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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

SEGURANÇA

Combate à criminalidade passa por aprovação de medidas no Congresso, diz general


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Segundo Etchegoyen, o pacote legislativo abrange 36 medidas, em projetos separados que tramitam no Congresso
Foto: Valter Campanato/ABr

 Agência Brasil

O combate à criminalidade, que afeta tanto o estado do Rio quando outras unidades da federação, passa pela aprovação de um pacote de medidas legislativas pelo Congresso, facilitando o acesso a informações estratégicas, protegendo a atuação de militares em operações e endurecendo a punição a quem portar armas de guerra, como fuzis.
A avaliação é do general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que se encontrou com jornalistas, na tarde desta sexta-feira (4) na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), no Rio. O objetivo foi detalhar o Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP), fase Rio de Janeiro, que tem a presença de 8.500 militares das Forças Armadas, além de efetivos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional.
Segundo Etchegoyen, o pacote legislativo abrange 36 medidas, em projetos separados que tramitam no Congresso. Entre essas, está a discussão sobre o endurecimento da pena para quem portar fuzis e sobre a punição a militares pela Justiça civil. Até mesmo questões burocráticas precisam ser resolvidas por lei, como o acesso da Polícia Militar ao banco de dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o que hoje não acontece.
Desestabilizar quadrilhas
O general deixou claro que as operações no Rio vão ocorrer a qualquer momento e que os objetivos são os de retirar amamento pesado das mãos dos criminosos, prender as lideranças do crime e desestabilizar as condições econômicas das quadrilhas, descobrindo e atuando contra o patrimônio ilícito usado para a lavagem de dinheiro.
“O que nós estamos tratando é de um grande esforço do governo federal em prol da segurança pública em todo o território nacional e o combate ao crime organizado transnacional. Estamos focando estes primeiros resultados no Rio de Janeiro. Nós não estamos buscando soluções mágicas, pirotécnicas, grandes manchetes. Estamos caminhando com prudência, com cuidado, para que não produzamos efeitos indesejáveis, para que tenhamos os melhores resultados possíveis e para que a gente, no prazo mais breve possível, comece a apresentar os resultados e a melhorar a sensação e as condições de segurança para a população do Rio de Janeiro”, disse Etchegoyen.
Também participou do evento o assessor-chefe do GSI, general Carlos Bolivar. Segundo ele, o objetivo é deixar o Plano Nacional de Segurança Pública também disponível para futuros governos, que assumam após o mandato do presidente Michel Temer, a partir de 2019. Segundo ele, o plano prevê um horizonte de dez anos em sua aplicação. Para este ano, o governo federal garantiu R$ 700 milhões, que abrange não apenas operações militares, mas também ações sociais, de saúde e educação. O montante previsto do plano para 2018 é de R$ 1,2 bilhão.



quinta-feira, 3 de agosto de 2017

DF

Mulher é assassinada pelo marido com facada no pescoço em Ceilândia

Fachada da casa em que ocorreu o crime


Uma mulher foi morta pelo companheiro com uma facada no pescoço. A vítima, Glória Maria Feitosa dos Santos, 23 anos, foi atacada por Francisco Pereira dos Santos, 27, em casa na QNO 18 de Ceilândia na manhã desta quinta-feira (3/8). O crime aconteceu por volta das 8h. O casal estava junto há nove anos e tinha um filho de 7 anos.
Os dois são de Caxias (MA), município distante 362 quilômetros de São Luís, mas chegaram a Brasília há quatro anos. Francisco era foragido da Justiça depois de matar um homem. Segundo o delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O — Ceilândia), Ricardo Viana, Glória achava que era também era procurada pela polícia, mesmo não tendo tido participação no crime cometido no Maranhão. Por essa razão, usava o nome de Fernanda.
O delegado explicou que na noite desta quarta-feira (2 / 8) Glória tinha saído de casa e falou para o companheiro que iria para a residência de uma amiga. No entanto, na manhã desta quinta-feira (3 / 8), ao deixar o filho de 7 anos na escola, descobriu que a companheira estava com outro homem. “Quando Francisco chegou em casa ele a matou com 20 facadas. Mesmo ele tendo dito que tinha desferido oito golpes, a perícia já constatou 20 marcadas no corpo da vítima”, contou. 

De acordo com a Polícia Militar, os vizinhos contaram que a vítima gritava o nome dele antes de morrer. Após cometer o assassinato, o homem se apresentou na 24ª DP. Policiais estiveram no endereço e encontraram o corpo da vítima próximo à porta de acesso ao banheiro. 

O homem foi autuado em flagrante por feminicídio e pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia. “Matei por ciúmes. Já desconfiava que ela tinha outro relacionamento, mas me entreguei (à polícia), porque tenho que pagar pelo crime que cometi”, disse Francisco ao Correio.
CB


sexta-feira, 21 de julho de 2017

VIOLÊNCIA DF

Vigilante é assassinado em ginásio esportivo na Candangolândia, no DF

Vigilante de 51 anos morre a tiros após tentativa de assalto a Ginásio na Candangolândia, no DF (Foto: Sindicato dos Vigilantes do DF/Divulgação)

Um vigilante de 51 anos que trabalhava no Ginásio de Esportes Múltiplas Funções da Candangolândia, no Distrito Federal, foi assassinado a tiros na madrugada desta sexta-feira (21). Segundo a Polícia Militar, o corpo foi encontrado por volta das 6h20, quando a equipe que patrulhava a região foi acionada por moradores.
Ainda de acordo com a PM, os suspeitos da morte do vigilante invadiram o ginásio quebrando o portão e fugiram com o carro da vítima. Vizinhos do prédio disseram aos militares que escutaram barulhos de tiros por volta das 3h da manhã.
O crime foi registrado como latrocínio – roubo seguido de morte – pela 21ª DP em Taguatinga Sul, que conduz as investigações.
O Corpo de Bombeiros, que também esteve no local, informou que os assaltantes deixaram marcas dos pés e de tiros no portão, além de uma pegada na mancha de sangue da vítima.

Fonte: G1 DF

quinta-feira, 20 de julho de 2017

DF

Acusado de furto é preso na Rodoviária do Plano Piloto
Foto: Renato Souza/CB/DA Press

Um homem foi preso suspeito de furtar o celular de uma jovem na Rodoviária do Plano Piloto, na noite desta terça-feira (18/7). De acordo com informações da Polícia Militar, Jefferson Bezerra da Silva, 37 anos, teria se aproveitado de uma garota que estava passando mal para pegar o aparelho de celular da vítima. 
Um segurança que estava no terminal teria visto o momento em que o assaltante tentava vender o aparelho dentro de um ônibus, ainda no terminal, e segurou o acusado. Os demais passageiros tentaram agredir o suspeito antes da chegada da polícia, mas foram contidos. 

Segundo testemunhas, a passageira estava alcoolizada e foi conduzida para a 5 Delegacia de Polícia, junto com suspeito. Houve confusão na Plataforma B do terminal por conta do caso.

Fonte: Correio Braziliense

quarta-feira, 19 de julho de 2017

BRASIL

Cabeleireiro tem olhos, genitália e 

vísceras arrancadas em 

Ananindeua


FOTO: Diário do Pará/Arquivo




Por volta de 4h desta terça-feira (18), a travesti Akio Willy Costa Cruz, 35 anos, foi morta por Marcelo José Souza Sacramento, 18 anos, e um adolescente de 16 anos. O crime ocorreu em um kitnet na rua Júlio Cordeiro, centro de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.
Segundo a Polícia Civil, os dois passaram a noite com a vítima. Após ingerir bebidas alcóolicas, a mataram e arrancaram suas vísceras, olhos e genitália.
(Foto: divulgação/Polícia Civil)
Após ser acionada, uma equipe da Polícia Militar saiu em diligência e conseguiu capturar os dois suspeitos. O adolescente foi encaminhado para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), enquanto Marcelo foi levado para a Divisão de Homicídios, onde segue para procedimentos legais. De acordo com informações da Polícia Civil, eles confessaram o crime.

Fonte: DOL

terça-feira, 18 de julho de 2017

ENTORNO DF

Suspeito de estuprar e matar idosa pode ter cometido outros abusos em Águas Lindas de Goiás, diz delegado
Maria José da Silva, de 61 anos, foi estuprada e morta em Águas Lindas de Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Maria José da Silva, de 61 anos, foi estuprada e morta em Águas Lindas de Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O motociclista suspeito de estuprar e matar a idosa Maria José da Silva, de 61 anos, flagrado em um vídeo abordando a vítima na rua (assista acima), pode ser autor de outros três abusos ocorridos em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O delegado responsável pelo caso, Fernando Gama, conta que nos casos registrados o criminoso usava uma moto preta semelhante à vista nos vídeos.
“Verificamos que há outras ocorrências de estupro envolvendo uma moto preta. Estamos fazendo essa comparação, pegando as informações para ver se pode ser a mesma moto e, consequentemente, a mesma pessoa. Recentemente ocorreram três situações”, disse ao G1.
O delegado destaca que não foram encontradas testemunhas do crime, mas segue realizando diligências para investigar o caso. Os parentes da vítima também devem ser ouvidos. O principal foco da Polícia Civil são as imagens do momento da abordagem.
“Ainda estamos tentando identificar esse autor. As imagens estão passando por tratamento para ter uma qualidade melhor e conseguirmos identificar a placa”, completou.O crime aconteceu na madrugada de terça-feira (11). As imagens mostram o suspeito passando de moto por uma rua. Ele faz o retorno, pega a faixa paralela e encontra Maria José alguns metros depois. Ele tenta fazê-la parar, mas ela segue andando. O motociclista, então, para o veículo na frente da idosa, que o contorna e continua a caminhada.
O homem, ainda na moto, a acompanha até o momento em que para, segura a vítima pelo braço, desce e a arrasta para um terreno baldio. No local, segundo a polícia, o homem cometeu o crime. O horário registrado na câmera é 4h12.
As câmeras flagraram ainda quando o homem sai do terreno, às 5h17, sobe na moto e vai embora.
Horas depois do crime, vizinhos do terreno encontraram o corpo de Maria José e acionaram a polícia. Gama afirmou que o exame de corpo de delito constatou que a mulher sofreu abusos e depois foi morta. A causa da morte foi um traumatismo crânio-encefálico, motivado por pancadas na região da cabeça.
O delegado afirmou ainda que a bolsa de Maria José foi levada após o assassinato.

G1 GO

sexta-feira, 14 de julho de 2017

HOMICÍDIOS



Cidades latino-americanas lideram taxas de homicídios no mundo



Desigualdade social, urbanização não planejada, políticas antidrogas falhas, impunidade, disponibilidade de armas e cultura machista. Esses são alguns dos fatores que contribuem para que cidades latino-americanas liderem ranking mundial de homicídios, segundo especialistas.
A América Latina e o Caribe concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, de acordo com o Observatório de Homicídios, do Instituto Igarapé. Quatorze dos 20 países com as maiores taxas de assassinato globalmente estão localizados na região. Leia a reportagem completa.
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Desigualdade social, urbanização não planejada, políticas antidrogas falhas, impunidade, disponibilidade de armas e cultura machista. Esses são alguns dos fatores que contribuem para que cidades latino-americanas liderem ranking mundial de homicídios, segundo especialistas.
Em 2015, ocorreram estimados 468 mil homicídios no mundo, sendo que a região das Américas concentrou as maiores taxas globalmente, de 32,9 para cada 100 mil habitantes, apontou relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Honduras tem o maior índice da região, com 85,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes, seguida por El Salvador (63,2), Venezuela (51,7), Colômbia (48,8) e Belize (37,2). O Brasil aparece em nono lugar, 30,5 homicídios para cada 100 mil habitantes. Como comparação, Canadá e Estados Unidos têm índices muito inferiores, de 1,8 e 5,3, respectivamente.
A América Latina e o Caribe concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, de acordo com o Observatório de Homicídios, do Instituto Igarapé. Quatorze dos 20 países com as maiores taxas de homicídio do mundo estão localizados na região.
“O homicídio na América Latina não é monocausal. Não ocorre em função de um só fator de risco”, disse ao Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio) o especialista em segurança e desenvolvimento e um dos fundadores do Instituto Igarapé, Robert Muggah.
“No entanto, alguns fatores se destacam (…). A América Latina tem altas taxas de desigualdade. As cidades são extremamente desiguais, e há forte associação entre desigualdade e violência”, completou.
Em maio, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mostrou que o ritmo de declínio da desigualdade nos países latino-americanos desacelerou entre 2012 e 2015, enquanto os níveis atuais permanecem muito altos para alcançar o desenvolvimento sustentável.
O coeficiente de Gini para os rendimentos pessoais em 2015 mostrou um valor médio de 0,469 para 17 países da região (0 representa ausência de desigualdade e 1 desigualdade máxima), um nível considerado elevado quando comparado a outras regiões do mundo.
Para o sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), questões estruturais como pobreza e desigualdade contribuem para a violência, mas há exceções.
No caso da América Latina, existem países de baixa renda como a Bolívia, por exemplo, que registram altas desigualdades e baixas taxas de homicídio (13,6 a cada 100 mil habitantes, segundo o relatório da OMS).
É nesse ponto que outros fatores passam a fazer diferença. Muggah, do Igarapé, cita o processo de urbanização rápido e desordenado de grandes cidades latino-americanas. “Há altos índices de ‘periferização’, informalidades, favelas. Isso cria uma desorganização social que reproduz violência. Quando há crescimento estável, há menos taxas de violência”, declarou.
Outros fatores comuns a países da região é a violência perpetuada pelo Estado. Segundo Muggah, por conta de longos períodos de ditadura militar, as forças policiais são treinadas para reprimir fortemente, enquanto ao mesmo tempo há altos índices de impunidade.
“Quando os crimes ocorrem, raramente são resolvidos. (…) O custo do crime é muito baixo. Quando há esses níveis de impunidade, o que acontece é que socialmente se criam normas que legitimam a violência.”
Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foto: Juan Manuel Herrera/OAS
Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foto: Juan Manuel Herrera/OAS

Aumento dos homicídios no Brasil

De acordo com o Mapa da Violência 2016, o Brasil teve 42,2 mil homicídios por arma de fogo em 2014, uma alta de quase 600% frente a 1980. Mesmo considerando o avanço populacional no período, que segundo o relatório foi de 65%, trata-se de um aumento alarmante.
A evolução não foi uniforme ao longo dos anos. A partir do pico de 36,1 mil mortes registrado em 2003, esse número caiu para cerca de 34 mil entre 2004 e 2007, baixa atribuída ao Estatuto e à Campanha do Desarmamento, iniciados em 2004.
A partir de 2008, no entanto, os números voltaram a subir para 36 mil mortes anuais, crescimento que se acelerou principalmente depois de 2012. Segundo o Mapa da Violência, as políticas de desarmamento sofreram interrupções ao longo dos últimos anos e não foram complementadas com outras estratégias e reformas necessárias para reverter esse cenário.
O Mapa da Violência mostrou ainda que o perfil das vítimas é majoritariamente jovem. Do total de pessoas assassinadas por arma de fogo em 2014, mais de 25 mil tinham entre 15 e 29 anos, um aumento de quase 700% frente aos anos 1980.
O relatório também apontou fortes desigualdades raciais no país. Sem distinção por faixa etária, de 2003 a 2014, os homicídios por arma de fogo tiveram queda de 27,1% entre a população branca, enquanto aumentaram 9,9% entre a população negra no mesmo período.
Estimativas citadas pelo Mapa da Violência dão conta de que do total de assassinatos, apenas entre 5% e 8% são devidamente apurados.

Acesso a armas

O fácil acesso a armas é indicado pelos especialistas como uma das causas para as altas taxas de homicídio no país e em outros países da América Latina. Apesar de não haver dados oficiais, estimativas do Mapa da Violência dão conta de um total de 15,2 milhões de armas em poder da população brasileira, sendo 6,8 milhões registradas e 8,5 milhões não registradas. Do total não registrado, 3,8 milhões estariam nas mãos de criminosos.
Ignácio Cano, da UERJ, lembra que a maior parte dos homicídios é cometida com armas curtas, e afirma ser um mito a teoria de que tais armas cheguem ao país pelo tráfico internacional. Segundo ele, a maior parte das armas em circulação é fabricada no Brasil.
“Não é a disponibilidade de armas apenas. É a incapacidade de ter regulações básicas. Temos muitas armas ilegais. Em outras partes do mundo, há tantas armas, e não ocorre isso”, disse Muggah, do Igarapé, sobre os países latino-americanos.
Para ele, as políticas antidrogas proibicionistas e repressivas adotadas pelos Estados da região têm impulsionado a violência. “Quando há políticas que sancionam o uso de violência para combater cartéis, você tem confrontação violenta”, declarou. “O que precisamos fazer não é ir atrás das drogas, mas dos grupos criminosos. Indo atrás das drogas, o que fazemos é aumentar o lucro dos produtores”.

Cultura machista

Outro fator que contribui para o recrudescimento da violência nos países latino-americanos é a cultura machista, de acordo com Muggah. Segundo o Mapa da Violência de 2015, o Brasil tem uma taxa de 4,8 assassinatos para cada 100 mil mulheres, ocupando a quinta posição em um ranking de 83 nações.
Nos países da América Latina e do Caribe, ao menos 12 mulheres são vítimas de feminicídio todos os dias, segundo a CEPAL, que citou uma série de riscos — como violência, pobreza e trabalho precário — aos quais as mulheres da região estão mais suscetíveis do que os homens.
“A cultura machista sanciona a violência baseada em gênero. Passa a ser aceitável homens baterem em mulher. Isso está mudando, mas ainda temos essas altas taxas de violência contra as mulheres na região”, disse Muggah.
Robert Muggah, do Instituto Igarapé. Foto: Divulgação
Robert Muggah, do Instituto Igarapé. Foto: Divulgação

Campanha Instinto de Vida

Diante de uma realidade regional estarrecedora, mais de 30 organizações da sociedade civil latino-americana lançaram este ano a Campanha Instinto de Vida, cujo objetivo é impulsionar medidas para reduzir pela metade a violência letal na região em 10 anos.
A campanha — que no Brasil tem como membros Instituto Igarapé, Instituto Sou da Paz, Nossas e Observatório de Favelas, e como associados Anistia Internacional Brasil, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Visão Mundial e Instituto Fidedigna — também tem o objetivo de promover compromissos claros dos governos locais com o tema.
“É uma campanha que junta duas estratégias: mobilização, ou seja, mobilizar cidadãos para provocarem pressão; e incidência política, aproximar-se de autoridades para fornecer apoio técnico necessário para adoção de políticas públicas baseadas em evidências”, explicou Dandara Tinoco, especialista em comunicação do Instituto Igarapé e coordenadora da iniciativa, lançada no Brasil em maio.
Um relatório preliminar com propostas de políticas públicas para a redução dos homicídios nos países latino-americanos já foi publicado pela campanha.
Entre as sugestões, estão medidas de mediação de conflitos, prevenção à reincidência, programas de intervenção urbana, regulação de armas e munições e estratégias de redução do impacto do mercado de drogas.
Outras propostas incluem fortalecer a capacidade do sistema de justiça para esclarecer os homicídios e da polícia, de forma a melhorar sua relação com as comunidades. O relatório também lembra a importância das políticas sociais inovadoras que promovam o crescimento e a inclusão dos mais pobres e o desenvolvimento equitativo.
Segundo Dandara, as organizações promovem reuniões periódicas para entender quais são as semelhanças e as diferenças do cenário de violência nos países latino-americanos.
“Entendemos que os que decidem vão customizar as propostas em suas políticas de acordo com cada país. (…) É fundamental que tenhamos organizações que atuem em cada um desses países, para que possam fazer essas adaptações”, completou.
“O próximo passo é conversar com esses diferentes representantes para mostrar o quão importante é adotar essas políticas públicas”, disse ela. “Temos a perspectiva de que autoridades assinem os compromissos públicos, assim como valores da campanha”, concluiu.


Fonte: ONU