. Pela primeira vez, um país de renda média, a China, ficou entre os Top 25 da lista.
Brasil
O Brasil ficou em 69º entre os 128 países pesquisados pelo índice da Ompi. Essas economias representam 92,8% da população mundial e 97,9% do Produto Interno Bruto, o PIB global.
De Genebra, o economista sênior da agência da ONU, Júlio Raffo, falou à Rádio ONU sobre o desempenho do Brasil.
"O Brasil se saiu muito bem quanto à escala de mercado. É o número sete do mundo nesse ranking. Em porcentagem de transferência tecnológica, está em oitavo. Está relativamente bem, em 17º lugar, nos gastos de pesquisa e desenvolvimento das grandes empresas. O Brasil tem sido mais constante em relação aos insumos, tudo que é esforço para manter a inovação tem se mantido. O Brasil não perdeu posições nisso, o que não consegue ter é uma transformação disso em resultados."
Dos 100 pontos possíveis, o Brasil obteve 33,2. Os quatro primeiros colocados tiveram entre 61 e 66 pontos. O país ficou bem colocado entre as nações de média renda na questão de qualidade de inovação.
A edição deste ano do índice explora o impacto das políticas inovadoras sobre o crescimento econômico e o desenvolvimento.
Portugal e Moçambique
Julio Raffo falou ainda sobre os dois outros países lusófonos do ranking: Portugal e Moçambique.
"Portugal, desses três países certamente é o melhor sucedido. Portugal é o número 30 da lista e tem melhorado a eficiência. Moçambique, como boa parte da África, não aparece tão alto no ranking, sendo que Moçambique ficou em segundo lugar (no desempenho) entre os países de renda baixa. Ele não ficou tão mal assim, em termos absolutos. Ele está na posição 84."
O índice é a principal referência em termos de inovação e uma ferramenta valiosa para as autoridades. O relatório fornece o ranking anual das capacidades inovadoras e de desempenho dos países.
Segundo a Ompi, a inovação desempenha um papel chave para o crescimento e para a prosperidade econômica. O índice busca melhorar a forma como a inovação é medida e compreendida.

Fonte: Rádio das Nações Unidas

MUNDO

Ban afirma que não há solução militar para crise no Iêmen




Secretário-geral condenou ataque aéreo no sábado que matou pelo menos 10 crianças; ele pediu uma investigação imediata para encontrar os responsáveis pela ação.
Secretário-general da ONU, Ban Ki-moon. Foto: ONU/Rick Bajornas

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que não existe "solução militar para a crise no Iêmen".
Ban condenou o ataque aéreo a uma escola em Saada, no nordeste do país, no sábado passado. Pelo menos 10 crianças morreram e mais de 20 ficaram feridas.
Investigação Imediata
O chefe da ONU lamentou que civis, incluindo crianças, continuam "pagando o preço" pelo aumento das lutas e das operações militares no Iêmen.
Ele pediu a abertura de uma investigação imediata para apurar essa tragédia e apelou a todas as partes envolvidas no conflito que adotem as medidas necessárias para evitar mais violações das leis internacionais e de direitos humanos.
Ban disse que os lados envolvidos na crise devem fazer o que for possível para proteger os civis e a infraestrutura do país.
O secretário-geral quer que todas as partes renovem, sem demora e em boa fé, o contato com o enviado especial da ONU para o Iêmen para que se possa chegar a uma solução negociada para o conflito.
Unicef
No sábado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, também condenou o ataque aéreo no Iêmen.
Segundo a agência da ONU, 21 menores de idade ficaram feridos na ação contra uma escola religiosa em Saada.
Violência
O Unicef informou que as crianças mortas tinham entre seis e 14 anos e estavam estudando  no momento do ataque. Os sobreviventes estão sendo tratados no hospital local.


O Fundo da ONU para a Infância disse que "com a alta da violência no país, na semana passada, o número de crianças mortas e feridas em ataques aéreos, confrontos nas ruas e explosão de minas terrestres aumentou muito".

Fonte: Rádio das Nações Unidas

MUNDO

ONU destaca situação precária de 2 milhões sob mira da violência em Alepo




De acordo com vice-porta-voz do secretário-geral, Fahran Haq, violência continuou durante o fim de semana; organização continua a pedir pausa humanitária semanal de 48 horas.
Milhões de sírios em situação precária na província de Alepo. Foto: Unhcr/Andrew McConnell

As Nações Unidas continuam profundamente preocupadas com a situação de até 2 milhões de pessoas que precisam de assistência nos arredores da cidade de Alepo, na Síria.
A informação é do vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, Fahran Haq.
Ajuda Humanitária
Segundo Haq, a "situação em Alepo é muito difícil, incluindo no leste da cidade onde entre 250 mil e 275 mil pessoas permanecem presas após o fechamento da estrada Castelo, em julho".
Esta era a última via de acesso à área.
O porta-voz afirmou que a "situação também é ruim em áreas controladas pelo governo no oeste, onde até 1,5 milhão de pessoas vivem, assim como subúrbios e zona rural vizinha que continuaram a sofrer ataques.
Ataques a Hospitais
De acordo com Haq, violência continuou durante o fim de semana, incluindo ataques aéreos e com bombas de barril em três centros médicos na província de Alepo.
Segundo relatos, ataques aéreos atingiram um hospital pediátrico em Big Orem e o hospital Al-Huda, em 13 e 14 de agosto. No domingo, no leste da cidade de Alepo, diversos foguetes teriam atingido a área próxima ao hospital Al-Quds.
Pausa Humanitária
Na ausência de um cessar-fogo, a ONU continua a pedir uma pausa humanitária semanal de 48 horas nos combates.
O objetivo é fornecer assistêcia às pessoas sem acesso a ajuda para que recebam comida, água e outros itens vitais.


Fonte: Rádio das Nações Unidas

MUNDO

A história da adolescente sul-africana que foi roubada quando bebê e quer ficar com sua sequestradora

Zephany Nurse foi tirada do hospital com apenas três dias; mulher que ela considera mãe foi condenada a dez anos de prisão.



Imagine crescer em uma família em que você é a menina dos olhos do seu pai e o centro do mundo para sua mãe. Você é feliz e está ansiosa para comemorar seu aniversário de 18 anos.
Agora imagine descobrir que a mulher que você amou toda a sua vida te sequestrou e que o homem que você chama de pai não é seu pai biológico.
Essa é a vida de Zephany Nurse.
Zephany é o nome que seus pais biológicos, Celeste e Morne Nurse, deram a ela quando ela nasceu, em um hospital da Cidade do Cabo, na África do Sul, em 27 de abril de 1997.
Já o nome que ela usou a vida toda não pode ser publicado para preservar sua identidade. Ela é considerada a "Madeleine McCann" - a menina inglesa que desapareceu em Portugal - da África do Sul.
Uma mulher de 51 anos, cujo nome também não foi revelado, recebeu uma sentença de dez anos de prisão nesta segunda-feira após ser considerada culpada em março por roubar Zephany do hospital enquanto Celeste ainda se recuperava do parto.
Celeste Nurse, mãe biológica da adolescente, chorou no tribunal ao testemunhar (Foto: Reuters/Sumaya Hisham)Celeste Nurse, mãe biológica da adolescente, chorou no tribunal ao testemunhar (Foto: Reuters/Sumaya Hisham)
O julgamento atraiu a atenção de muitos sul-africanos, que mandaram mensagem de apoio à jovem nas redes sociais.
Mas como Zephany lidou com esse julgamento?
As pessoas próximas ao caso dizem que isso destruiu a imagem que ela tinha de si mesma.
Ela disse que queria ficar com a mulher que a sequestrou, e não com os pais biológicos.
Zephany foi descoberta depois que uma das outras filhas da família Nurse começou a frequentar a mesma escola que ela e percebeu a semelhança.
Celeste e Morne Nurse suspeitaram do caso, acionaram a polícia e testes de DNA mostraram que ela era a filha biológica deles. A menina morava a poucos quilômetros da casa dos pais biológicos.
A mulher que a criou foi presa, e começou aí um dos casos mais intrigantes e emocionantes da África do Sul.
'Fui enganada'
E o que levou a acusada a um ato tão desesperado?
Durante o julgamento, foi dito que ela havia sofrido diversos abortos naturais. Ela disse que isso fez com que ela ficasse desesperada para ter uma filha.
Mas ela nega que tenha roubado a criança e afirma que não esteve no hospital no dia em que a criança nasceu.
Ela diz que recebeu a recém-nascida em uma estação de trem movimentada de uma mulher chamada Sylvia, que não foi encontrada. Essa mulher seria a responsável por tratamentos de fertilidade que ela estaria fazendo após os abortos espontâneos.
"Ninguém acredita em mim neste momento, e eu mesma sou vítima. Fui enganada e envolvida em algo que eu não sabia", disse ela à BBC em uma entrevista antes de ser condenada.
Ela também diz que assinou papéis de adoção, mas eles se perderam.
Durante o julgamento, porém, a Promotoria mostrou provas de que a mulher havia ido várias vezes à maternidade e tentado roubar crianças.
Apesar de seu marido só ter descoberto isso quando a identidade da criança foi revelada, ele ainda a apoia.
"Sempre iremos agradecê-la por ter sido uma ótima mãe" disse ele, segundo o site IOL.
Ele também falou sobre feriados que eles tiveram e família.
"Por 17 anos, tivemos uma tradição de café na cama em todos os Dias das Mães que minha mulher passou com Zephany. Eu fazia ovos, Zephany buscava as torradas, flores e presentes. Ela também fazia a decoração", disse.
Zephany está morando com o homem que ajudou a criá-la. Ele diz que ela está triste por ter "perdido sua mãe".
Psicologia x lei
O psicólogo Oliver Fachs, baseado na Cidade do Cabo, diz que é normal alguém na situação de Zephany se sentir "inquieto".
Ele diz que é normal, então, que ela queria ficar perto das pessoas que a criaram.
Celeste Nurse disse que família celebrava aniversário de menina todos os anos (Foto: AP Photo/Schalk van Zuydam)Celeste Nurse disse que família celebrava aniversário de menina todos os anos (Foto: AP Photo/Schalk van Zuydam)
"Sua estrutura de significados, senso de identidade, como ela se coloca no mundo - tudo foi alterado", disse ele. "Como psicólogo, acho que o importante é saber como lidar com esta nova realidade."
Fuchs diz que a psicologia e a lei estão em lados opostos neste caso.
Enquanto sem dúvida ocorreu um crime, Zephany não tinha consciência disso até pouco tempo atrás e passou a maior parte da vida construindo laços com as pessoas que a criaram.
Ela não falou diretamente com a imprensa, mas, em comunicado emitido pelo Centro de Justiça Infantil em março, ela reclamou da forma como a mídia retrata a mulher que ela ainda vê como sua mãe.
"Vocês nunca pensam que essa é a minha mãe? Se for verdade ou não, não é para vocês brincarem com isso", disse a menina na época.
Ela também falou sobre o homem que a criou como pai.
"Como vocês se sentiriam como um pai, muito abalado mas ainda com bondade para dar apoio a sua família?"
Durante o julgamento, ela foi impedida de ver a mulher acusada e foi levada para a casa dos pais biológicos. Mas ela teve dificuldades para se conectar com eles e pediu para ficar com o pai de criação.
O amor da família Nurse, porém, é paciente e já foi testado pelo tempo.
Pai biológico de Zephany, Morne disse que o desaparecimento da filha acabou com o casamento (Foto: Rodger Bosch/AFP)Pai biológico de Zephany, Morne disse que o desaparecimento da filha acabou com o casamento (Foto: Rodger Bosch/AFP)
Por exemplo, Celeste disse no julgamento que a família fazia algo para marcar o aniversário de Zephany todos os anos, com um bolo - eles sempre divulgavam a comemoração à mídia, na tentativa de encontrar a criança.
Por isso, a família biológica disse estar pronta para dar a ela o tempo que precisar e trabalhar para conquistar seu carinho e confiança.
Mas eles sentem que tiveram roubada sua vida com ela, e a experiência foi dura demais para o casal.
Enquanto testemunhava durante a audiência de leitura da sentença, Morne disse à corte que o casamento com Celeste havia sido prejudicado e que ele tiveram dificuldades em reatar a relação. Eles se divorciaram em fevereiro de 2015.
Ele desabou ao falar sobre os muitos anos que passou procurando a filha.
"Não sei como ela ficou com a Zephany por tanto tempo. Sempre procuramos por ela. A forma como eles continuaram escondendo minha filha é inacreditável", afirmou. "Não tenho nenhuma relação com minha filha e isso me machuca".
Ao dar seu veredito, o juiz John Hlophe descreveu a história da acusada como um "conto de fadas" e disse que "o júri rejeitou a história com o deprezo merecido". Ele afirmou que ela teve diversas oportunidades para devolver a criança para a família biológica.
Mas a mulher insiste que só e culpada de amar uma criança que ninguém queria.
Agora que a sentença foi dada, há o debate de como fazer uma Justiça que traga menos danos às vítimas.
Zephany perdeu a pessoa que via como sua mãe, um marido perdeu a mulher que foi presa e sua filha, e a família Nurse, que já ficou sem a filha por anos, ainda está sem ela.
Até o momento, não há vencedores nesta história.

Fonte: G1 

SAÚDE

Faz mal ficar com muita vontade de fazer xixi?

Médicos dizem não ver maiores problemas à saúde para quem segura ao máximo a ida ao banheiro; não conseguir esvaziar direito a bexiga, entretanto, pode levar a infecções urinárias.



Com filas de 4 horas para ir ao banheiro, jovens fazem xixi na praia. (Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP)Jovens fazem xixi na praia de Copacabana, em foto de 2013; urologista diz que não vê perigo à saúde quando se segura o xixi (Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP)
Uma pessoa precisa urinar, mas está muito envolvida em seu trabalho, "presa" à mesa terminando de escrever um e-mail urgente (e talvez, respondendo outro em seguida). Ou então está acabando alguma tarefa em casa.
Ou pode ser uma pessoa com vontade de fazer xixi enquanto está na rua, mas prefere segurar até chegar em casa a ter que usar um banheiro público que provavelmente não deve estar tão limpo.
Em todos esses casos, as pessoas podem esperar tanto que, quando finalmente têm a chance de ir ao banheiro, está dando pulos, fechando as pernas com as mãos - e com a sensação de que a bexiga está para explodir.
Mas essa espera até o último momento pode causar algum problema para a saúde?
Para especialistas consultados pela BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, adiar a hora de urinar não causa problemas na maioria dos casos.
"Não vai acontecer nada a uma mulher jovem que está trabalhando ou fazendo alguma coisa em casa e adia a ida ao banheiro porque está cuidando do filho (por exemplo)", esclareceu Gustavo Villar, chefe do departamento de urologia do Hospital Espanhol de Buenos Aires.
Villar diz que adiar voluntariamente o ato de urinar não causa infecção urinária. "Não há nada que diga 'sim' a isso."
O banheiro feminino da área de imprensa do Centro de Convenções Atlapa, na Cidade do Panamá, capital do Panamá, onde acontece a Cúpula das Américas, chama atenção por ter vasos sanitários sem divisórias (Foto: Maria Lorente/AFP)Médicos afirmam que segurar o xixi deliberadamente é diferente da retenção urinária crônica (Foto: Maria Lorente/AFP)
"Agora, se a paciente já tem uma doença e uma patologia de infecções urinárias repetidas, bexigas hipoativas devido a questões neurológicas ou por diabetes, é outro assunto."
"No caso da mulher jovem que não vai urinar porque está fazendo outra coisa, se isto pode causar um transtorno no futuro? A resposta é não (...) Quando uma pessoa não vai (ao banheiro) porque está assistindo à novela, não acontece nada", disse o médico.
Mas Villar lembra que "se seu organismo permite que você fique 12 ou 14 horas sem urinar tomando líquido é porque é uma bexiga que já não está normal. Algo está acontecendo com este paciente".
Infecção urinária
Gustavo Villar explicou que se uma pessoa jovem desenvolve infecção urinária "com certeza não é por segurar" o xixi.
"Ela se infecta por outros mecanismos, porque tem problemas intestinais, não faz uma boa higiene (...), ou pelo sangue, uma infecção que está do outro lado do corpo e aparece na bexiga como pode aparecer em qualquer outro órgão."
Por outro lado, o médico lembra que é mais comum que as mulheres consigam segurar o xixi melhor que os homens e isto se deve ao fato de a mulher ter uma bexiga com características diferentes.
"A bexiga da mulher tem uma parede menor, a mulher tem uma pelve diferente e não tem próstata, então pode ser dar ao luxo de aguentar um pouquinho mais", explicou.
Retenção crônica
Segurar o xixi é normal e não causa problemas mas é importante não confundir isto com problemas como a retenção urinária crônica, "quando a bexiga não esvazia completamenta quando (a pessoa) vai urinar", disse à BBC Mundo o urologista britânico George Yardy, do Ipswich Hospital, na Inglaterra.
"Algumas pessoas podem ter restos de cerca de meio litro de urina. Para alguns, isto não causará nenhum problema, mas outros podem desenvolver infecções urinárias ou até cálculos."
Yardy disse que existe a possibilidade em menor proporção de que segurar a urina muitas vezes poderia contribuir para o desenvolvimento de uma retenção urinária crônica.
Xixi Interatividade Bem Estar (Foto: Scx.hu)Mulheres aguentam mais tempo sem ir ao banheiro em comparação aos homens (Foto: Scx.hu)
"Mas ainda não se compreende com clareza por que algumas pessoas desenvolvem a retenção urinária crônica", explicou Yardy.
Yardy acredita ser "provável que uma parte daqueles com retenção urinária crônica seja de pessoas que urinam com pouca frequência, a bexiga tenha se expandido e não conseguem esvaziá-la completamente".
"Nem todos os que urinam pouco acabam com retenção urinária crônica, mas é possível que uma parte desenvolva a retenção com infecções urinárias recorrentes", afirmou.
Mas o médico alerta que é importante esclarecer que esta ligação é apenas uma hipótese, que segurar o xixi voluntariamente e a retenção urinária crônica são duas coisas totalmente diferentes.
Yardy também fala do caso de crianças que seguram o xixi.
"São crianças que não urinam com frequência e acabam tendo bexigas com mais capacidade que não se esvaziam completamente."
Para estes casos é importante fazer uma mudança de comportamento.
"É preciso estimulá-los a ir ao banheiro mais vezes e garantir que o façam a cada duas ou três horas, preferivelmente a cada duas horas, e fiquem ali todo o tempo necessário", disse o o urologista britânico.
"Muitas vezes este é o único tratamento que eles precisam e suas bexigas se recuperam."
Dois litros de água
Algo que não gera dúvidas entre a maioria das pessoas é a importância de tomar água, mais precisamente cerca de dois litros por dia.
Mas qual é a importância disso para a saúde do aparelho urinário?
"Porque é uma varredura mecânica, limpa os rins, os uréteres e a bexiga. É como a água de um riacho que vai passando e limpando, não para. E, ao não parar, impede a colonização por bactérias, formação de cálculos e todo o resto", disse Gustavo Villar à BBC Mundo.
"Se vocês prestarem atenção vão ver que, se tomam muito líquido, a cor da urina fica cada vez mais clara. A primeira urina da manhã é mais concentrada, mais amarela porque durante a noite você não bebeu nada. E se você bebe muito, parece que urinamos água, isso é o que faz a limpeza do trato urinário."
"E a recomendação para pacientes com infecção urinária é que tomem muito líquido", acrescentou.
Mas Villar afirma que é melhor ter cautela com a água mineral.
"A água mineral às vezes tem muito sódio, potássio e outros eletrólitos", que podem causar problemas para hipertensos, segundo o médico.
Fonte: G1